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14 de maio de 2015

Depois


E então você voltou, como secretamente desejei durante todos os últimos meses.
Eu queria mesmo que você voltasse. Eu neguei, é claro. Menti incontáveis vezes sobre o quanto eu já nem lembrava mais de você. 
No fundo, naquele lugar onde ninguém pode ver, haviam muitos minutos de espera destinados a você.

Teoricamente, seria épico. Você sabe: alguns milhares de pedidos de perdão (seus), muitas lágrimas (nossas), (meu) orgulho refeito e um "Adeus!" - cheio do amor próprio que eu passei meses ensaiando. Seria digno de uma cena de novela. Você o vilão e eu mocinha que deu a volta por cima. Tudo sob controle. Sem espaço para meios recados.

Deu tudo errado, é claro.

As mãos tremeram, os olhos marearam. Era você de novo - carne, ossos e todas as mentiras. 
Era você e o seu toque, a sua voz, o seu abraço. 
Era você e o que nós fomos, tudo o que se perdeu e as coisas que não vivemos. 
Era você e a minha falta de ar, de tempo e de medo. 
Era você e eu, vivendo o nós de novo.

E até que o dia seguinte chegasse e eu pudesse contabilizar o estrago, só queria aproveitar. Só queria o faz de conta, o tempo que parou.
E senti então a sensação de estar desarmada por completo mais uma vez. Me senti apaixonada e perdida. Meio louca, meio arrependida e cheia de coragem. Me senti a pessoa mais forte do mundo quando, naturalmente, todo o meu orgulho perdeu completamente o sentido.
Fui o de sempre: com você, eu mesma. E amei você em cada detalhe de cada segundo da nossa infinita e breve noite.

Já com todos os meus cacos recolhidos, você me olhando como quem se perdeu pelo caminho, era novo dia, hora do beijo de adeus. E então partimos, pela primeira vez juntos, cada um para o seu lado. Eu não saí da sua vida. Você não me deixou. Partimos, como tinha de ser, cada um para o seu mundo, sem culpa ou receio. Era hora de voltar a viver.

E a realidade agora é mais bonita, sem toda aquela necessidade de provar algo pro mundo. Nós ainda queimamos um ao outro como fogo e gasolina, mas agora conhecemos bem demais os nossos limites para esperar por um depois. 
O nosso reencontro, casual e inesperado, é o nosso depois. 
Depois da bagunça, dos dramas, do tempo necessário para dizer adeus sem machucar ninguém...

Posso agora admitir que talvez eu jamais tenha como normal a tua presença, nossos corpos próximos um do outro. 
Sem toque, só saudade.
Nossos olhares sempre nos denunciarão. Há sempre algo capaz dessas denúncias.
Mas bem, agora sabemos, o "depois" é mesmo bonito. 
E é quente, de tirar o fôlego e manter na memória. Mas não passa disso. 
Talvez nós combinemos mais com reticências que com ponto final...

Não há nada a ser esperado, nem desesperado, afinal. 
O nosso depois não tem hora marcada, não tem data de chegada, não tem razão. 
Só você e eu, uma saudade não se sabe de quê, corpos que se entregam e a certeza de que tudo acabará exatamente como sempre esteve desde que não somos mais um "nós": completamente bem.

18 de agosto de 2014

Não tão mágico assim.


Me refiz, pela milésima vez.
Mas tu nunca entenderás. E eu não te julgo. É complicado demais entender as mulheres, dizem as revistas. Mas bem sei, tu sabias como ninguém o que me fazia feliz.
Só que agora não tem mais mágica nisso. Você se foi, também pela milésima vez. E eu tive de me acostumar, embora no começo bem tivesse pensado que seria por pouco tempo. Não foi. Já fazem semanas. Parecem vidas. A saudade quase me enlouquece. E doeu muito até que não doesse mais.
No fim das contas não enlouqueci, por pouco. Ou talvez tenha enlouquecido, um pouco. Mas já não choro com a mesma facilidade da adolescência, e a falta de lágrimas me faz sentir forte. Talvez eu nem seja, mas gosto de acreditar nisso. Gosto de acreditar também que as coisas foram como tinham de ser, mesmo que no fundo eu não concorde com isso.
Tu me conheces bem, eu não imploraria. Não que eu não quisesse, mas tenho orgulho em demasia. Pelas minhas contas, mais orgulho que saudade. E não compensa, sempre soube, mas serve de consolo não ter me agarrado a você ao ver suas costas. Serve de consolo que você tenha levado tudo de mim, menos o orgulho. Foi o que restou para que eu reconstruisse meu castelo. Solitário talvez, mas seguro o suficiente para não desmoronar com o som da sua voz.
E meu bem, saibas que as músicas ainda falam de nós, só que agora tem tanta melancolia que perderam a graça. E eu não sei o que fizestes para se livrar do que ficou de mim nos seus espaços, mas torço para que tenha sido menos dolorido que o que foi pra mim. Tu ainda és o vilão dessa história, não te tirarias esse papel por nada, mas eu não aguentaria saber que a tristeza te acompanha. Saudade sim, te deixo sentir, e dela até chorar. Mas tristeza não é o que quero que fique de mim. Pelo contrário, quero que minhas lembranças virem sorrisos e deles tu queiras sempre mais.
E não, eu não vou voltar. Não mais. Nunca mais. Mas seria bonito te ver implorar, ao menos uma vez. Não que eu seja mal,  nunca fui e tu bem sabes. Mas tu me deves muito. E implorar não pagará, mas deixará ainda mais forte o meu castelo de orgulho. Te convido pra um chá se você quiser, mas não garanto que não te servirei veneno. Do teu, é claro, afinal: o que não te mata, te fortalece.

