12 de dezembro de 2012

Em terapia!

Calma ai que eu vou falar. E te prepara, que a coisa aqui tá feia!
Um amontoado de sentimentos pra serem colocados pra fora. Um medo imenso de falar mais que o que devo. Ando num despreparo total quando o assunto sou eu mesma. Ando num descaso louco com o que eu sei que quero ser. Não acho bonito admitir isso, mas ao menos eu consigo!

Tem muita gente louca nesse mundo, né?
A rapidez com que as pessoas mudam de ideia me assusta muito, isso porque sei bem do que é capaz uma pessoa muito inconstante. Conviver comigo não tem sido muito fácil. Conviver com o resto do mundo tem sido mais difícil ainda.
Gente que aparece do nada, no meio da multidão, e deixa de ser só mais um rosto. Admito que muitas vezes, quando num lugar lotado, me peguei pensando se sentei ao lado do homem da minha vida em algum momento da minha vida. Noutras penso que isso é loucura, porque se existe mesmo alma gêmea, a minha certamente é de Marte e eu nunca virei a conhecê-la. Nem sei o quê que eu tô fazendo aqui. E só continuo por falta de opção.

Fora que não chove. Todo-santo-dia é um céu meio nublado, nuvens escuras, vento agradável. Chuva que é bom? Nada.
Essa época do ano já era pra tá chovendo torrencialmente, cês não acham não?
Quando chove eu me sinto mais segura, porque é também quando me sinto mais sozinha. Ainda que eu seja um perigo pra quem mora ao lado, sou meu melhor esconderijo. Me compreendo como ninguém e, acima de tudo, me respeito. Porque olha, mais difícil que a chuva, só mesmo o respeito. As pessoas esqueceram do que se trata, não sabem mais praticar. Bom seria se, assim como a chuva, essa gente tivesse cheiro. Seria fácil reconhecer e ficar longe. Mas não! Elas usam muito perfume e mentem como ninguém.

Depois tem os dias passando cada vez mais devagar e o último mês do ano, que me deixa ainda mais mulherzinha. Comecei a ler um livro três vezes e sempre que chego lá pela página 50 começo a chorar e volto ao início. Dá pra acreditar nisso? Eu nem sei porque que eu choro, nem tem tanto drama assim nessa primeira parte do livro. É só porque me disseram que o fim é trágico, dai fico toda amedrontada, como se deixar de ler o livro fosse mudar o fim da história. E não, eu não sou louca. É hormônio em excesso, época de fim de ano, fim de relacionamento, decepção e correria de fim de período. Sem isso tudo eu já sou um saco, imagina quando junta tanta coisa? Pena de quem mora na mesma casa que eu!

No mais, quanto tempo vai levar até que "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" se torne realidade? Venho pedindo isso desde os dezesseis anos e ninguém faz nada. Por favor gente, inventar algo que apague a memória não deve ser tão difícil. Certamente tem alguma ligação com a fórmula química usada na Vodca. Fica minha dica e o meu apelo, agradece desde já o meu coração.

E de coração: não deixem que minha falta de terapia afaste vocês. Psicólogo tá cada vez mais caro e minhas amigas psicólogas (que não são poucas, vale ressaltar) levam muito à sério aquele lance de ter que ser imparcial e simplesmente não opinam. Vêem eu fazendo merda e continuam não opinando, acreditam? Dai o que restou foi divagar por aqui mesmo.
Agradeço a compreensão e também aos que não me compreendem, pois faço parte do clã de vocês!

10 de dezembro de 2012

Alguém para amar!


 Ame alguém que se preocupe com você. Alguém que queira saber do seu dia, dos seus medos, de onde você quer chegar. Alguém que queira chegar lá com você, que esteja disposto a fazer tudo para manter seu sorriso diariamente, para te ver bem. Que queira cuidar dos seus machucados e perca o sono te olhando enquanto você dorme. Alguém que cuide pra sua dor passar.

 Ame alguém que respeite você. Que saiba até onde vão seus limites e esteja preocupado em não ultrapassá-los. Alguém que saiba que você precisa de espaço e que tem uma vida que independe da relação de vocês. Alguém que pense antes de falar, por não querer te machucar. Alguém que não faça as coisas sem antes pensar em como você vai se sentir. Alguém que se coloque em seu lugar e não pense apenas em si mesmo.

 Ame alguém que te queira bem. Que cuide de você caso você adoeça, e não te deixe esquecer de tomar os remédios na hora certa. Que te encha de carinhos de graça, num domingo chato qualquer. Que compre flores independente de datas especiais, por saber que elas te deixam feliz. Alguém que diga que te quer bem, que te quer por perto, que te acha especial. Alguém que acredite no quanto você merece ser feliz e queira fazer parte disso.

 Ame alguém que te acompanhe. Alguém que segure a barra pra você. Que esteja disposto a encarar seus problemas também, ali do lado, pra você nunca esquecer que não está sozinho. Alguém que segure sua mão forte quando as coisas ficarem difíceis. Que se mantenha de pé caso você venha a cair, pra te ajudar a subir e chegar aonde você quiser. Alguém que saiba que numa relação à dois, assim como a felicidade vem em dobro, o problema tem que ser sempre dividido.

 Ame alguém que cometa erros. Alguém que esqueça o dia do aniversário de namoro qualquer mês desses, por estar atolado com outras coisas. Alguém que chegue atrasado vez ou outra, por querer estar bonito ao te encontrar. Alguém que diga "Não" umas duas, três vezes, pra você saber que nem só de "Sim" se constrói um amor bonito. Alguém que cometa erros perdoáveis e saiba exatamente a hora de te olhar nos olhos e pedir desculpas.

 Ame alguém que confie em você. Que trate bem seus amigos, mesmo que não goste muito deles. Que não se permita cegar pelo ciúme, nem perder as estribeiras por desconfiança. Alguém que te deixe livre pra ser você mesmo, pra viver as coisas que você tem vontade de viver. E aceite correr o risco de te perder, caso você venha a mudar de ideia qualquer dia desses. Mas jamais te impeça de ir atrás do que você quer, por acreditar de verdade que você merece tudo o que deseja!

 Ame alguém que te ame também. Alguém que pense em você ao acordar. Alguém que faça planos prum futuro ao seu lado, que conte as horas pra ver você. Alguém que te conheça e te aceite, por inteiro. Que tenha medo de te perder não por precisar de você, mas por saber que ao seu lado a vida é mais fácil, mais doce, mais serena. Alguém que te olhe nos olhos e diga uma infinidade de coisas lindas, sem que seja preciso usar qualquer palavra. E da mesma forma, que saiba exatamente quando você precisa ouvir um "Eu te amo!" ao pé do ouvido. Alguém que jamais canse de dizer o quanto você o faz feliz. Alguém que não canse de lhe retribuir com essa mesma felicidade.

 Ame alguém que te faça bem. E por favor, seja merecedor: Faça o bem de volta! Ainda não conheci nada mais bonito que um amor de ida e volta.

30 de novembro de 2012

O fim dos começos.



Então você brinca de conhecer alguém. E brinca de se entregar. E dorme junto, acorda aos beijos, troca carinhos, faz juras de amor. E descobre os defeitos, enaltece as qualidades, conta os problemas e briga por ciúme e qualquer desconfiança. E continua torcendo, com muita fé, pra que dê certo, pra que dure, pra que seja pra valer. Quer com todas as forças que dessa vez seja pra valer.

Então vem o drama. Ligações sem retorno, mensagens sem respostas, ausência, distanciamento. Nada de 'bom dia', muito menos de 'boa noite'. E um milhão de dúvidas novinhas em folha. Medo, desconfiança, raiva, saudade. É muito sentimento de uma vez só pra administrar. E você vê uma barreira invisível se erguendo. A vida do lado de lá acontece, mas você nem sabe mais se quer fazer parte. E qualquer coisa de uma pontinha de mágoa começa a aparecer.

Você sabe que não falta nada. Sabe que não tem concerto. Sabe que não dá pra evitar. Nem mesmo as poucas palavras trocadas durante a semana serão capazes de salvar. Nem mesmo a saudade que você sente e o sentimento que ainda não foi embora. Nem mesmo a vontade de fazer dar certo ou a forma incrível como ele sorri sem graça quando você não consegue parar de olhá-lo. Nada mais é forte o suficiente pra conseguir que ainda dure. E você, mesmo sem querer, sabe que vai acabar conhecendo outro alguém. Que a saudade vai acabar passando. Que o sentimento vai acabar cedendo.

E então, num reencontro qualquer pela vida, vocês trocarão algumas poucas palavras e um comentará sobre como o outro anda sumido. Nada de beijos apaixonados ou vontade de sair correndo de lá agarrado ao outro. Talvez alguma saudade do que passou, talvez apresentar o novo amor. E depois seguir, como sempre, em frente. Ainda sem entender o que aconteceu exatamente, mas dizendo pra si mesma que foi melhor assim. Vez ou outra lamentar o telefonema nunca dado. Se arrepender de não deixar o orgulho ceder. Mas no fundo, de alguma forma, continuar com a certeza de que não era pra ser. 

Então, que seja! Tudo tem de ser bom enquanto dura, pra virar memória bonita e nada mais. Não será a primeira vez, nem a última. É preciso lidar com um monte de pequenas histórias pelo caminho, até chegar na história que completará a sua. E embora não pareça, acredite: Nunca é tarde demais. Ainda é cedo. Pra falar a verdade é sempre muito cedo quando o assunto é amor. 

