25 de agosto de 2012


Aquele crença boba no impossível ainda existe. 
Não sei, não consigo não acreditar que chegarei lá. O dicionário definiria facilmente como teimosia diante da quantidade de vezes que quebrei a cara. Mas não é isso. É bem maior. É como saber, ter certeza absoluta, dentro de uma caixinha guardada no fundo da alma, que se eu fizer o meu melhor, vai dar certo. E que mesmo que não seja assim desde o primeiro momento e para sempre, continuará sendo a melhor das opções. Tentar renova a alma. 
Não tem muita explicação pra isso, só que nem mesmo os "joão bobos" encontrados pelo caminho levaram de mim mais que o que mereciam, mesmo que eu tenha me entregue bem mais que o que seria justo comigo mesma. Nenhuma troca é justa. Mas nem mesmo as mentiras bem contadas foram capazes de fazer com que eu deixasse de acreditar num sorriso bonito e olhar firme. 
Talvez eu venha mesmo a me machucar outra vez . Talvez não. E eu sou do tipo de pessoa que acredita em tudo, menos na dúvida. Não nasci pra não saber as respostas e pago caro por isso. O bom é que isso não me incomoda e, como cada centavo sai do meu bolso, volto a me arriscar outra vez com toda a minha intensa sinceridade e crença desmedida. Não no outro, mas em mim mesma. Por acreditar cegamente que uma hora dará certo. Que eu mereço sim ser muito feliz!


18 de agosto de 2012

Da série: Nem vem que não tem!

Na tua vida não tem espaço pra mim e eu nunca fui de me conformar com meio lugar pra ocupar. Sou espaçosa, te disse. Deixei bem claro que te queria inteiro, porque não sei me doar em metades. O embrulho vai completo: papel bonito, laço, dramas e sorrisos. Quero o mesmo em troca, tudo muito justo. Nada morno. Sem meios termos, sem relação meia-boca.

Depois você não entende do que eu tô fugindo. Parece não saber que sentimento raso me dá medo. Amar independente das incertezas, vá lá. Mas amar com prazo de validade não! Me recuso. Não sei lidar com palavras ensaiadas e data marcada pra sentir saudade. Não sei e não quero aprender. Passei tempo demais redecorando meu coração pra deixar que ele seja ocupado por um prazo. Não quero prazos, quero que dure. Desde o beijo ao pós-briga. 


Não sei agir como se seus pedaços fossem bons. Quer dizer, bons eles são, até admito. Mas não são o suficiente. O pedaço de você que sobrou pra me levar num jantar no sábado não vai durar até a manhã do domingo, quando você estará inteiro no futebol. E seu pedaço que saiu comigo na última sexta-feira não será suficiente pra que eu queira ficar até a segunda. É bom, mas é pouco. É pouco demais diante do que eu tenho pra te oferecer ou do quanto me vejo entregue todas as vezes que passo horas procurando uma roupa que evidencie a minha curva que você tanto elogia. Relógio na parede me dizendo claramente que o tempo não vai passar até que você chegue. 


E ao chegar, em meio ao tempo que agora parece correr, você tem sempre ligações demais para atender, mensagens infinitas para responder. Fez boa distribuição dos pedaços, certamente. E eu ainda tento contabilizar os teus sorrisos e descobrir se algum deles é só meu, se há algo em você que me pertença de verdade. Antes que a verdade se torne ainda mais evidente, teu relógio diz que é hora de ir embora. Sempre cedo demais pra que eu me entregue e tarde demais pra que você possa ficar mais um pouco. Estamos em frequências diferentes e o relógio continua sendo nosso maior vilão, embora não o único. 


E tudo em você se torna previsível. Calmaria insuportável. Tédio sem fim. As ligações têm minutos contados e o corpo é morno. Falta fogo no beijo, falta me deixar sem fôlego. O tempo é curto demais e a espera muito longa. Espera nunca compensada. Desculpas esfarrapadas. Tudo bem drama de folhetim das sete. E você secretamente achando que estou ficando muito exigente.


E te ouço reclamar dos passos que dou pra trás, quase acreditando que quer mesmo fazer andar pra frente. Mas é de "quases" que um relacionamento meia-boca se faz. Porque quem quase chega, me deu um bolo. Quem quase me amou, voltou pra ex. E eu quase me apaixonei por você, mas meu quase ainda é muito mais que o que você quase chegou a merecer.

7 de agosto de 2012


Quando é pra ser a gente sente no olhar e percebe nas atitudes. Porque é preciso querer que aconteça, e quem quer liga, procura, manda mensagens, dá notícia. Quem quer se faz presente mesmo longe e não se deixa esquecer. Sem pedir ou exigir nada... Quem quer dá um jeito de entrar sem que a gente perceba e, quando menos se espera, a gente tá sentindo saudade, sentindo prazer com a presença.

De repente a gente vê a história começar e as coisas se encaixarem. Quando é pra ser não se tem medo. Se deixa levar pelas vontades e liga quando sente saudade e não esconde que quer que seja. Tudo de forma tão natural que você só consegue pensar que não tinha como não ser. E tenta sobreviver à saudade e ao sentimento, ainda sem nome, que cresce por dentro. Quando é pra ser a gente simplesmente não consegue evitar.

E se percebe vislumbrando o mesmo caminho que o outro. Mãos dadas numa estrada que reserva a vida inteira, altos e baixos como bem é, mas muito mais dosada de prazer. E é preciso encontro, intimidade, objetivos em comum. É preciso toda essa infinidade de coisas que a gente sabe que precisa renascer todos os dias... Mas antes de mais nada é preciso querer. E dizer que quer. E não ter medo de sentir. E fazer com que valha à pena. E continuar olhando nos olhos ao falar. Ir sem medo. Ir sem pensar. Sem essa de ouvir o que dizem terceiros. Sem complicar. Quem quer simplesmente se entrega.

E vai vendo o frio na barriga nascer ao ouvir o celular tocar. Vai sentindo as mãos suarem frio ao ouvir a voz. Vai sonhando com a hora de rever e abraçar. Vai querendo que dure mais um pouco, só mais um pouquinho, pra que você possa aproveitar. Já não lembra mais como medir consequências, não sabe mais como faz pra parar e não tem vontade de pedir desculpas. Parece certo. É certo, tem de ser... Não pode ser errado ser feliz assim. Não pode ser pecado se sentir tão bem com alguém depois de tanto tempo sem sentir nada. Sentir é tão bom, faz tão bem!

 E nada na vida é melhor que seguir em frente com algo que se quis a vida inteira. E acreditar que vale à pena, mesmo quando dizem o contrário. E pensar que não podia ser diferente, que tinha que ter sido exatamente assim. E abraçar mais uma vez como quem abraça o mundo. Dizer mais uma vez que sentiu saudades. Beijar como se fosse a última vez. Deitar na mesma cama, fazer planos, entender os silêncios, se manter agarrados, pedir que não acabe nunca. E ter certeza de que, quando a gente quer, não tem como não ser o certo.