5 de abril de 2013

Ao amor tranquilo.


Eu precisava te escrever. Depois de ontem eu realmente precisava te escrever. Depois de tanto tempo eu tinha que te escrever. E dizer que foi bom, que foi incrível. Que foi exatamente como sempre costumava ser: a melhor hora do dia. Meu coração ainda pula aqui dentro de tanta felicidade.
Você continua sendo meu porto seguro. Como é bom falar quando é com você. Como os problemas e as dores parecem pequenas quando dividas com você. Como o mundo parece um lugar melhor quando você me abraça e a gente, outra vez, volta a ser a base um do outro. Dava pra passar o resto da vida sentada naquela mesa, te olhando nos olhos, ouvindo você falar da vida. Nem lembro a última vez que me senti tão aliviada ao conversar com alguém. Nem lembro a última vez que alguém me disse tão bem exatamente as coisas que eu precisava ouvir. Você continua a pessoa incrível por quem eu me apaixonei, o mesmo que vou amar por ainda toda a vida. Um amor diferente de tudo que já se viu.
Obrigada por continuar sendo meu grande amigo. Obrigada pela paciência de ainda e sempre. Obrigada pelo cuidado ao escolher as palavras. Obrigada por me lembrar do quanto eu mereço ser feliz. Nem tenho palavras pra te agradecer... Nem tenho como explicar como é bom ter alguém que me conhece como ninguém e, ainda assim, me aceita e me ama.
Nosso amor, que já não é o mesmo, continua sendo lindo. O carinho só cresceu, o respeito só aumentou, a confiança só se fez maior. Sem todo aquele desejo e urgência, tudo parece tão mais bonito, não é? Mesmo sem paixão e loucura, nós ainda somos melhores juntos. Vou ser eternamente grata a mim mesma por ter feito exatamente o que deveria ter feito com o que sentia por você: guardado! Vi a paixão virar sentimento bom, nutrido pelas lembranças maravilhosas e pela saudade sempre presente. É bom te amar de um jeito saudável agora e perceber que com você aconteceu o mesmo. Preciso te agradecer por isso também.
Sei que você vai ler isso, cedo ou tarde, porque a cumplicidade continua a mesma. E só queria que você soubesse que os sonhos mudaram de rumo, mas tenho certeza que vai ser eternamente assim, nossos caminhos se cruzando pela estrada, pra que um lembre ao outro do que ele tem de melhor. As outras pessoas jamais entenderiam, o mundo jamais acharia normal, mas a gente sabe que do nosso amor a gente é quem sabe, e isso basta.
Vou torcer por você sempre. De longe estarei pertinho, desejando sempre o melhor. Quando a barra pesar por aqui outra vez eu ligo. E você sabe que pode sempre fazer o mesmo. Amor de verdade é isso: Saber a hora de deixar o outro seguir em frente, mesmo que isso doa. Obrigada por tanta generosidade e compreensão. Você é o ser mais lindo que já conheci nessa vida e, pelo visto, vai ser sempre assim.
Te amo, ainda e sempre. Obrigada por ser quem você é e, de quebra, não me deixar esquecer quem eu sou, o que mereço e aonde posso chegar!

7 de janeiro de 2013

Carta ao futuro!


Tem passado que volta tão bonito de se ver que merece realmente ser chamado de presente. Uma segunda chance pro que numa primeira tentativa não deu muito certo. Não por erros imperdoáveis ou mágoas sem tamanho. Simplesmente naquele determinado momento não era a hora certa. Como talvez ainda não seja essa, mas se tratando da gente vale muito à pena tentar!
Reconhecer seu sorriso, sua voz, seus gestos. Voltar a caber no teu abraço, nos teus sonhos, no teu mundo. E agora sem toda a pressa da adolescência. Sem todo aquele medo de estar perdendo todo o resto... A gente só tem mesmo é a ganhar. E é bom demais perceber que estamos fazendo por merecer.
Você é quase o mesmo, com um jeito encantador e a forma de me tratar como se eu fosse a única no mundo. Sempre soube que perdia muito ao te deixar partir. E só o fiz por saber que, naquele momento, você merecia mais que o que eu tinha pra oferecer. Era injusto receber tanto e não saber o que fazer com o pouco que eu tinha pra dar... Jogava sobre você esperando que você fosse capaz de entender minha falta de jeito e de todo o resto. E você sempre o fazia, com olhos que esperavam por mais, mas felizes com o que recebiam. Todo um jeito bom de lidar comigo que ninguém mais no mundo jamais teve.
Você é incrível, sabia? Sempre, todos os dias dos últimos anos, pensei assim de você. E inúmeras, milhares de vezes, me senti tão burra por te perder. Hoje eu vejo o quanto foi bom não ter sido egoísta. Vou ser eternamente grata por essa segunda chance nos dada pela vida.
Cada uma das vezes que penso em você me vem um riso fácil. E nadinha no mundo consegue diminuir a admiração que eu tenho por ti. Dessa vez vou fazer tudo certo, prometo! E todos os últimos dias separados não são nem o começo do tempo que ainda temos pra ser felizes juntos. Te amo, ainda e sempre!

19 de setembro de 2012

Reencontro.