28 de novembro de 2012

Continue sorrindo!


Encontre uma forma de levar sorrisos aonde quer que você vá. Não importa o que aconteça, nem que pessoas encontre pelo caminho. Não importa se vier a chover, nem que dia da semana seja. Apenas encontre uma forma de continuar sorrindo e levar esse sorriso a todos os lugares e pessoas possíveis.
Você ainda não sabe, mas ele é mágico!

Se alguma coisa te machuca, se algum medo te segura. Ainda assim se mantenha firme, abra um sorriso.
Se as pessoas não merecem o que você sente ou mesmo brincam com seus sentimentos, sua melhor arma ainda é o sorriso.
Se as esperanças estão por um fio, se o mundo virou de cabeça pra baixo, se o dia não está sendo fácil... Arrisque, abra um sorriso!

Não conheço nenhuma ferida que o sorriso não tenha conseguido curar. Não conheço nenhuma dor que tenha sobrevivido à força que um sorriso tem. Merthiolate anda longe. Viajar tá ali do lado. Todos querem saber como é possível um simples sorriso melhorar tanto a vida. 

Sorrir liberta a alma, abre o coração, renova o equilíbrio. Sorrir rejuvenesce, abre portas, conquista corações. 
Sorrir é o que faltava, a cereja do bolo, a tal da luz no fim do túnel.

Você não consegue imaginar um sorriso com tanto poder, mas é simples: Vá até o espelho e solte uma gargalhada. Faça isso uma, duas, três vezes. Sorria de você, da situação que ficou preta, dessa dor tamanho gigante que parece que não vai passar nunca. Mas vai... Basta que você acredite no sorriso! Basta que você não deixe de sorrir... Aos pouquinhos todo o resto vai parecer pequeno demais diante da beleza que tem o teu sorriso.

A regra é tão fácil, como dois e três são cinco: Use seu melhor sorriso. Se a vida te põe à prova. Se as pessoas não são o que parecem. Se seguir em frente não é tão simples... Sem drama, sem apego, sem excesso. 
Se o mundo não é tão bonito basta que você faça sua parte e abra um sorriso!

21 de novembro de 2012

Mais alguns segundos.



Aqui estamos nós onde eu nunca quis que chegássemos: uma infinidade de pequenas coisas entre eu e você. Cada vez mais distantes, quando tudo que eu queria era continuar cabendo em teu abraço. E você me olha como quem pede pra que eu dê conta enquanto bate a porta rindo sem saber ao certo que horas vai voltar.

Você que me deu o mundo em um sorriso e encheu de esperanças esse coração desnorteado. Te vi como o melhor caminho e decidi seguir sem medo. Quando dei por mim era muito tarde pra voltar a andar sozinha, não parecia justo comigo. Mas também deixou de parecer justo com você, já cansado de tamanha responsabilidade e vontade imensa de voltar ao que sempre fora: liberdade em sua plenitude, um infinito de possibilidades. Foi isso em você que me apaixonou e me ganhou pra sempre. É isso em você que vai fazer eu te perder.

Sei que venho sendo egoísta, prolongando o fim por achar que mereço um recomeço. Sei que deveria ser uma daquelas mulheres bem resolvidas que te deixaria partir numa boa e encontraria uma forma de dar a volta por cima. Talvez numa próxima vida eu venha assim. Talvez ainda nessa eu aprenda a ser assim. Mas não com você. Não deixando acabar esse fiozinho de amor que ainda existe entre a gente.

Bem sei que no fundo você aprova minha atitude. Sei que você vê o quanto me esforço e sorri consigo mesmo desse meu jeito meio torto de tentar te fazer feliz. Talvez por acreditar em mim mais que eu mesma é que continue aqui. Suportando o vazio imenso que existe entre os momentos de confidências e a maioria dos outros, quando o silêncio quase arranca as esperanças que me restam. 

Sei que se pudesse escolher que vontade sentir, ia querer ficar. Tenho certeza disso. Mas assim como é mais forte que eu isso de te querer aqui, é mais forte que você a necessidade de partir. E vejo nitidamente o esforço que faz para estar nos dois mundos. Eu, apaixonada que sou, acabei aceitando ter tua menor parte, ter teu menor tempo. E continuar fingindo que não noto as ausências, os silêncios e as perfeitas desculpas.

Desculpa errar tanto ao tentar acertar. Desculpa precisar tanto de você. Alguma coisa aqui dentro escolheu você de um jeito que não é justo com nenhum de nós dois. Eu sinto como se fosse a única no mundo que merece esse teu jeito doce, teus olhos claros e as promessas bonitas que você faz. Sinto como se fosse um direito meu te fazer feliz e ser feliz em troca. Parece louco, admito. E talvez com o tempo eu vá aprendendo a viver sem você. Mas agora é tão mais fácil te ter por perto, dormir contigo, acordar sorrindo aliviada nos teus braços. Até o mais difícil dos mundos ainda parece de alguma forma fácil se você vem junto.

12 de novembro de 2012

Ame-se!



Você olha a menina entregue e não entende. Até outro dia o sorriso era outro. Tem vontade de perguntar onde ela encontrou a coragem. Tem vontade dizer pra ela ir com calma. Tem uma certa inveja de ver ela tão entregue. Inveja boa e nascida lá do seu medo imenso de arriscar de novo. Tem vontade de dizer que ela te inspira.

Fica se perguntando aonde ela guardou o medo. Como ela conseguiu juntar os caquinhos do coração? Você queria esse pó mágico também. Queria toda essa coragem pra atirar no escuro e arriscar sem medo. Queria não ser assim tão insegura e ter todos os cacos do coração espalhados pelo chão. Coração que quer se refazer, mas ainda não descobriu como.

Comprar roupa nova não ajudou em nada. Cortar e pintar o cabelo não fez efeito. Todas as receitas colhidas em livros de auto-ajuda e blogs românticos... Nada deu certo! Nada trouxe aquele sorriso fácil que ela tem agora, ou aquele brilho nos olhos que parece ter um motivo com endereço. E sabe bem que além de sobrenome, tem antes o nome de "Amor". As quatro letras que exigem a entrega que você ainda não descobriu como conseguir. As quatro letras que inspiram o mundo e têm efeito contrário em você.

Agora escuta: Deixa disso! Tem drama demais derramado sobre os cacos desse seu coraçãozinho. Dói sim, disso eu também sei. Mas dói muito mais porque a gente insiste em deixar doer. Insiste em sentir pena de si mesmo. Insiste em repetir que não vai ser diferente. Busca o novo com mãos e pés no passado, achando que segurando a dor talvez tenha como mudar a história. Querendo deixar uma vírgula pelo caminho, achando que pode ser melhor adiar o final.

Desamarra essa cara. Larga mão desse bico. Sai desse pijama! Menina a esperança tem que vir de você. As quatro letrinhas de poder imenso dependem de você pra que aconteça. O sorriso fácil, o brilho nos olhos... Tudo nasce no espelho. Tá na hora de voltar a gostar do que vê. Tá na hora de se ver com outros olhos. E então, quem sabe, surjam novos olhares. Olhares convidativos e encorajadores. O que te falta pra que a cura se faça, pra que os sonhos se renovem, pra que a chama reascenda. 

A felicidade ao lado é bonita e sempre parece fácil, mas acredite, ela é bem melhor quando vem da gente, de forma suada e extremamente compensadora!

4 de novembro de 2012

Falando de amor.


Depois de conhecer o amor a gente sempre quer mais. A gente espera por atitudes melhores, beijos mais apaixonados, palavras mais românticas. Depois de conhecer o amor, os outros sentimentos parecem sempre insuficientes para sustentar uma relação. Você quer sentir o amor outra vez, e de novo. E não consegue parar até encontrar.

Isso porque o amor é bom. O amor faz a gente acordar cedinho pra ser o primeiro a dar bom dia. E consegue fazer com que a gente perca noites de sono numa conversa fácil de planos bonitos. E qualquer outra coisa que pareça amor pode até acalmar por um tempo, mas nunca preenche todos os espaços ou nos faz satisfeitos. O amor é aonde queremos chegar outra vez, só pra sentir o coração bater mais forte com a hora da chegada que se aproxima.

A gente olha nos olhos do outro e não consegue pensar em como seria não se ver lá. Queremos ficar por mais algumas horas, dias, semanas. Queremos ficar para sempre. E o outro, atendendo à todas as preces que fizemos, também pede pra que a gente fique um pouco mais. O amor não nos prepara para as despedidas, acreditando ser sempre possível encontrar tempo pra que o beijo dure, pra que a conversa não acabe, pra assistir todos os filmes do mundo. O amor não tem pressa alguma, por isso tantas vezes nos faz esperar tanto!

No fundo a gente sabe quando é amor. Sabe também quando não é. E ainda que o amor seja muito uma questão de escolha, nem sempre somos nós que o escolhemos. Na maioria das vezes é ele que nos escolhe, nos coloca num filme, nos tira do chão. Sem chance nenhuma de dizer não, nos pegamos vivendo qualquer coisa enorme, bonita e sincera, que a gente não quer nunca que tenha fim. Se tratando de amor, queremos sempre poder aproveitar um pouco mais. 

