25 de setembro de 2012

Pequena prece.


  Que eu saiba me amar e me cuidar. Que eu não deixe qualquer pessoa entrar na minha vida. Que eu não entregue tão fácil meu coração e o que tenho de melhor. Que eu não permita que brinquem com o que sinto. Que eu jamais me permita brincar com o sentimento dos outros. Que eu encontre alguém capaz de me aceitar exatamente como eu sou. Que eu não me conforme com menos que carinho bom pela manhã e beijo apaixonado pela noite. 
  Que eu jamais permita que alguém passe por cima do que sou, do que sonho. Que eu encontre forças sempre dentro de mim mesma e me refaça sempre na hora certa. Que eu saiba a hora de parar. Que eu consiga sempre encontrar uma forma de seguir em frente. Que eu não canse nunca de buscar meu equilíbrio. Que independente do quão longo seja o caminho, eu tenha as melhores companhias.
  Que se o dia de hoje não for dos melhores, amanhã eu acorde com um sorriso. Que eu não desista fácil. Que eu queira sempre mais. Que eu busque o melhor. Que eu supere as dúvidas, os medos e traumas. Que eu saiba fazer as escolhas certas. Que eu saiba perdoar meus erros. Que eu seja forte o suficiente pra perdoar os erros dos outros também. Que eu saiba me doar e me guardar na medida certa.
  Hoje, como quando a esperança deixa claro que a gente merece mais, acordei com vontade de me sentir amada. Vontade de receber carinho sem pedir. De ser dengada mesmo sem merecer tanto assim. Hoje eu vi que a gente pode sim esperar mais do outro, quando a gente tem esse mais pra oferecer. Mas é fato que o melhor sentimento vem sem exigência alguma. Vem quando a gente não espera.
  Hoje é um daqueles dias em que me pego procurando a prece certa pra fazer. Não quero errar nas palavras, nem com as pessoas. Não quero confundir caminhos. Vou cruzar os dedos, olhar pra cima e pedir, de coração:
"Que o que for pra ser meu, venha. E o que não for, que se vá de uma vez. Não permita que eu perca tempo com o que não compensa. Não permita que eu me perca só pra encontrar alguém." 

  Talvez a resposta demore a vir. Talvez amanhã eu até mude de ideia. Mas hoje, só hoje, tenho certeza que ao ouvir minha pequena prece, alguns anjinhos certamente dirão, "Amém!".

19 de setembro de 2012

Reencontro.


  Como eu queria te abraçar agora e sussurrar qualquer coisa em teu ouvido. Tocar tua pele como quem ganha o mundo embrulhado em papel de presente, o desejo imenso de desvendar todos os mistérios. 
  Fazer de dois, um sonho. Sorrir junto. Ter teu colo pra chorar. Te olhar e ver o que as cores têm de mais bonito. Beijar teu sorriso, morder tua orelha, arranhar tuas costas. Me fazer pequena pra ser guardada em teus braços. Grande pra te merecer. E ter sempre o corpo quente pra te aquecer.
  Ser abrigo, esconderijo, fuga. Ser refúgio. E passar a mão nos teus cabelos com força. Sentir na minha a tua respiração. Não ver o tempo passar e sentir cada minuto como quem toca a felicidade. Dividir o copo, a dose, as dores. Ouvir tua voz de perto, com os erros de português e o grave dos momentos de raiva.
  Dizer, sentindo teu corpo no meu, do quanto você me encanta. E repetir coisas sobre paixão e pra sempre. Pedir que não tenha medo, que me segure, que me acalme e me enlouqueça. Fazer promessas possíveis e trocar confidências. Todas as formas mágicas de botar o sentimento pra fora sem que ele atropele a nossa história. Tudo que te faça mostrar um sorriso e chegar mais perto. Qualquer coisa que te mantenha ao meu lado, que mantenha a chama acesa, que acalme nossas almas. 
  Cantar canções que me lembrem você. Dizer que esperei por isso a vida inteira. Mostrar que é exatamente o que eu quero. Deixar bem claro que eu sei exatamente como te fazer feliz. Basta que você deixe. Basta que você perceba que o mundo inteiro para pra observar a mágica que existe quando nossos corpos se encontram. 
  E então toda espera parecerá pouca. Parecerá nada. Toda saudade valerá à pena. Qualquer coisa fará sentido. E tudo que vier de você será bem-vindo. Será suficiente. Será perfeito. Pra que o sentimento não se perca e todo encontro seja sempre o primeiro.