  Como eu queria te abraçar agora e sussurrar qualquer coisa em teu ouvido. Tocar tua pele como quem ganha o mundo embrulhado em papel de presente, o desejo imenso de desvendar todos os mistérios. 
  Fazer de dois, um sonho. Sorrir junto. Ter teu colo pra chorar. Te olhar e ver o que as cores têm de mais bonito. Beijar teu sorriso, morder tua orelha, arranhar tuas costas. Me fazer pequena pra ser guardada em teus braços. Grande pra te merecer. E ter sempre o corpo quente pra te aquecer.
  Ser abrigo, esconderijo, fuga. Ser refúgio. E passar a mão nos teus cabelos com força. Sentir na minha a tua respiração. Não ver o tempo passar e sentir cada minuto como quem toca a felicidade. Dividir o copo, a dose, as dores. Ouvir tua voz de perto, com os erros de português e o grave dos momentos de raiva.
  Dizer, sentindo teu corpo no meu, do quanto você me encanta. E repetir coisas sobre paixão e pra sempre. Pedir que não tenha medo, que me segure, que me acalme e me enlouqueça. Fazer promessas possíveis e trocar confidências. Todas as formas mágicas de botar o sentimento pra fora sem que ele atropele a nossa história. Tudo que te faça mostrar um sorriso e chegar mais perto. Qualquer coisa que te mantenha ao meu lado, que mantenha a chama acesa, que acalme nossas almas. 
  Cantar canções que me lembrem você. Dizer que esperei por isso a vida inteira. Mostrar que é exatamente o que eu quero. Deixar bem claro que eu sei exatamente como te fazer feliz. Basta que você deixe. Basta que você perceba que o mundo inteiro para pra observar a mágica que existe quando nossos corpos se encontram. 
  E então toda espera parecerá pouca. Parecerá nada. Toda saudade valerá à pena. Qualquer coisa fará sentido. E tudo que vier de você será bem-vindo. Será suficiente. Será perfeito. Pra que o sentimento não se perca e todo encontro seja sempre o primeiro.

18 de junho de 2012

Do lado de lá.



Talvez eu devesse ter ligado no dia seguinte e dito que foi besteira. Um pedido de desculpas, como tantos outros. Outra vez nós dois na mesma cama, ou sofá, ou qualquer lugar que conseguisse suportar o peso de nossos corpos unidos. Eu sei que dependia apenas de mim para ser diferente. Sei que fui eu quem virou as costas primeiro, mesmo com toda a vontade de olhar pra trás. Sei de tudo, mas ainda prefiro colocar a culpa em você.


Talvez, com algum esforço, eu ainda consiga lembrar o número do seu telefone. Não liguei mais. Não há mais motivos. E ainda assim, não sei porque, acho um absurdo completo. Você e eu, dois destinos que caminharam lado à lado cantando sobre amor- hoje apenas silêncio e olhar perdido. Nunca vou conseguir pensar que é normal te ver e não abrir o mais largo dos meus sorrisos. Nunca vou me adaptar ao seu jeito, sem jeito, todas as vezes que acabamos por nos encontrar. É como não ter vivido o passado. É como não ter te conhecido. E isso nunca vai me parecer algo real.


Deixei o sentimento em qualquer lugar pelo caminho que não sei dizer ao certo qual foi. Outro dia acordei e pronto, quase que por encanto, já não havia mais a saudade angustiada. E nem mesmo olhando as fotos ela voltou. Foi estranho e ainda é. Hoje vejo com clareza que demorou muito mais porque eu quis que demorasse. De alguma forma era bom achar que eu deveria esperar. De alguma forma parecia errado deixar de sentir. Até que aconteceu tão naturalmente que, quando dei por mim, estava agradecendo por tudo ter sido exatamente como foi. Por ter aceitado que era bom que a vida passasse, como ela sempre faz.


O que tantas outras vezes intitulei, com muito orgulho, de amor, hoje não sei bem o que era. E não me orgulho disso. Mas agora, já sem todas as expectativas e conhecimento grande sobre o dar sem receber, vejo que o amor é bem mais que chorar por saudade. E o tempo, por quem sempre tive grande admiração, fez seu papel ainda mais bem feito que o de costume. Mostrou aos poucos todos os buracos invisíveis que nossa relação nunca foi capaz de preencher. Me fez ver, depois de anos cega, que na ausência um do outro, a gente dizia que não por culpa em admitir, mas acabávamos nos sentindo mais felizes. Não, 'felizes' não é bem a palavra. Mas ficávamos mais leves, mesmo que o encontro ainda causasse borboletas no estômago.


Aos poucos o homem que eu amava, deixou de ser assim. Em algum lugar entre as nossas brigas e as fotos de momentos felizes, fui deixando de perceber as coisas que antes eu tanto admirava em ti. Você não se tornou alguém pior, o problema nunca foi você. Você continuou apenas sendo você mesmo e, não sei bem porquê, mas aos poucos isso foi deixando de ser suficiente. Eu deixei de me esforçar para ver em você o cara por quem esperei a vida inteira.


Obrigada por ter consigo ficar bem sem mim. Por não ter voltado. Por ter encontrado um jeito de continuar sendo você, mesmo quando eu fazia de tudo para mudar isso. Eu fui terrível, sei bem. E aprendi com cada um dos meus erros. Ponho a culpa em você porque sou do drama, você sabe. Mas todo esse tempo em que escolhi ser sozinha foi exatamente para não agir outra vez como agi com você. Eu também custei a acreditar, mas a solidão me fez bem melhor. E espero que um dia você possa perdoar as vezes que falei coisas que você não merecia ouvir. Somos inteiros demais e agimos errado tentando ser a metade um do outro. Acho que o tempo já desculpou esse nosso equívoco.


Lembro de você com uma paz que é quase um crime. Por vezes acho impossível que tenha mesmo acabado assim. Mas sei bem que foi o melhor final que poderia ser escrito pra nós dois. E retiro aqui todas as culpas que lhe dei. Não existe mais nenhum segredo que seja apenas nosso e, como consequência disso, nada mais nos une. Parabéns pela sua vida sem mim. Agora é minha hora de, uma vez por todas, atravessar a rua. Do outro lado, tenho certeza, a vista é bem mais bonita. Dá pra ver pelo seu novo sorriso.