Nos pegamos outra vez acreditando na possibilidade do pra sempre. Nos vemos outra vez escrevendo cartas cheias de sentimento. Tiramos fotografias cheias de sorrisos e lembranças bonitas. Outra vez nos sentimos inteiros e não mais uma busca eterna de razões. Outra vez transbordamos o outro em nós mesmos. E ainda que digam que é loucura, nos arriscamos. Muito mais bonito é se arriscar. Eu, particularmente, não confio em quem diz que não sente falta de se sentir amado. Pra mim a verdade está em quem se ama e consequentemente sabe que amar o outro é uma dádiva, que se faz completa quando esse amor é correspondido.

29 de outubro de 2012

Saudade dos tempos de bolha.



Um dia grudado e no outro, distante demais. É tanta gente que fica pelo caminho. É tanto "E aí, como vai?" sem graça que um dia já foi abraço apertado e troca de segredos. A vida leva muito da gente e nos traz coisas maravilhosas também.
Tem perda difícil de aceitar. Tem amor difícil de morrer. Tem história que só teria final feliz se não tivesse fim. E a gente, mesmo sem entender, vai seguindo em frente porque é o que dizem que tem que ser feito, porque diz o ditado que "as coisas são como têm de ser".
O que resta é torcer para que ao longo do caminho as pessoas tenham ficado com lembranças boas à nosso respeito. Que tenhamos conseguido ser o que elas esperavam, o que somos de verdade, o melhor de nós. E nos convencermos de que o que foi, já era! Mas o melhor ainda está por vir, está exatamente no que não conhecemos ou tivemos ainda. Está em quem insistiu em ficar, em quem não se perdeu. O melhor está no verdadeiro e o verdadeiro dura para além dos finais, para além da saudade que a distância costuma causar. Para além da dor da ausência.
Que o que temos em nós seja verdadeiro. Que não nos percamos ao perder alguém. Que nos façamos fortes quando tudo nos levar ao contrário. Que as ausências sejam preenchidas com presenças verdadeiras, duradouras, essenciais. Que o "breve" só seja assim porque todo o tempo do mundo parece pouco quando estamos felizes. Que o felizes para sempre se faça real. E que nem mesmo a distância apague o amor, para sabermos assim que ele é verdadeiro.

18 de outubro de 2012

Perfeitamente imperfeito.


Aqui estamos nós: seres imperfeitos esperando pela perfeição do outro. Nós que choramos sem motivo, brigamos por tédio, reclamamos pra passar o tempo, sentimos ciúmes algumas vezes sem sentido. Nós que nos conhecemos como ninguém e por isso bem sabemos que alguns defeitos nossos são realmente bem difíceis de aturar. Mas continuamos crédulos de que há um ser por aí que nos merece e que, por tanto, deve ser íntimo da perfeição. Merecemos, no mínimo!, perfeição. É o que pregam que a gente deve achar.
Qualquer dia desses, quando errarmos, nos pegaremos pedindo desculpas. Qualquer hora dessas diremos que, se estivéssemos no lugar do outro, tentaríamos entender. Seres falhos que somos, diremos coisas sem pensar, tomaremos atitudes precipitadas, faremos escolhas erradas. E esperaremos, principalmente nesses momentos, que haja alguém capaz de nos entender e perdoar. Alguém capaz de nos amar independente disso. Olha nós, seres imperfeitos querendo receber mais que o que temos pra dar!
Se cometemos erros, é normal que o outro erre também. Se há amor, há perdão. Se há diferenças, alguém vai ter que ceder. E é então que, se pararmos para pensar, perceberemos que estamos fazendo a busca de forma errada. É a imperfeição que queremos. A imperfeição que nos complete e nos entenda. Alguém que tenha defeitos perdoáveis e cometa erros aceitáveis. É impossível acertar sempre. E deve ser um filme de terror conviver com alguém que, de tão perfeito que é, vê defeito em tudo que fazemos.
Quem ama briga mesmo. Mete os pés pelas mãos vez em quando. Tem medo de perder o outro e, por conta disso, age de forma impensada algumas vezes. Quem ama quer chamar atenção e por vezes não sabe direito como fazer isso, mas passa por cima do orgulho ferido e sabe a hora de pedir desculpas. Quem gosta pede desculpas com uma frequência um pouco chata, por ter medo de ser mal interpretado. Mas quem ama de verdade sabe que não precisa pedir desculpas o tempo inteiro, porque o outro entende seus defeitos. Amor de verdade é exatamente a aceitação da pior parte. Amar alguém que não erre nunca deve ser muito fácil, mas a gente nunca vai poder ter certeza disso porque pessoas sem erros não existem. E se existirem devem saber muito pouco da vida, devem ter muito pouco para nos acrescentar. As melhores pessoas cometeram erros para aprender a acertar.
Vamos encontrar alguém que nos acrescente quando soubermos que um bom diálogo resolve a maioria das diferenças. Quando percebermos que o amor está intrinsecamente ligado ao dom de perdoar. Quando soubermos ver além das falhas: porque é lá no íntimo que se esconde o melhor e o pior, e não no que os olhos podem ver e as más línguas julgar. Perfeição no quesito amor é, antes de mais nada, a troca. Acrescentar para ser acrescentado. 
Perdoar tudo não é amar, bem sabemos. Não é por termos defeitos que nos doaremos pra alguém que viva de erros. Mas há sempre um equilíbrio: alguém que erra, mas sabe como concertar. Alguém que tem defeitos proporcionais às qualidades. Alguém que sabe exatamente a hora de parar, pra não passar do ponto e correr o risco de machucar. O ser capaz de nos fazer feliz é aquele que, independente dos erros que comete, se preocupa em nos manter bem, em manter o amor bonito, em fazer a história durar. E erra, muitas das vezes, tentando acertar.
Há sim por aí alguém perfeito pra gente, nas imperfeições. Alguém que a gente vai amar ver a carinha de arrependimento. Alguém que compensará a briga com amor em dobro. Alguém que nos amará independente dos nossos defeitos e quando menos merecermos. Quem se ama e se aceita do jeitinho que é, sabe que isso é o suficiente pra qualquer amor ser bonito e duradouro. Aceitemos o outro então, com todos os defeitos e qualidades que ele tiver. Aceitemos o drama dos amores reais, porque felizes para sempre só existe em conto de fadas. Quem quer amor tem que saber: Nem só de flores se faz um romance. São os tropeços no meio do caminho que fazem as histórias mais bonitas.

2 de outubro de 2012

Vida longa ao desapego!

Difícil é não querer. De verdade. Bem além do orgulho besta e da vontade de seguir em frente. Bater o pé, erguer a cabeça e apagar. Se não da memória, mas da vida. E ao invés de tentar provar isso pro mundo, apenas fazê-lo por si mesmo, por saber que não querer vai doer bem menos que continuar querendo. Por ter pra si que já não faz bem e, diante disso, é melhor desfazer.

Desapego é o nome. E o sonho de consumo de muitos. Um botão que simplesmente nos desprenda de um sorriso e da voz mais tentadora do mundo. A receita pro sucesso da vida, o remédio pros buracos adquiridos pelo coração. Quem não quer? Jogar fora o que não serve. Apagar o que não faz mais sentido. Deixar pra lá o que tem mesmo de ficar é no passado. Caminhar sem sombra dos antigos passos ao lado. Sem saudade deles. Sem vontade de tê-los de volta.

Não apenas não ligar, como não atender caso o telefone venha a tocar. Não querer saber da vida do outro por estar ocupado demais vivendo feliz a sua própria. Não querer atingir por não ser mais de interesse. E deixar de ser o alvo fácil dos domingos de solidão, quando o futebol não preenche e os amigos estão ocupados demais pra uma cervejinha. Dizer "NÃO!" e ser de verdade, com voz firme e convicção única. Sem arrependimento algum, sem esperar que esse comportamento gere uma nova oportunidade.

Tratar de ser feliz de dentro pra fora, e não o contrário. Feliz de não sofrer pelo celular que não toca. Feliz por não sentir ciúme, medo, culpa. Feliz por não ver a vida girar em torno de uma outra, que não tem a mínima vontade de correr ao lado. Qualquer desprendimento que seja capaz de nos permitir sentir inteiras e não mais essa metade carente, que precisa demais do outro. Tratar de ser feliz por sentir o desapego de fato, sem essa de viver tentando mascarar sentimento. Sem morte à cada check-in do cara na balada. Sem publicações no facebook que, de tão diretas, dispensam marcação.

O difícil é lidar com o fato de que desapego, infelizmente, só vem com o tempo. Desapego não se impõe, ele meio que brota. Antes mesmo que a gente perceba, lá esta ele, tornando tudo mais fácil. Junto das ligações que não chegam, vai ficando a lembrança da voz. Junto das promessas não cumpridas fica a memória da confiança quebrada. De tanto sentir, tornar banal o ciúme. Que deixa de incomodar conforme a gente percebe ser infundado: Ciúme é medo de perder, mas não se perde o que não se tem. 

E embora cada detalhe pelo caminho continue doendo até que o desapego venha, a gente sabe intimamente que não doerá mais. Um dia. Próxima semana talvez. Quando o apego a qualquer outra coisa preencher o vazio da mente que o desapego ao passado deixou. E bem sabemos que tem gente que se apega até a dor. Então que fique claro: Não é só amor que se cura com outro não. Dor também!

25 de setembro de 2012

Pequena prece.


  Que eu saiba me amar e me cuidar. Que eu não deixe qualquer pessoa entrar na minha vida. Que eu não entregue tão fácil meu coração e o que tenho de melhor. Que eu não permita que brinquem com o que sinto. Que eu jamais me permita brincar com o sentimento dos outros. Que eu encontre alguém capaz de me aceitar exatamente como eu sou. Que eu não me conforme com menos que carinho bom pela manhã e beijo apaixonado pela noite. 
  Que eu jamais permita que alguém passe por cima do que sou, do que sonho. Que eu encontre forças sempre dentro de mim mesma e me refaça sempre na hora certa. Que eu saiba a hora de parar. Que eu consiga sempre encontrar uma forma de seguir em frente. Que eu não canse nunca de buscar meu equilíbrio. Que independente do quão longo seja o caminho, eu tenha as melhores companhias.
  Que se o dia de hoje não for dos melhores, amanhã eu acorde com um sorriso. Que eu não desista fácil. Que eu queira sempre mais. Que eu busque o melhor. Que eu supere as dúvidas, os medos e traumas. Que eu saiba fazer as escolhas certas. Que eu saiba perdoar meus erros. Que eu seja forte o suficiente pra perdoar os erros dos outros também. Que eu saiba me doar e me guardar na medida certa.
  Hoje, como quando a esperança deixa claro que a gente merece mais, acordei com vontade de me sentir amada. Vontade de receber carinho sem pedir. De ser dengada mesmo sem merecer tanto assim. Hoje eu vi que a gente pode sim esperar mais do outro, quando a gente tem esse mais pra oferecer. Mas é fato que o melhor sentimento vem sem exigência alguma. Vem quando a gente não espera.
  Hoje é um daqueles dias em que me pego procurando a prece certa pra fazer. Não quero errar nas palavras, nem com as pessoas. Não quero confundir caminhos. Vou cruzar os dedos, olhar pra cima e pedir, de coração:
"Que o que for pra ser meu, venha. E o que não for, que se vá de uma vez. Não permita que eu perca tempo com o que não compensa. Não permita que eu me perca só pra encontrar alguém." 

  Talvez a resposta demore a vir. Talvez amanhã eu até mude de ideia. Mas hoje, só hoje, tenho certeza que ao ouvir minha pequena prece, alguns anjinhos certamente dirão, "Amém!".

19 de setembro de 2012

Reencontro.


  Como eu queria te abraçar agora e sussurrar qualquer coisa em teu ouvido. Tocar tua pele como quem ganha o mundo embrulhado em papel de presente, o desejo imenso de desvendar todos os mistérios. 
  Fazer de dois, um sonho. Sorrir junto. Ter teu colo pra chorar. Te olhar e ver o que as cores têm de mais bonito. Beijar teu sorriso, morder tua orelha, arranhar tuas costas. Me fazer pequena pra ser guardada em teus braços. Grande pra te merecer. E ter sempre o corpo quente pra te aquecer.
  Ser abrigo, esconderijo, fuga. Ser refúgio. E passar a mão nos teus cabelos com força. Sentir na minha a tua respiração. Não ver o tempo passar e sentir cada minuto como quem toca a felicidade. Dividir o copo, a dose, as dores. Ouvir tua voz de perto, com os erros de português e o grave dos momentos de raiva.
  Dizer, sentindo teu corpo no meu, do quanto você me encanta. E repetir coisas sobre paixão e pra sempre. Pedir que não tenha medo, que me segure, que me acalme e me enlouqueça. Fazer promessas possíveis e trocar confidências. Todas as formas mágicas de botar o sentimento pra fora sem que ele atropele a nossa história. Tudo que te faça mostrar um sorriso e chegar mais perto. Qualquer coisa que te mantenha ao meu lado, que mantenha a chama acesa, que acalme nossas almas. 
  Cantar canções que me lembrem você. Dizer que esperei por isso a vida inteira. Mostrar que é exatamente o que eu quero. Deixar bem claro que eu sei exatamente como te fazer feliz. Basta que você deixe. Basta que você perceba que o mundo inteiro para pra observar a mágica que existe quando nossos corpos se encontram. 
  E então toda espera parecerá pouca. Parecerá nada. Toda saudade valerá à pena. Qualquer coisa fará sentido. E tudo que vier de você será bem-vindo. Será suficiente. Será perfeito. Pra que o sentimento não se perca e todo encontro seja sempre o primeiro.

14 de setembro de 2012

Com calma a gente chega lá.


Quanto maior o número de ligações, maior o número de pessoas em fulga. Não fora uma ou duas vezes - vi gente fugir de relacionamentos bem mais vezes que o que eu fui capaz de contabilizar. Gente que, num primeiro momento, entrega até o que não tem, mas foge ao notar o outro se doando mais que o normal. Gente que vive dizendo que quer encontrar o amor da vida, mas tem um medo imenso de ser isso pra alguém.

Não vou dizer que é absurdo. Eu mesma já fiz isso um bom bocado de vezes. Muito mais por saber que o outro lado não tinha pra oferecer o que eu queria receber, que por medo de sentimento exagerado, verdade seja dita. Mas, ainda assim, fugi. Deixei de responder mensagens, de atender ligações, de puxar conversa ou aceitar convites. Como qualquer pessoa nessa situação, que sabe o que não quer, mas tem receio em falar porque conhece muito sobre rejeição e seus efeitos colaterais nada agradáveis.

Pessoas intensas assustam. E digo isso por experiência própria. Vai tudo muito bem, até a outra pessoa decidir que você precisa saber que ela não sabe mais viver sem você. Até outro dia ela nem te conhecia, veja só. E você, que mal sabe lidar com os sentimentos que traz dentro de si, quer curtir a companhia um pouco mais, mas sabe que se continuar as coisas não serão mais tão prazerosas como antes. Isso porque não há mais a leveza de outrora. Pouco, agora, pode parecer muito mais que o que realmente é. E diferente do que tendem a dizer futuramente, você não quer enganar ninguém.

Intensidade faz as coisas parecerem enormes. E coisas enormes pesam. De repente ligar deixa de ser normal e passa a ser um risco. Nunca dá pra saber como o poço de intensidade irá interpretar. Gente que cai de cabeça tende a embelezar tudo, que é pra não ter medo de arriscar. E não faz por mal, é claro. Mas acaba atrapalhando o andamento das coisas. Não que seja errado se dizer apaixonado caso você realmente esteja, mas sutileza ajuda muito. E ajuda mais ainda se você não contar isso como se a outra pessoa tivesse obrigação de corresponder.

Então a pré-disposição pro que poderia vir a ser alguma coisa no futuro, vai sumindo. A gente nunca tá pronto pra adentrar num mar de forte correnteza. A gente sente medo e é completamente normal. Do outro lado o ser intenso nos intitula "canalhas" e outros termos capazes de definir a pessoa que teoricamente brincou com seus exagerados sentimentos. Parece sempre um absurdo quando alguém não está pronto pra lidar com os sentimentos alheios. Nós mesmos dizemos isso quando não se trata de relações nas quais estamos inseridos. Mas a verdade é que, entre alguém que sabe a hora de pular fora e outro alguém que se recusa a abdicar da sensação boa que nos causa ser desejados, há uma enorme diferença.

Claro que o ser intenso não é capaz de perceber isso. E é até perdoável. Mas a verdade é que nós nunca estamos preparados pra ser amados. E quando estamos, a coisa não rola. Todas as vezes que se vê um relacionamento começando, acredite: um gosta mais que o outro e esse outro é, antes de mais nada, muito corajoso. E é óbvio que essa coragem não vem do nada. A gente também consegue ver, pelos sinais, quando pode dar certo mesmo que o sentimento ainda não seja muito forte. Na maioria desses casos a outra pessoa não nos atropelou com uma chuva de palavras apaixonadas. Sentimento demais gera recusa e isso é quase inevitável.

Entre canalha que não sabe o que quer e alguém que sabe o que não quer, a diferença é bem grande. Não podemos culpar quem foge por receber bem mais que o que tem pra oferecer. Espelhos estão ai pra isso. Apaixonar-se é bom, faz bem, desde que não super lote a caixa de entrada do outro. Tenho pra mim que o poema que diz "Se tu me amas, ama-me baixinho" discorre sobre a maior das verdades. Sentimento demais assusta. Atenção demais dá preguiça. Depois as pessoas acham um absurdo ver garotas em fulga ou caras que rejeitam ligações. 
Falar baixinho atrai. Sumir, vez ou outra, dá saudade. E dizer verdades, sem fazer delas uma imposição, acaba cativando. Sendo realista, essa é quase a receita pro sucesso, em qualquer tipo de relação.

4 de setembro de 2012

Estamos aqui pra incomodar!



Acredite: Quando dizem que felicidade é a melhor vingança, não mentem! Não precisa bolar plano, tramar nada. Não precisa passar noites em claro buscando formas, nem dedicar dias inteiros a descobrir pontos fracos. O maior dos pontos fracos é a insatisfação em ver o outro satisfeito. Basta botar um sorriso bem largo e verdadeiro no rosto e prontinho! Olhares tortos, comentários maldosos, perguntas aos que te cercam. Tem gente por aí caindo de raiva por dentro, se mordendo inteira, contorcendo a alma. E você nem precisou fazer nada, só exatamente o que te faz bem. Louco né? Pois é, a inveja tem dessas coisas!

Vista o que te agrada. Beije quem te dá vontade. Corte e pinte o cabelo do jeito que sempre quis. Qualquer detalhe, por menor que seja, capaz de te deixar mais leve, será notado - e comentado, diga-se de passagem. Vão dizer que a roupa é brega, que você é galinha e que o cabelo tá horrível, que não combina. Talvez esteja, mas esse não é o verdadeiro problema. Aliás, torcem muito pra que seja e tentarão te fazer acreditar que sim, mas não. O problema é outro e bem maior: você está radiante. Independente do que se vê por fora, você brilha por dentro e isso transcende. Consequentemente mata muita gente de raiva. Gente que esqueceu de tomar a vacina contra essa energia negativa que insiste em propagar achando que faz mal ao outro quando só envenena a si mesmo.