21 de outubro de 2011

Cartas. Segredos.

Sobre a saudade eu sei. E sei também do tempo que passou, cada minuto incontável e, por vezes, tão demorados. Sei das cartas que não chegaram e também de todas que escrevi, mas não mandei. Sei de algumas coisas que te aconteceram e de quase nada sobre mim. Algumas coisas não mudaram. Outras se perderam sem que algo pudesse ser feito.
Às vezes quase te ligo durante a noite, mas desisto porque sei que você falaria impaciente de um jeito que eu sempre detestei. Às vezes penso em ver você, mas ainda não sei o que te diria e então deixo pra lá. Venho deixando para lá todos os dias. Adiando qualquer coisa que eu não sei o quê, mas que certamente não faria diferença alguma.
Nossa foto empoeirada guarda sorrisos tão verdadeiros. Tem qualquer coisa bonita nisso que eu ainda não sei descrever, mas quando souber te enviarei uma carta contando, pra você ler num domingo e pensar que nem sou de todo mal assim. Sou bem do bem na verdade. Talvez você não tenha percebido e eu bem admito que só descobri isso depois que você se foi. Mas, de qualquer forma, ainda solto palavrões quando bato com o joelho no canto da cama ou de alguma cadeira por ai. Nada tão imperdoável quanto às coisas que eu fazia antes. Você pode não acreditar, mas deixei de precisar pedir desculpas com tanta frequência. Deve ser porque não tenho mais com quem brigar pra decidir quem apagará a luz.
Sei de tudo o que você detestava em mim. E mudei. Sério. Melhorei em quase tudo. Só continuo tão ou mais exagerada quanto antes, mas também quem garante que não era isso que desencadeava todo o resto? Acho que eu nunca vou saber. Pra falar a verdade, nem me interessa. Na maior parte do tempo estou mais preocupada em ler ou assistir qualquer coisa que ficar me policiando pra ser alguém melhor. Ser alguém melhor tem de ser algo natural. É o que eu acho. Mas eu também acho que você não deveria ter ido embora, então o que eu acho não deve contar muito.
No fim das contas o que eu queria era que você recebesse essa carta. Eu não vou mandá-la, a gente sabe disso. Mas eu realmente queria que você lesse qualquer uma das milhões de cartas que escrevi pra você. Não para que me mandasse uma resposta. Eu sei que você não o faria. Era só pra eu saber que você não me esqueceu. Era só pra eu saber que mesmo não fazendo falta, você continua sabendo que eu existo. Sabendo que esse sentimento existe. E ele é lindo. E verdadeiro.
Era só pra você saber que quando chove é em você que eu penso. E quando faz sol eu quero ter você comigo. Se o tempo passa eu só o sei por que conto o tempo em que não tenho você. E tem alguma coisa no teu sorriso que não me deixa te tirar da cabeça. Mas isso não é coisa que dá pra escolher. E também se pudesse eu nem sei se faria. Porque não dói, sabe? Nem mesmo por um segundo. É  bonito demais pra doer. É grande demais sentir alguém assim, independente de tempo. É mágico demais, pra alguém simplesmente me pedir pra deixar de te amar. Eu não vou. Pra lugar nenhum. Vou ficar aqui e continuar escrevendo. Vou sonhar todos os dias, sem esperar por nada. E não importa que digam que é errado. Tem tanta coisa errada no mundo que ninguém se importa em mudar. Sentimento bonito assim só pode é fazer bem. A gente sabe disso. Em cada riso dado, em cada momento juntos, em cada sonho realizado. A gente sabe disso. E só de saber que dividimos esse segredo, já sou feliz. Sem garantia nenhuma, mas com toda a esperança que só o amor é capaz de não deixar morrer.

10 de junho de 2011

Cor verde. Tamanho indefinido.


Encontrei uma camisa sua perdida no armário. Ainda a mesma cor e eu posso jurar ter sentido seu cheiro, mas não me permiti certificar. Medo? Não sei direito. É só que algumas coisas é melhor não arriscar, e costuma vir do cheiro àquelas cócegas no nariz que me causam água nos olhos e eu não sei bem como definir, mas alguma força não me deixou repetir o velho erro. A tortura não anda me atraindo muito, como deixou de ser com seu jeito de andar.
O inevitável é não pensar nas noites que dormi vestida naquela camisa, como também na camisa que presava pelo nosso amor, que aliás, desde o começo, vesti sozinha. Noites em que antes de dormir te imaginava chegando, com qualquer desculpa que fosse, pra dormir ao meu lado. Você não veio. Canções, histórias, pessoas, lugares, viagens, vitórias, derrotas, vidas para dividir com você e você não veio, nunca soube do que eu tinha para lhe dar, nunca saberá. E não fosse a chuva que caiu por várias noites e o sol que insistiu em nascer tantos outros dias, poderia bem dizer que por muito tempo o tempo se manteve parado. Eu na espera de um alguém que já não existia, contando uma história que na verdade nunca aconteceu.
Dos e-mails que não recebi, das mensagens que não me chegaram, das ligações que não tinham sua voz o que ficou foi a mágoa de saber da saudade que você não sentiu. Tanto amor do outro lado da cidade e você dormindo sozinho, me fazendo passar frio, não correspondendo nenhuma das expectativas que criei. E lhe culpo, de cabeça erguida, pois quis apenas o que você tinha dito poder me dar. Seu egoísmo imenso movendo duas vidas: uma de conformismo e a outra de solidão. Enquanto você recebia um coração, dado de bom grado, eu queria ter recebido um sonho em troca, alguns beijos talvez... Mas nada! Só algumas palavras sem muito valor. Posso jurar ter visto alguma verdade nos teus olhos, mas também essa é outra das coisas que não poderei me certificar. 
Lembro-me de ter passado noites focada em avaliações dos seus risos, jeitos, gestos, vozes, toques ou qualquer outra coisa que eu possa ter deixado passar despercebida, alguma coisa que me respondesse todas as perguntas que ficaram e que você nunca voltou para responder. Não encontrei resposta alguma, aliás, só me lotei de mais dúvidas e algumas certezas errantes de que não podia ter sido mentira. Nada que realmente justificasse as mentiras que contei, repetidas vezes, para mim mesma enquanto tentava me convencer de que algo, seja lá o que fosse aquilo que existia entre nós, ainda valia a pena. Acabou que não deu em nada, a verdade tem essa coisa de insistir em aparecer.
Enquanto quase durmo as horas passam rápido e nosso conto, na minha cabeça, se repete sem pedir licença. Anos de história relembrados de meia em meia hora que parecem um filme com prazo de validade vencido e um rótulo nítido: "Feito para não durar". Contenho o congestionamento nos olhos, contenho a dor que causa lembrar e repito, como quem nada quer, pra ver não machucar tanto quanto parece inevitável ser, que "tudo bem" porque a essa altura da vida, tudo bem mesmo! A camisa ficou no armário e as lembranças que me acompanharam até a cama só me fizeram ver que ela já não me serve, cresci demais! Assim como seu abraço, sua camisa já não me guarda, enquanto quase  tenho certeza quem em ti ela certamente ficaria folgada, mas esse deixou de ser um problema meu.
Ao escrever essa carta o coração apertou um pouco, aquele medo bobo de termos perdido a chance das nossas vidas, besteira minha! E com a certeza de que assim foi melhor pra mim, penso em silêncio, já quase cantando: "Mas coração, se preocupe não, algumas coisas não são para ser".

29 de maio de 2011

O que de melhor vem depois.


E eu te dei um céu, poucas nuvens e todas as estrelas. Você bobo, um tanto apressado, não soube cuidar. Não te culpo, aliás, em partes agradeço, algumas coisas não são pra ser. Agora vejo, depois de tantas vezes ter de enxugar os olhos, que nossos destinos traçados na maternidade romperam o laço antes que ele se transformasse em nó. Um desperdício talvez, nós dois erámos realmente bons juntos. Mas veja, por mais difícil que tenha sido para acreditar, somos ainda melhores separados.
A vida não tem mais tanto drama, embora certamente outro alguém já deva ter chegado na fase 'ligações chorosas pela madrugada', fazendo seu celular tocar como só eu, cheia de expectativas, era capaz de fazer. Bom, ao menos agora o foco é outro e esse, se tiveres sorte, deve ser mais facilmente vislumbrado que aquele criado por nós. Um segundo, uma dúvida: Nós criamos o foco juntos ou eu apenas fiz você olhar pro mesmo lugar que eu? Hoje bem mais sóbria, consigo admitir que eu te sufocava e era um exagero a minha mania de sempre esperar de você muito, mas muito mais, que o que você tinha disponível pra me dar. De qualquer forma parabéns por ter nos dado outro rumo, me forçado a criar um foco sozinha e se superado, criando seu próprio foco, onde não me cabia. Eu e meus borrões, quando tudo que eu queria era ser luz. Talvez eu tenha sido, tanta que te ofusquei! E não fiz por querer, e sim por te querer demais.
Depois de tanto me guardar no teu abraço soltei tua mão e me fiz ir, mesmo contra meus pés, pra qualquer lugar que te tornasse impossível. Não que eu precisasse - você se tornara distante mesmo quando perto, era mais uma forma de testar a boa e velha regra onde o que os olhos não vêem o coração não sente. E sentiu, por muito tempo, até que foi parando aos poucos, depois de todas as agressividades e os 'não' escancarados que eu de cara lavada me dispunha a ouvir, enquanto fingia tapar os ouvidos.
O prometido para sempre acabou e quem prometeu ir comigo aonde quer que eu fosse, ficou pelo caminho. Talvez naquela esquina que por várias vezes foi palco para declarações e hoje, vista de longe, parece ter se tornado uma ponte quebrada entre eu e você, impossível reformar. A vida e suas voltas: nós dois sempre andando em sentidos contrários, e ainda assim sem em nenhum ponto nos reencontrar. Estava escrito em algum livro perdido que não seríamos feitos para durar, mas duraríamos o suficiente para sabermos exatamente o que não ser no futuro, quando a hora chegasse e não houvessem mais chances a desperdiçar com outros rostos e bocas, tão marcantes como foram os nossos um para o outro, mas provavelmente bem mais constantes e racionais.
Depois de sermos o oposto do que esperávamos um do outro, o que fica é claro: Você é bom. Incrível, surreal. Eu também! E somos tão, mas tão bons, que é até injusto ficarmos juntos e não dividirmos todo o nosso brilho com alguém por ai, sem tanto brilho, mas com equilíbrio suficiente pra lidar com a parte difícil de ter alguém tão radiante ao seu lado.

22 de maio de 2011

Feliz idade melhor amiga.