Então não liga não! Não dá ouvidos. Não leva em conta. É isso que querem. Querem que você se importe, que se preocupe, que tente agradar. Querem que você deixe de ser você e assim seja menos feliz. E vão fazer de tudo pra isso, pode apostar. Porque seu sorriso incomoda, seu brilho evidencia a escuridão em volta. Porque querem o que te pertence e adorariam conseguir te atingir. Então, não! Nem pensar! Hora de fazer o que te dá vontade, o que faz o coração bater mais forte, o que te eleva a alma.

Cante a felicidade e encante quem te quer bem. Não ouça conselhos que vão contra o que você acredita. Para de ouvir a "amiga" que diz que você tá errada. Nada de olhar pra trás agora. É pra frente que se anda! De preferência num salto quinze, muito amor próprio na bolsa e um batom vermelho colorindo o sorriso. Então você vira comentário e descobre a chave pro segredo da melhor vingança: Ser feliz incomoda muita gente! 
Sem problemas, estamos aqui pra incomodar.

25 de agosto de 2012


Aquele crença boba no impossível ainda existe. 
Não sei, não consigo não acreditar que chegarei lá. O dicionário definiria facilmente como teimosia diante da quantidade de vezes que quebrei a cara. Mas não é isso. É bem maior. É como saber, ter certeza absoluta, dentro de uma caixinha guardada no fundo da alma, que se eu fizer o meu melhor, vai dar certo. E que mesmo que não seja assim desde o primeiro momento e para sempre, continuará sendo a melhor das opções. Tentar renova a alma. 
Não tem muita explicação pra isso, só que nem mesmo os "joão bobos" encontrados pelo caminho levaram de mim mais que o que mereciam, mesmo que eu tenha me entregue bem mais que o que seria justo comigo mesma. Nenhuma troca é justa. Mas nem mesmo as mentiras bem contadas foram capazes de fazer com que eu deixasse de acreditar num sorriso bonito e olhar firme. 
Talvez eu venha mesmo a me machucar outra vez . Talvez não. E eu sou do tipo de pessoa que acredita em tudo, menos na dúvida. Não nasci pra não saber as respostas e pago caro por isso. O bom é que isso não me incomoda e, como cada centavo sai do meu bolso, volto a me arriscar outra vez com toda a minha intensa sinceridade e crença desmedida. Não no outro, mas em mim mesma. Por acreditar cegamente que uma hora dará certo. Que eu mereço sim ser muito feliz!


18 de agosto de 2012

Da série: Nem vem que não tem!

Na tua vida não tem espaço pra mim e eu nunca fui de me conformar com meio lugar pra ocupar. Sou espaçosa, te disse. Deixei bem claro que te queria inteiro, porque não sei me doar em metades. O embrulho vai completo: papel bonito, laço, dramas e sorrisos. Quero o mesmo em troca, tudo muito justo. Nada morno. Sem meios termos, sem relação meia-boca.

Depois você não entende do que eu tô fugindo. Parece não saber que sentimento raso me dá medo. Amar independente das incertezas, vá lá. Mas amar com prazo de validade não! Me recuso. Não sei lidar com palavras ensaiadas e data marcada pra sentir saudade. Não sei e não quero aprender. Passei tempo demais redecorando meu coração pra deixar que ele seja ocupado por um prazo. Não quero prazos, quero que dure. Desde o beijo ao pós-briga. 


Não sei agir como se seus pedaços fossem bons. Quer dizer, bons eles são, até admito. Mas não são o suficiente. O pedaço de você que sobrou pra me levar num jantar no sábado não vai durar até a manhã do domingo, quando você estará inteiro no futebol. E seu pedaço que saiu comigo na última sexta-feira não será suficiente pra que eu queira ficar até a segunda. É bom, mas é pouco. É pouco demais diante do que eu tenho pra te oferecer ou do quanto me vejo entregue todas as vezes que passo horas procurando uma roupa que evidencie a minha curva que você tanto elogia. Relógio na parede me dizendo claramente que o tempo não vai passar até que você chegue. 


E ao chegar, em meio ao tempo que agora parece correr, você tem sempre ligações demais para atender, mensagens infinitas para responder. Fez boa distribuição dos pedaços, certamente. E eu ainda tento contabilizar os teus sorrisos e descobrir se algum deles é só meu, se há algo em você que me pertença de verdade. Antes que a verdade se torne ainda mais evidente, teu relógio diz que é hora de ir embora. Sempre cedo demais pra que eu me entregue e tarde demais pra que você possa ficar mais um pouco. Estamos em frequências diferentes e o relógio continua sendo nosso maior vilão, embora não o único. 


E tudo em você se torna previsível. Calmaria insuportável. Tédio sem fim. As ligações têm minutos contados e o corpo é morno. Falta fogo no beijo, falta me deixar sem fôlego. O tempo é curto demais e a espera muito longa. Espera nunca compensada. Desculpas esfarrapadas. Tudo bem drama de folhetim das sete. E você secretamente achando que estou ficando muito exigente.


E te ouço reclamar dos passos que dou pra trás, quase acreditando que quer mesmo fazer andar pra frente. Mas é de "quases" que um relacionamento meia-boca se faz. Porque quem quase chega, me deu um bolo. Quem quase me amou, voltou pra ex. E eu quase me apaixonei por você, mas meu quase ainda é muito mais que o que você quase chegou a merecer.

7 de agosto de 2012


Quando é pra ser a gente sente no olhar e percebe nas atitudes. Porque é preciso querer que aconteça, e quem quer liga, procura, manda mensagens, dá notícia. Quem quer se faz presente mesmo longe e não se deixa esquecer. Sem pedir ou exigir nada... Quem quer dá um jeito de entrar sem que a gente perceba e, quando menos se espera, a gente tá sentindo saudade, sentindo prazer com a presença.

De repente a gente vê a história começar e as coisas se encaixarem. Quando é pra ser não se tem medo. Se deixa levar pelas vontades e liga quando sente saudade e não esconde que quer que seja. Tudo de forma tão natural que você só consegue pensar que não tinha como não ser. E tenta sobreviver à saudade e ao sentimento, ainda sem nome, que cresce por dentro. Quando é pra ser a gente simplesmente não consegue evitar.

E se percebe vislumbrando o mesmo caminho que o outro. Mãos dadas numa estrada que reserva a vida inteira, altos e baixos como bem é, mas muito mais dosada de prazer. E é preciso encontro, intimidade, objetivos em comum. É preciso toda essa infinidade de coisas que a gente sabe que precisa renascer todos os dias... Mas antes de mais nada é preciso querer. E dizer que quer. E não ter medo de sentir. E fazer com que valha à pena. E continuar olhando nos olhos ao falar. Ir sem medo. Ir sem pensar. Sem essa de ouvir o que dizem terceiros. Sem complicar. Quem quer simplesmente se entrega.

E vai vendo o frio na barriga nascer ao ouvir o celular tocar. Vai sentindo as mãos suarem frio ao ouvir a voz. Vai sonhando com a hora de rever e abraçar. Vai querendo que dure mais um pouco, só mais um pouquinho, pra que você possa aproveitar. Já não lembra mais como medir consequências, não sabe mais como faz pra parar e não tem vontade de pedir desculpas. Parece certo. É certo, tem de ser... Não pode ser errado ser feliz assim. Não pode ser pecado se sentir tão bem com alguém depois de tanto tempo sem sentir nada. Sentir é tão bom, faz tão bem!

 E nada na vida é melhor que seguir em frente com algo que se quis a vida inteira. E acreditar que vale à pena, mesmo quando dizem o contrário. E pensar que não podia ser diferente, que tinha que ter sido exatamente assim. E abraçar mais uma vez como quem abraça o mundo. Dizer mais uma vez que sentiu saudades. Beijar como se fosse a última vez. Deitar na mesma cama, fazer planos, entender os silêncios, se manter agarrados, pedir que não acabe nunca. E ter certeza de que, quando a gente quer, não tem como não ser o certo.

14 de julho de 2012

Meus vinte e poucos anos.

Me tornei alguém cheia de urgências bobas. Quero carinho e atenção. E nunca acho que seja demais ouvir sobre o dia de alguém, ou falar sobre o meu. Acredito no aprendizado com os erros e mais ainda em erros que constroem acertos. Nada, pra mim, é por acaso. Uma coisa puxa a outra, que puxa uma pessoa, que conhece outra, que faz algo, que causa um tumulto maior... e por ai vai! Teia imensa de coisas que tinham de estar ligadas, de um jeito ou de outro, para virem a acontecer. 


Fora essa, tenho um zilhão de crenças, mas nenhuma nunca foi tão devidamente recompensada como a que tenho pelo tempo. Esse caso de amor não é de hoje, e sinto que nunca se acabará. O tempo sabe das coisas e sabe ensinar. É um santo remédio. E parece sempre tão disponível. "No seu caso é o tempo passar, quem fala é o Doutor (...)", canta sabiamente Los Hermanos, na que vem a ser minha música favorita.


Se você me disser, eu acredito. Simples assim: Você fala, eu ouço. Você diz, eu absorvo. Você conta, eu creio. E vai ser assim até que você me dê motivos para pensar em contrários. Por mais que algumas vezes não valha à pena, não me custa acreditar. E olha que de cristal quebrado eu entendo, mesmo que em menor quantidade que de coração. Dei muito minha cara à tapa. Apanhei na maioria das vezes. Me percebi sortuda em todas as outras. O lado positivo de tudo é sempre bem mais bonito, embora nem sempre tão fácil de ser encontrado, e isso quem me ensinou foi Poliana.


Ouvi sobre pontes indestrutíveis, amores imperfeitos e mentiras. Aprendi com tudo que ouvi. Os anos que carrego nas costas não são tantos assim, mas foram bem longos. E ainda assim, ao olhar pra trás, parece ter passado rápido demais. É triste isso que temos de noção do tempo: Quanto mais velhos, mais apressados. Não tem como não sentir saudade até do que não viveu. Tudo parece ter acontecido há tempo demais e, quando vemos que não, estamos mais velhos que o que nossa real idade nos impõe. Viver requer demais da gente. Choro demais, superação demais, sorrisos demais, desesperos demais, lutas demais, batom borrado demais. Tem horas que a gente chega até a pensar que nem compensa. E algumas coisas não compensam mesmo, mas infelizmente a gente só descobre isso quando já é tarde demais.


Vinte e dois anos inteirinhos procurando motivos. Pras coisas, pessoas, lugares, momentos. Até perceber que não é preciso motivo nenhum.  Qualquer atitude que seja, precisa muito mais de caráter que de motivo. Isso gerou uma infinidade de decepções, é claro.  Mas toda conclusão gera algum tipo de decepção, é algo com que aprendi a conviver. E a agradecer também, é claro: Decepções enobrecem a alma e nos permitem recomeços. Ainda não conheci nada mais bonito que recomeçar.


No mais, agradecimentos. Pelos sonhos, mesmo os não realizados. Pelos aprendizados, mesmo aos trancos e barrancos. Pelas pessoas, mesmo com algumas decepções. Pelo que eu sou, mesmo com os defeitos. Toda a história, quando vista com calma, dá uma bela de uma bossa. E não há melhor jeito de comemorar a vida, se não com uma boa música.


E vou crendo. "Temos todo o tempo do mundo!", me disse uma vez Renato Russo.

5 de julho de 2012

Pronta pra você.



É pra mim que você vai voltar. A gente sabe. Pela segurança, pela certeza, por amor. Mesmo quando o dia seguinte não representa medo algum, você ainda espera que eu esteja lá. Trazendo a paz que você não encontra em nenhum outro lugar. Pronta para te receber.


Eu não te culpo. As noites ausente, os erros diários, a necessidade de ser livre. Nada me parece absurdo ou digno de representar uma real culpa. Você não sabe lidar com segurança. Não sabe o que fazer com nada que represente constância. Você não está pronto pro que der e vier, se o que der e vier tiver de ser descoberto com um porto seguro ao lado. Pra você a presença presume ausência. E você morre de medo de uma certeza acabar.


Mas a gente sabe que isso, cedo ou tarde, vai passar. A vida exige doses de segurança, alguma coisa que não tenha prazo de validade mesmo que não precise ser assim. E eu sei bem pra onde você vai correr, como você também sabe, mesmo sem querer admitir isso. E essa sua relutância só torna minha certeza mais plausível. Você foge das verdades mesmo sabendo que não pode escapar.


Não se preocupe, não tenho pressa. Cada dia de cada vez, tenho aprendido. E sei bem que, quando for hora, você acabará voltando. E virá inteiro, porque  se tem algo que tu sabes ser é inteiro. Por isso não me avexo, nem digo que será tarde. Do lado de cá também vivo meus romances, encontro amores coadjuvantes, loto a mala de boas histórias pra contar. Não me apego, como prometido. Mas não me anulo, é claro. Todos precisamos de doses de paixão pra ir sobrevivendo enquanto o amor não chega e dura, como tem de ser.


Nosso acordo e seu medo são segredos que mantenho bem guardados, não se preocupe. E não lhe cobrarei ciúmes do passado, qualquer coisa que poderia ter sido e não foi. Nesse nosso acordo não cabe frustrações. Cabe apenas você na madrugada, querendo colo como quem volta a ser criança. Você querendo descansar ao meu lado, quando já viu de quase tudo. E o que te falta ver, o que você ainda não conhece, do que você ainda não sabe... Tudo isso sou eu quem vai te mostrar, porque é a beleza que só o amor nos permite ver. E amor desses que desvendam o mundo, a gente sabe bem, é só em mim que você procura. É só em mim que você consegue encontrar.

26 de junho de 2012


Eu perdi tanto tempo procurando certezas que quase não me dou conta do quanto arriscar poderia fazer bem. Não há certeza pronta, acabei aprendendo. Qualquer coisa que venha a ser sólida, teve de ser só plano em algum momento. Demorei demais pra entender a coisa mais simples: Pra chegar a ter certeza, tem que ter, antes de tudo,  entrega.
Endureci tanto que me fechei para as possibilidades. Sempre tentando perceber além do que os olhos conseguiam ver. Um medo imenso de fazer a escolha errada, então me mantive sem fazer escolha alguma. Simplesmente alheia às tentativas. Não tentei nada, à não ser me manter distante de qualquer coisa que desencadeasse algum desequilíbrio. Fiz tudo errado.

Desequilíbrio as vezes é bom. Diria muito bom! O frio na barriga durante a espera pela ligação, sabe? Passei tempo demais olhando pro celular com desprezo e dois dedos de raiva de mim mesma. Sempre me perguntando porque insistia em passar meu número se nunca queria realmente atender as ligações. E agora, depois de meses de apatia, que saudade de olhar pro celular com olhos de quem faz uma prece silenciosa de "Toque, por favor. E que seja ele, que seja ele!".

Meti na minha cabeça que simplesmente adivinharia quando fosse a pessoa certa. Me enganei feio, admito. E me pergunto hoje quantas pessoas 'certas' deixei passar por simplesmente não suar frio ao dar o primeiro beijo. Como se alguma vez na vida os amores dramáticas tivessem dado certo pra mim!
No fim das contas acabo admitindo que inventei essa desculpa pra fechar todas as portas e não me sentir culpada por isso.

Mas agora já era. Tô nem aí. Me lixando! Que eu quebre a cara uma vez mais... Quem sabe até dez. Quero é me sentir viva outra vez. Quero me ver vivendo sem medo, sem essa preocupação boba sobre o que pode, ou não, dar certo. Tenho que reaprender o que é construir desejos e entrega. Tenho que desejar alguém no dia seguinte e me entregar todas as vezes que for beijada. Tenho que voltar a ser eu mesma. Com ligações, carinhos, mimos e nhem nhem nhem's que sempre foram a minha cara e eu fiz questão de deixar guardados numa gaveta por achar que não era mais hora de ser eu. Tô com saudade de mim. Da minha vontade de viver. Do meu jeito impulsivo de tornar tudo mais bonito. Do "SIM" sempre pronto. De fazer ser pra mim. Não lembro do momento em que decidi mudar, mas queria muito poder voltar no tempo.

Quero paixões fáceis outra vez. Todo o drama das mensagens sem respostas. Que saudade gigante de ouvir uma música e associar imediatamente a alguém, me perguntando se essa pessoa também pensa em mim. No fim das contas é esse o meu equilíbrio. É essa a minha forma de ser certa e inteira. E me quero de volta, de um jeito ou de outro. Com todos os exageros e chantagens emocionais. Com os mesmos olhos de esperança e sorriso de quem não quer mais perder tempo. É hora de me reencontrar. E então, quem sabe, encontrar alguém.

18 de junho de 2012

Do lado de lá.



Talvez eu devesse ter ligado no dia seguinte e dito que foi besteira. Um pedido de desculpas, como tantos outros. Outra vez nós dois na mesma cama, ou sofá, ou qualquer lugar que conseguisse suportar o peso de nossos corpos unidos. Eu sei que dependia apenas de mim para ser diferente. Sei que fui eu quem virou as costas primeiro, mesmo com toda a vontade de olhar pra trás. Sei de tudo, mas ainda prefiro colocar a culpa em você.


Talvez, com algum esforço, eu ainda consiga lembrar o número do seu telefone. Não liguei mais. Não há mais motivos. E ainda assim, não sei porque, acho um absurdo completo. Você e eu, dois destinos que caminharam lado à lado cantando sobre amor- hoje apenas silêncio e olhar perdido. Nunca vou conseguir pensar que é normal te ver e não abrir o mais largo dos meus sorrisos. Nunca vou me adaptar ao seu jeito, sem jeito, todas as vezes que acabamos por nos encontrar. É como não ter vivido o passado. É como não ter te conhecido. E isso nunca vai me parecer algo real.


Deixei o sentimento em qualquer lugar pelo caminho que não sei dizer ao certo qual foi. Outro dia acordei e pronto, quase que por encanto, já não havia mais a saudade angustiada. E nem mesmo olhando as fotos ela voltou. Foi estranho e ainda é. Hoje vejo com clareza que demorou muito mais porque eu quis que demorasse. De alguma forma era bom achar que eu deveria esperar. De alguma forma parecia errado deixar de sentir. Até que aconteceu tão naturalmente que, quando dei por mim, estava agradecendo por tudo ter sido exatamente como foi. Por ter aceitado que era bom que a vida passasse, como ela sempre faz.