Em um tempo espaço onde pessoas mentem na mesma frequência com que tomam água, é cada vez mais difícil encontrar alguém pra chamar de "amigo", confiar de verdade, dividir segredos e não ter medo de que as coisas mudem se, por algum motivo, a distância bater. É meio complicado dar carinho hoje em dia, com gente por ai cheia dos pré-conceitos que vêem num "Oi" mais coisas que o que ele realmente representa. As inter-relações estão um caos e é quase impossível não quebrar a cara com alguém hoje em dia - parte por culpa das nossas demasiadas expectativas, parte por culpa da falta de caráter que virou moda.
O fato é que se tem algo na minha vida que nunca me faltou foi um treco chamado sorte, que todo mundo quer e poucos (olha eu aqui) têm a sorte de ter. Outro dia, alguns anos atrás (um número razoável deles), conheci uma pessoa pequena, só de tamanho. Imagine ai um riso histérico, mãos em movimento e um turbilhão de palavras. Eu sei, parece eu mesma, mas me conheço há duas décadas e esse presente (Divino), só conheço há 5 cinco incríveis anos que, por obra da minha sorte, viemos dividindo juntas.
Acredito muito em anjos, nessa coisa de destino, numa força maior. E não, minha melhor amiga não é anjo, NÃO MESMO (hahaha). Mas um anjo (o destino, uma força maior) colocou ela na minha vida, pra me dar alegria, amor, paz. Certamente já sabia dos tormentos que viriam, das noites de sábado juntas, das lágrimas e risos compartilhados, dos sonhos que dividiríamos e de como ninguém mais no mundo cuidaria de mim com tanto bom-humor e paciência. O anjo, ou o que quer que seja que tenha mandado ela pra mim, só pode ter pensado que o mundo precisava da nossa história pra ser um lugar mais bonito. É com orgulho que vejo nossa amizade, cada vez mais, como coisa rara.
Não consigo pensar em mais ninguém que pudesse ocupar esse espaço na minha vida que é teu por direito e que te dei por saber que você, como ninguém, o merecia. Cinco anos depois, muitos tormentos, altos e baixos, histórias de amor, fim das histórias de amor e confusões, aqui estamos nós. E nosso amor, intacto! A sinceridade só cresceu, a cumplicidade só ficou mais bonita, a confiança só se fortaleceu. Em meio à todas essas coisas, e pessoas, que passam por nós tão rapidamente, aqui estamos, sólidas. Aliás, você é uma das poucas coisas constantes que tenho na vida, nem pode imaginar o quanto isso significa pra mim, ou pode né? Já que me tornei uma constante na sua vida também - uma constante dor de cabeça, um constante trabalho, um constante sermão, uma constante embriaguez na cama ao lado da sua (hahaha). E sei que mesmo com esse meu excesso problemático sempre presente, você sente por mim a mesma amizade, amor, confiança que lhe tenho. Reciprocidade linda essa nossa.
No seu aniversário eu estou de parabéns por te ter na minha vida. No seu aniversário eu só quero lhe desejar toda a felicidade do mundo, várias noites de sábado incríveis e manhãs diárias cheias de amor e bem-estar. Que sejam prolongados os sorrisos, os bons momentos, as bonitas histórias. Que os sonhos se realizem, que as realizações se cheguem, que o amor te encontre. AMIGA (com todas as letras e sentimentos da palavra) você merece tudo que há de melhor por ser essa pessoa incrível que só você consegue ser. Esse seu caráter, sinceridade, paciência, bom-humor, carinho... Nossa! Mil e uma qualidades que fazem de você tão querida por todos que se aproximam.
Obrigada por dividir comigo a felicidade desse dia e também os bons drinks que vêm junto dele (claro, rs). Você é uma das histórias mais bonitas da minha vida e eu jamais seria tão feliz se não fossem nossas birras, loucuras, brincadeiras, broncas, histórias... Tudo com você é mais bonito e ninguém no mundo me entende tanto. Meus parabéns comadre, você é um ser lindo e eu tenho muita sorte de te ter em minha vida. Duas doses de juízo junto da vodka, ok? Só pra evitar maiores riscos, rs. Que venha mais um ano nosso, tão cheio de histórias boas como os últimos. Te amo.

10 de maio de 2011

Do amor que ficou.


"Eu sei que as coisas mudaram muito, sei que o tempo empoeirou os porta-retratos e rasgou muitas das nossas fotos. Sei que as cartas se perderam e que, ainda assim, muitos dos machucados não foram curados. Eu sei da dor, também senti. Mas eu quero que você saiba que mesmo com toda essa bagunça, com todos os planos que não deram certo e todas as palavras que mil vezes me machuram e que foram revidadas causando a mesma dor em ti, ainda assim te amo. E amo como se o tempo nem tivesse passado, como se nada de ruim tivesse acontecido, como se você fosse o último homem do mundo. Eu te amo com tanta força e verdade que até me surpreende e como, mas como mesmo, eu queria que você me amasse de volta, assim, sem nenhuma cobrança e com total entrega."