O que tantas outras vezes intitulei, com muito orgulho, de amor, hoje não sei bem o que era. E não me orgulho disso. Mas agora, já sem todas as expectativas e conhecimento grande sobre o dar sem receber, vejo que o amor é bem mais que chorar por saudade. E o tempo, por quem sempre tive grande admiração, fez seu papel ainda mais bem feito que o de costume. Mostrou aos poucos todos os buracos invisíveis que nossa relação nunca foi capaz de preencher. Me fez ver, depois de anos cega, que na ausência um do outro, a gente dizia que não por culpa em admitir, mas acabávamos nos sentindo mais felizes. Não, 'felizes' não é bem a palavra. Mas ficávamos mais leves, mesmo que o encontro ainda causasse borboletas no estômago.


Aos poucos o homem que eu amava, deixou de ser assim. Em algum lugar entre as nossas brigas e as fotos de momentos felizes, fui deixando de perceber as coisas que antes eu tanto admirava em ti. Você não se tornou alguém pior, o problema nunca foi você. Você continuou apenas sendo você mesmo e, não sei bem porquê, mas aos poucos isso foi deixando de ser suficiente. Eu deixei de me esforçar para ver em você o cara por quem esperei a vida inteira.


Obrigada por ter consigo ficar bem sem mim. Por não ter voltado. Por ter encontrado um jeito de continuar sendo você, mesmo quando eu fazia de tudo para mudar isso. Eu fui terrível, sei bem. E aprendi com cada um dos meus erros. Ponho a culpa em você porque sou do drama, você sabe. Mas todo esse tempo em que escolhi ser sozinha foi exatamente para não agir outra vez como agi com você. Eu também custei a acreditar, mas a solidão me fez bem melhor. E espero que um dia você possa perdoar as vezes que falei coisas que você não merecia ouvir. Somos inteiros demais e agimos errado tentando ser a metade um do outro. Acho que o tempo já desculpou esse nosso equívoco.


Lembro de você com uma paz que é quase um crime. Por vezes acho impossível que tenha mesmo acabado assim. Mas sei bem que foi o melhor final que poderia ser escrito pra nós dois. E retiro aqui todas as culpas que lhe dei. Não existe mais nenhum segredo que seja apenas nosso e, como consequência disso, nada mais nos une. Parabéns pela sua vida sem mim. Agora é minha hora de, uma vez por todas, atravessar a rua. Do outro lado, tenho certeza, a vista é bem mais bonita. Dá pra ver pelo seu novo sorriso.

12 de junho de 2012

Pro amor que vai chegar.


Tem dias em que vou brigar. E você vai detestar os berros. Vez ou outra sou muito mal-humorada, coisa que você vai acabar descobrindo. Não pergunte o motivo, na maioria das vezes ele não existe e, caso exista, brigarei ainda mais se você não for capaz de descobri-lo sozinho. Faça de conta que sabe o que aconteceu. Faça de conta que eu tenho razão. A gente vai acabar rindo depois. É que na TPM eu fico ainda mais temperamental. Respira fundo. Faz que não tá vendo. De agora, desculpa. Não vou fazer por mal.


Quando chove não consigo não pensar em como será quando você chegar. Fico olhando o silêncio, me perguntando por onde andarão seus pés que não estão juntos dos meus sob o cobertor. Nesses dias bate uma saudade enorme das coisas que viveremos juntos e eu sinto vontade de te escrever dizendo como eu gostaria que tomássemos um café juntos enquanto a água não para de cair lá fora. Na maior parte do tempo sou sozinha, por escolha. E sinto que você será a única pessoa capaz de me fazer optar por companhia, uma voz diária falando sobre si mesmo e alguém roubando metade do espaço da minha cama. Você será bem-vindo, tenha certeza.


Vez ou outra, dias difíceis. Esses em que eu vou acabar ligando pedindo por socorro. Saiba do pior dos meus segredos: Sou frágil. Demais. Em excesso. E choro com uma facilidade que as vezes me assusta. E quero colo como uma criança que não quer ficar sozinha na escola no primeiro dia de aula. E tenho a sensação de que você é a única pessoa que saberá como me acalmar nesses momentos. Sei que isso assusta. Sei que pode ser que você não saiba lidar com a situação. Mas por favor, fique. Eu costumo acordar bem melhor no dia seguinte. E vou te amar ainda mais. Prometo ser uma fortaleza caso você precise. Sei que parece impossível, mas eu tenho meus truques. Nunca fui do tipo que abandona o barco. 


E virão os dias fáceis. Esses bonitos. Que independem de sol e chuva. Nós dois dividindo segredos. Sua voz do outro lado do telefone. Juras sinceras. Esperanças renovadas em abraços.Vamos viver a loucura e a normalidade, ambas com toda a mágica possível. E vamos brigar pelo controle da tevê. E vou fazer algo que a gente possa comer. Dar todo o carinho do mundo e nunca achar que é o suficiente.Vamos ter nossas próprias piadas e uma infinidade de afinidades que jamais se perderão. Vamos sempre dar um jeito de deixar o dia do outro mais bonito, da forma que nos for possível. Não posso dizer que será fácil, mas certamente será lindo.


Quando for hora, venha! Não ligue ou mande avisos. Apenas me pegue de surpresa e me faça rir. Prometo doar a você todos os bons sentimentos que tenho guardado todo esse tempo. Não posso prometer muita normalidade, admito! Mas se você decidir ficar pra vida inteira, meu amor, como eu serei feliz em te fazer feliz também. E darei um jeito de tornar a loucura o melhor dos mundos, sem muita calma, mas com todo o bom sentimento que temos pra viver.

6 de junho de 2012

Como se fosse a primeira vez.


Quanto tempo passamos ensaiando um gesto? Horas frente ao espelho e um cabelo que nunca parece estar realmente bom. Um monte de conselho das amigas, feito cd emperrado, repetindo na cabeça.
Ainda não descobrimos a fórmula da perfeição e esse pecado nos persegue diariamente. Porque, não bastasse o esforço físico e mental, não há nada daquela luz no fim do túnel da qual as pessoas tanto falam e a gente, num ato desesperado, não cansa de procurar. Cada dia fica mais difícil. Cada novo cara, é um novo rumo. Cada vez mais a gente não sabe quando deve, ou não, seguir.
Palavras nunca são o que parecem. É como ver um filme ao contrário. E tudo no que querem que você acredite, é mentira. Sem o drama que a coisa toda parece ter. Numa boa: Nem bola de cristal seria capaz de ver como as coisas vão acabar. Parece que o mínimo detalhe muda tudo, qualquer palavra dita em hora errada, um soluço em meio ao silêncio e pronto - eis o caos, tudo fora do lugar.
Depois são vários dias procurando um motivo. Quê que eu fiz de tão errado? E fica bem pior quando o sorriso mais bonito do mundo decide andar junto de um outro, que não o nosso e nem tão bonito, de cima e de baixo, dando nome ao relacionamento e tudo. Nós, reles mortais decididas a esquecer, não conseguimos deixar de querer receber notícias. E jamais vamos conseguir entender o que fizemos de tão errado.
E então a gente parte pra auto-ajuda. Caio Fernando Abreu, Tati Bernardi, Martha Medeiros. Qualquer um que seja capaz de dizer que somos bonitas e que as coisas vão melhorar. E repetimos, cheias de uma crença quase real, que irão mesmo. Que não vale à pena ficar mal. Que amanhã é outro dia. Todas essas coisas que fazem a gente achar que encontrou uma força desmedida, até que chega a hora de dormir e estamos lá sonhando acordadas com alguém que não existe. Aliás, esse é nosso maior defeito: Nos apaixonamos por alguém que não existe. Alguém que, para a nossa infelicidade, só existe na nossa cabeça e que, por esse motivo, jamais será capaz de avaliar o quanto perdeu ao nos deixar sem uma razão real para isso.
E em pouco tempo, depois de alguns porres e inúmeros caras que ou beijavam mal, ou tinham namorada, damos de cara com o próximo. Que parece o primeiro. Que outra vez pedirá o número do celular e ligará no dia seguinte. Que vai levar pra jantar e aceitar ver um romance no cinema. Que vai apresentar os amigos, conhecer as amigas, tentar unir as turmas, buscar na faculdade. E que outra vez, como encanto, vai acabar sumindo. Deixando outra vez uma sensação de cansaço, uma quase desistência. Inúmeras dúvidas novinhas em folha, embora já usadas numa outra ocasião, que não fosse o sapo ter nome diferente, nos faria ter certeza de ser o mesmo filme.
E é qualquer coisa, menos burrice. Embora algumas amigas, numa crítica construtiva, venham a dizer isso. Só que não. Não é burrice, ou carência, ou desespero. É só aquele fio que chamam de esperança, que insiste em nascer em nós diariamente, enchendo a vida de algum sentido. Ainda que o espelho não mostre exatamente o que queremos ver ou que, como manda o script, exista um drama louco do meio pro fim. Outra vez vamos nós, como se fosse a primeira. Largando a armadura, adquirida dolorosamente numa batalha passada. Suspirando pelos cantos aos ouvir uma música romântica. 
Nós e o nosso incrível dom de recomeçar. Não há nada no que sejamos melhor. Não há nada que nos encoraje mais. E que bom! Que bênção. Tudo novo, de novo. O mesmo gás, a mesma fé, os mesmos anseios, mas bem menos disposição para perder tempo ou ilusionar relações. E amém por isso!