27 de abril de 2011

O pior do bom moço

Com os olhos cheios de emoção, olhos mesmos que um dia fizeram amor comigo numa esquina dessas da vida, disse-me que passou. Não que estava acabando, não que as coisas mudaram, não que tivesse jeito. Passou! E como quem acha que amor é quase nada me recomendou um band-aid, dizendo que tudo sara e logo nova eu seria. 
Da dor? Da dor o que tem pra ser dito é que foi grande. Não dessas em que não se dorme a noite ou nas quais se perde a fome, mas dessas que preenchem vazio com saudade do que não se teve, dessas que te acordam numa madrugada de terça-feira e repetem baixinho no teu ouvido que tá doendo e não tem jeito e que não importa se você voltar a dormir, quando acordar ela estará ali, ainda maior, esperando pra te lembrar que vai continuar doendo quando tocar uma música de Caetano no rádio e que, só pra te contradizer das coisas lindas que costumas pregar, fará questão de te doer com as lembranças de um final feliz que você não teve.
Mas veja só que graça, ele era um bom moço e fazia amor do bom. Ele tinha uma voz amável e os olhos tinham emoção, tinham sim. Donde se tira emoção pra dizer que passou? Porque olha, tirar emoção da dor dos outros já é então maldade demais. E foi o que ele fez, foi exactamente o que ele fez: Emocionava-se ao me ver ali, chorosa. E não que aquilo fosse dessas emoções penosas, não. A emoção era das boas, dessas que a gente gosta de sentir pra saber que está vivo, dessas que um pouco mais e enchem os olhos d'água. E sem exageros, o moço quase chora. E quase chorando me recomendou um band-aid, vê se pode, como se dor no coração fosse coisa que a gente sopra e passa, como se a minha dor fosse pouco caso, arranhão superficial. Esse moço só podia então estar de brincadeira.
O caso é que não estava, ele falava sério, tão sério quanto em todas as vezes que disse me amar, tão sério quanto em todas as vezes que me quis ao seu lado num cinema aos sábados ou num barzinho dividindo sorrisos. A seriedade do moço continuava a mesma e isso me dilacerava por dentro porque fora essa mesma seriedade que me arrancou suspiros, ou você acha que é fácil não se apaixonar por um cara que te guarda do resto do mundo? Um cara bom moço que te trata bem e tem poder suficiente pra te guardar dos perigos da vida enquanto você nem sabe, mas o maior perigo da vida é ele. Era demais num ser só, era encanto demais pra eu resistir.
E me recomendando um band-aid ele se foi, olhos cheios de emoção e emoção real nenhuma, nenhuma emoção que o fizesse mudar de ideia. Foi embora e não voltou, me deixou todas essas noites agarradas a um celular que não tocou e à espera por uma visita que não veio e nem seu paradeiro eu sei mais, sumiu feito pó. E olha ele é alto, é forte, tem sorriso doce e olhos de emoção. O bom moço te abraça e te guarda como nunca antes outro fora capaz, o bom moço te fala com uma voz doce no ouvido e anda todo prosa de mãos dadas com você na rua e é por isso que te escrevo, te escrevo para que não caias. Te escrevo para que reconheças o bom moço, para que não deixes que ele te engane, que esse olhar de emoção é pura cena de novela barata, que esse abraço que te guarda na verdade te joga num abismo sem fim. Escrevo e descrevo o bom moço para que saibas que o que ele tem pra te oferecer é recomendações de um band-aid, algumas noites de prazer e um coração repleto de buracos no fim de uma história sem final feliz. Então moça que me lê, entendas, de bom moço ele não tem nada, só essa cara deslavada e porte de super homem e umas mãos que te seguram com força e te enlouquecem, mas é tudo ilusão, ele não é bom moço e nem vai te levar pra casa, nem mesmo vai avisar com antecedência, vai dizer que passou pra ele e bom, que passará pra você também, o que é mentira porque pra mim ainda não passou. Corre, foge, não te iludas com esses olhos e te livra do uso do band-aid porque o tenho usado e descobri ainda mais, vejam que bom moço mentiroso, band-aid até tapa, mas não sara nada.

24 de abril de 2011

Com saudade.

Tentei contar todos os Kms que tiram nossas noites de paz e deixam o frio maior. Você sabe, essas noites longe de ti, não tem sido fácil. Tem uns pensamentos antes de dormir que saltam dos planos de reencontro pro medo imenso de perder você pra essa distância e  saudade imensa que ficaram nos espaços que eu costumava ocupar.
Queria assistir filmes na madrugada de hoje com você, queria isso todas as madrugadas da semana e queria que a semana nunca tivesse fim. Queria sentir teu cheiro vindo no ar, em meio às nossas conversas sobre o futuro e também sobre o que passou, teu cheiro misturado ao som da nossa música enquanto você me beija e, finalmente, o frio passou. Queria sentar no teu colo no fim do dia, meus braços agarrando seu pescoço e nosso riso fácil, sem nenhum motivo maior, a não ser a imensidão que é não estar longe, poder tocar. Queria você aqui pra dormir, pra acordar, pra brigar por coisas bobas e fazer as pazes com beijos sem fim, mas só tenho a saudade e um celular que alivia esse apertinho e a insegurança que essa distância acaba por causar.
E a gente tenta porque pra nós compensa, embora ninguém entenda. A gente tenta por saber que toda a distância que separa nossos corpos não consegue separar nossos sonhos e nem apagar as lembranças boas que fazem a gente querer sempre mais. A gente tenta porque o tempo passa e vem o reencontro, vem os beijos demorados, vem as noites sem sono, vem o amor sem fim. A gente tenta por ter essa coisa mágica que rola quando nos olhamos e parece ser a primeira vez, quando nos abraçamos e o mundo inteiro parece conspirar a favor, parece nunca ter nos afastado.
E acredito em todas as canções que cantam coisas bonitas sobre amores que crescem mesmo com a distância; leio cheia de fé e felicidade histórias de distâncias que não separaram e que renderam bons finais felizes e faço-me surda pra quem diz que não vai dar certo, que o tempo vai estragar... Ninguém estraga o que existe entre a gente, nada apaga as coisas que vivemos. Meu bem, para mim, você continua segurando minhas mãos enquanto caminho até uma lanchonete à procura de um jantar. Para mim você é a canção preferida que toca no rádio, um seriado que eu assisto diariamente pela sensação boa que me causa, um livro que eu leio e ao chegar no fim queria que não tivesse acabado. Todos os Kms que não me deixam te tocar não são nada quando sonho com você ou quando penso, cheia de esperanças, que o tempo correrá e nossos corpos se abraçarão outra vez. Toda essa distância não é nada quando no fim dessa estrada eu sei que vou encontrar você, os mesmos olhos e a mesma boca, cheio de coisas novas para dividirmos.

10 de março de 2011

Então na volta...

Quero ouvir tua voz só mais um pouco, a mesma voz de sempre, trazendo a paz que eu preciso. Estamos bem, longe! Estamos levando vidas que diferem e sonhos que estando distantes não podemos realizar. Tem uns segredos que você precisa saber e alguns lugares meus que logo serão nossos, você vai gostar. O mar tem estado calmo na tua ausência e o sol tem demorado pra nascer. Quero conseguir ler teus olhos porque é bem provável que as palavras não sejam ditas, pelo menos nenhuma que tenha real sentido. Cante alguma coisa, uma das nossas músicas ou algo que você queira me dizer, algo que me faça compreender sua saudade, eu vou saber decifrar tuas verdade que não devem ser ditas.
Todo meu amor eterno continua o mesmo e tem durado eternamente como o prometido. Você tem feito falta, teu corpo tem faltado à minha alma e algo me diz que desse lado aí também tem muita saudade que precisa ser curada. Quero ouvir das novas manias, conhecer os novos sabores e realizar nossos novos velhos sonhos. Quero dormir ao teu lado numa cama pequena, sentir o gosto do teu corpo e ver sorrir minha alma com tua presença. Nada de barulhos ou cobranças ou medos, eu e você numa cama pequena longe da vida real e perto do nosso céu. Tantas coisas loucas vão rolar e besteiras para serem feitas, algum sentido que só a gente consegue encontrar nessa história de vários trezentos e sessenta e cinco dias.
Vou pintar teu nome com letras bonitas em qualquer canto pra olhar e ver memória, ver coisa doce, ver vida e querer viver. A liberdade vai ser tanta... o vento cantando pra nós e o abraço nos guardando do perigo do mundo. Vai ser bonito e verdadeiro, vai ser intenso como sempre foi e vai continuar sendo eterno. Serão cores novas, palavras cantadas, serão versos curtos e bonitos. Será tanta paz, será tanto amor, será tanta voz dita em silêncio que você vai querer que seja pra sempre, que você nunca mais vai querer ir embora... E vai ser feliz, vai me fazer feliz. E vai ver que não tem graça viver na saudade.

25 de fevereiro de 2011

Atenciosamente

Pedir que não errasse não era o certo a fazer, não havia necessidade disso, eu sabia que você não o faria. Eu tinha que pedir pra que você não me deixasse errar, não me induzisse ao erro. Você entende, não é? Todas essas minhas cartas que vêm amarrotando sua caixa de correios não são por nada, são pelo óbvio e pela única coisa que quero de você: atenção.
Por favor não me prometa o mundo, não quero tudo isso, eu só quero atenção. Quero que note o novo corte de cabelo ou a cor que quase imperceptivelmente mudou. Diga diariamente o quanto me ama, diga várias vezes e não só com a boca, use os olhos e seu coração, use a alma pra me falar do seu amor. Lembre-me diariamente que sabe e pode me fazer feliz, relembre-me dos nossos primeiros meses, relembre-me dos nossos primeiros encontros e de como você adorava rir ao telefone. Lembre-me do quanto eu amava seu sorriso ao telefone. Lembre-me o porque de nossos beijos se completarem e não se esqueça de dizer o quanto quer que isso nunca mude.
O tempo é o maior vilão da nossa história, impondo barreiras e apagando a memória, fazendo com que não haja sentido. Lute contra ele e me dê forças para enfrentá-lo, mostre-me o orgulho que tem da minha força e de como juntos continuamos invencíveis. As vezes eu não vou merecer isso, mas tenha paciência e só aumente o tom de voz quando precisar cantar nossa canção pra que eu perceba que ela ainda faz sentido. Quando eu não merecer seu beijo me beije assim mesmo e não diga nada, eu vou saber interpretar seu silêncio e vou querer corrigir meu erro.
Eu tenho medo do que podemos nos transformar, eu já vi esse filme antes e a indiferença era mais fria que gelo. Não deixe que outro alguém me dê ombro quando o ombro que me pertence é o seu e não deixe que ninguém seja mais meu amigo que você, não quero ter segredos com outra pessoa, entende isso? E quando ler cada uma dessas cartas comente sobre cada uma delas e por favor, fique feliz ao lê-las. Se não houver mais planos e de alguma forma perder a graça, me diga isso e diga se quer recuperá-la, diga antes que seja tarde e eu farei por ti ainda mais que o que faço, qualquer coisa, um sonho doido, o que quer que seja pra que a mágica não se perca.
Não quero esvaziar as gavetas, colocar meias com outro tamanho, quero preencher todos os meus espaços com tudo que é seu. Então não deixe que isso se perca e não digo isso porque exijo muito, mas já sei de cor as lições sobre amores, segundas chances, fins de começos e todo o resto, decorei cada uma das lições dadas na cartilha e a única que nos livra de ter que aprender todas as outras é essa: Atenção.
Esteja atento a mim, mostre-me isso, se mostre aqui. Estou ligada em tudo que te cerca e a única coisa que pode evitar que isso mude é que você faça o mesmo por mim. Me ame de volta, com toda a atenção e carinho que também lhe dedico, me ame por inteira e permita que eu possa te amar também. Me ame de verdade e convença-me, todos os dias, que não fará sentido algum amar outro alguém.