1 de junho de 2012


Andei me desfazendo de algumas coisas. Algumas crenças. Muitos dos sonhos. Isso tudo sem muita escolha. Depois que o tempo decidi lutar contra a gente, não há muito o que se possa fazer. A gente vai apertando os afazeres em meio à correria do maior vilão, deixando que os espaços sejam preenchidos por realidade. Utopias acabam por requerer esforço demais. A gente acaba se entregando.
Sei que eu disse que não desistiria. Eu achei mesmo que seria capaz. Nunca menti quando disse achar que a gente pode tudo qualquer-coisa-que-quiser. As vezes ainda penso assim, mas são momentos raros. Nos demais,  que é quase sempre, tenho que me conformar com o fato de que não posso ser duas e, única que sou, não posso me dar ao luxo de perder tempo imaginando a casa de cerca branca que não cabe mais aos dias atuais. A consequência dos sonhos é o que sou hoje: Traços cansados e fé em muita pouca coisa.
Sei que você vai dizer que essa menina é boba. E talvez seja. Mas sonhar com três filhos correndo pela casa só fez com que as possibilidades, aos poucos, sumissem. E casar aos 22 acabou se adiando. Quem sabe aos 25. Muito provavelmente aos 30. Isso se casar, já que acabou descobrindo que a solidão nem é tão maléfica quanto os outros pregam. Perdeu a conta de quanta vezes a solidão foi necessária e agora já não duvida que acabe se tornando a mais fiel das amigas. Talvez seja essa a melhor das opções, que à essa altura, não são tantas.
Endurecer não me fez mal. Muito pelo contrário. É bom saber o quanto a gente é capaz de suportar. E o caos que as pessoas fizeram por aqui, mais que qualquer coisa, fez muito bem pra mim. É bom saber do que as pessoas são capazes, mesmo que elas sejam sempre capazes de mais. Já não há mais tanta expectativa, o que gera muito menos frustração. Diferente do que dizem, não sou tão diferente do que era antes. Talvez um pouco mais que o que as pessoas julgavam ser possível. Quando por pura obra delas acabei chegando aqui: Um pouco longe de onde eu sonhava chegar, mas bem perto do que chamam realidade. Ser normal, pelo visto, não é tão ruim assim. Talvez eu até me acostume.

30 de maio de 2012

Pequenos, mas imensos!

Boa tarde pessoal! Como vamos?
Essa é mais uma daquelas minhas postagens com dicas que eu acho super válidas. Hoje, dica de livros!
Sempre que converso com amigas sobre filmes ou livros, muitas dizem não ter tempo. Música não, porque entre um trabalho, relatório, artigo e outro, a gente bota uma música boa de ouvir até pra tornar a coisa mais prazerosa. Filmes, nos finais de semana, quando a recomendação é grande, a gente acaba encaixando num horário vago, mas livros... São outros quinhentos.
Eu, particularmente, acho a leitura essencial para a vida. Seja um jornal, uma revista, algum bom texto na internet. Com o pouco tempo que a gente tem, vai dando um jeito de ler coisas não tão longas, pra manter a prática da leitura em dia. 
Pois bem, se o tempo é curto e a vontade de ler é grande, ou até mesmo, a vontade de ler é grande mais a preguiça de um livro grande é maior ainda, que tal livros curtos que contem histórias imensamente boas? Essa dica é também para quem não tem o hábito da leitura. Nunca é tarde pra começar!
Cinco livros excelentes, curtos e que valem alguns minutos do seu dia!

A Vida Sexual da Mulher Feia.

"É característica da mulher feia não ficar sozinha por longos períodos, dividindo sua feiura com quem se disponha a acordar com ela."

Esse livro é super pequeno, mas é também riso garantido. Uma comédia divertida sobre a vida de Ju: feia, gorda e nada inteligente. Tem cada coisa extraordinariamente engraçada e bem bolada nesse livro, que não tem como não se render ao humor inteligente da autora Claudia Tajes.
Não sou muito apaixonada por comédias. Na verdade, esse é um dos pouquíssimos livros que eu cheguei a ler do gênero. Mas não me arrependi. Pelo contrário, até despertou o interesse. 
Nós mulheres, que entendemos bem o quanto a auto-estima vive em montanha russa e sem picos tão altos assim, acabamos por nos deliciar com as situações bizarras vividas pela personagem principal.
Dá pra ler rapidinho, rir um bocado e não atrapalhar a rotina do dia-a-dia. Pelo contrário, de bom-humor até a rotina fica gostosa! 
Pra quem curte uma boa comédia, fica a dica!

Manual do Guerreiro da Luz.

"Por isso são guerreiros da luz. Porque erram. Porque se peguntam. Porque procuram uma razão – e com certeza vão encontrá-la."

Auto-ajuda também não é meu forte. Mas uma lista, mesmo que pequena como a minha, tem de ter pra todos os gostos, né? Ou ao menos o maior número deles que eu puder abranger. E esse é um bom livro pra quem curte o gênero.
Já li alguns livros de Paulo Coelho, e gostei de todos que li. Esse em particular cabe à lista porque não trata-se de um livro contínuo. É na verdade vários fragmentos de uma coluna assinada pelo autor, nos anos noventa, publicada em vários jornais brasileiros.
Dá pra ler uma página por dia. Todas cheias de palavras sábias e reconfortantes. Bom pra ler ao acordar! Quem gosta do gênero vai adorar dedicar alguns minutos do dia e encher o resto dele de disposição. Vale muito à pena.

O Menino do Pijama Listrado. 
"Uma coisa é certa: ficar sentado se sentindo infeliz não vai mudar nada."

Eis um gênero do qual eu entendo: Romances! Aliás, minhas próximas duas, e últimas, dicas também serão do mesmo. Até porque tem muito romance bom, seria injusto indicar apenas um.
O menino do pijama listrado, de John Boyne, conta uma história linda que se passa durante o período da segunda guerra mundial, que pra mim é um assunto fascinante (adoro história).
O personagem principal, Bruno, vai conhecer seu mais novo grande amigo, Guga, um menino judeu. Separados por uma cerca, passam horas por dia conversando, até que, diante da tristeza de Guga, Bruno decidi ir até o outro lado da cerca para ajudar o amigo a encontrar seu pai. 
Um dos melhores livros que já li, mesmo tão pequeno. A história é emocionante, dessas que não saem da cabeça da gente tão fácil. E você se prende ao livro do começo ao fim. Vai ser o pouco tempo mais bem gasto da vida, pode apostar. Super recomendo. Tem o filme baseado no livro, mas nunca vi! De qualquer forma, ao menos pra mim, os livros são sempre melhores!

Poliana.
"A influência de um belo caráter é contagiosa, e pode revolucionar uma vida inteira... As criaturas irradiam o que trazem no cérebro e nos corações."

Eis um livro essencial àquela lista de livros que devemos ler antes de morrer. Lindo, emocionante, fácil. Um clássico da literatura infanto-juvenil, mas que deveria ser lido por todos os adultos do mundo.
Poliana dá uma aula de vida à cada página. Chorei desde os primeiros capítulos, e chorei muito. Sei que sou chorona, mas fora esse livro, só o próximo da lista me fez chorar tanto.
Com seu "Jogo do Contente" e apenas 13 anos de idade, Poliana enche a gente de esperança e nos faz perceber o quanto somos bobos e, tantas vezes, egoístas. Não tem como não trazer as questões do livro pra vida real, pra gente. De título pequeno e poucas páginas, esse é um dos livros mais imensos que já li. Cada minutinho valeu muito, tanto, que acabei lendo o livro outra vez pouco depois de ter lido a primeira. Super recomendo. Até mais que "A menina que roubava livros", que não entrará nessa lista por ser um pouco grande, mas é meu livro favorito. Enfim, leitura excelente, podem apostar!


Ponte Para Terabítia.
"Feche os olhos, mas mantenha a mente bem aberta."

Pois bem, eis a cereja do bolo. Ponte para Terabítia. Katherine Peterson. A história mais linda que eu já li sobre amizade, amor e fantasia.
Essa é uma daquelas histórias que você se encanta, se prende, se apaixona. Fazem a gente sentir uma coragem que a gente não conhecia, sabe? Um daqueles livros que, ao terminar de ler, você tem uma vontade imensa de sair fazendo tudo diferente, de ser melhor.
Comecei a ler por recomendação de duas amigas que me viram chorar ao ler 'Poliana'. Ambas disseram que esse livro era ainda mais tocante e eu disse que isso era impossível. 
Pois bem, estou eu voltando de viagem e aproveitando para terminar de lê-lo. Chorei. Muito. Desconsoladamente. Lágrimas que não acabavam mais. Porque o amor do qual ele fala é desses amores incondicionais. É dessa coisa bonita que a gente quer fazer mais forte todos os dias. E fala da perda disso tudo. Do turbilhão de pensamentos, ou da falta deles, quando isso acontece.
Jess Aarons vai descobrir ao lado de Leslie Burke um mundo novo, onde ele pode ser o que quiser, e ninguém pode fazê-los mal. Uma dica excelente pra quem quer ler um livro incrível e não tem muito tempo. O livro é pequeno e prende tanto que quando a gente percebe, já tá no fim. SUPER recomendo MESMO! Esse, dessa lista, é o meu preferido. Não deixem de ler!

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Bom, essas são minhas dicas pra preencher o tempo livre com uma leitura prazerosa. Se alguém ler um dos livros, diga o que achou. E quem tiver alguma dica, me passa. Com o fim do período, só pequenos livros pra caber entre um aperreio e outro. Espero que tenham gostado dessa dica. Boa leitura!