14 de setembro de 2012

Com calma a gente chega lá.


Quanto maior o número de ligações, maior o número de pessoas em fulga. Não fora uma ou duas vezes - vi gente fugir de relacionamentos bem mais vezes que o que eu fui capaz de contabilizar. Gente que, num primeiro momento, entrega até o que não tem, mas foge ao notar o outro se doando mais que o normal. Gente que vive dizendo que quer encontrar o amor da vida, mas tem um medo imenso de ser isso pra alguém.

Não vou dizer que é absurdo. Eu mesma já fiz isso um bom bocado de vezes. Muito mais por saber que o outro lado não tinha pra oferecer o que eu queria receber, que por medo de sentimento exagerado, verdade seja dita. Mas, ainda assim, fugi. Deixei de responder mensagens, de atender ligações, de puxar conversa ou aceitar convites. Como qualquer pessoa nessa situação, que sabe o que não quer, mas tem receio em falar porque conhece muito sobre rejeição e seus efeitos colaterais nada agradáveis.

Pessoas intensas assustam. E digo isso por experiência própria. Vai tudo muito bem, até a outra pessoa decidir que você precisa saber que ela não sabe mais viver sem você. Até outro dia ela nem te conhecia, veja só. E você, que mal sabe lidar com os sentimentos que traz dentro de si, quer curtir a companhia um pouco mais, mas sabe que se continuar as coisas não serão mais tão prazerosas como antes. Isso porque não há mais a leveza de outrora. Pouco, agora, pode parecer muito mais que o que realmente é. E diferente do que tendem a dizer futuramente, você não quer enganar ninguém.

Intensidade faz as coisas parecerem enormes. E coisas enormes pesam. De repente ligar deixa de ser normal e passa a ser um risco. Nunca dá pra saber como o poço de intensidade irá interpretar. Gente que cai de cabeça tende a embelezar tudo, que é pra não ter medo de arriscar. E não faz por mal, é claro. Mas acaba atrapalhando o andamento das coisas. Não que seja errado se dizer apaixonado caso você realmente esteja, mas sutileza ajuda muito. E ajuda mais ainda se você não contar isso como se a outra pessoa tivesse obrigação de corresponder.

Então a pré-disposição pro que poderia vir a ser alguma coisa no futuro, vai sumindo. A gente nunca tá pronto pra adentrar num mar de forte correnteza. A gente sente medo e é completamente normal. Do outro lado o ser intenso nos intitula "canalhas" e outros termos capazes de definir a pessoa que teoricamente brincou com seus exagerados sentimentos. Parece sempre um absurdo quando alguém não está pronto pra lidar com os sentimentos alheios. Nós mesmos dizemos isso quando não se trata de relações nas quais estamos inseridos. Mas a verdade é que, entre alguém que sabe a hora de pular fora e outro alguém que se recusa a abdicar da sensação boa que nos causa ser desejados, há uma enorme diferença.

Claro que o ser intenso não é capaz de perceber isso. E é até perdoável. Mas a verdade é que nós nunca estamos preparados pra ser amados. E quando estamos, a coisa não rola. Todas as vezes que se vê um relacionamento começando, acredite: um gosta mais que o outro e esse outro é, antes de mais nada, muito corajoso. E é óbvio que essa coragem não vem do nada. A gente também consegue ver, pelos sinais, quando pode dar certo mesmo que o sentimento ainda não seja muito forte. Na maioria desses casos a outra pessoa não nos atropelou com uma chuva de palavras apaixonadas. Sentimento demais gera recusa e isso é quase inevitável.

Entre canalha que não sabe o que quer e alguém que sabe o que não quer, a diferença é bem grande. Não podemos culpar quem foge por receber bem mais que o que tem pra oferecer. Espelhos estão ai pra isso. Apaixonar-se é bom, faz bem, desde que não super lote a caixa de entrada do outro. Tenho pra mim que o poema que diz "Se tu me amas, ama-me baixinho" discorre sobre a maior das verdades. Sentimento demais assusta. Atenção demais dá preguiça. Depois as pessoas acham um absurdo ver garotas em fulga ou caras que rejeitam ligações. 
Falar baixinho atrai. Sumir, vez ou outra, dá saudade. E dizer verdades, sem fazer delas uma imposição, acaba cativando. Sendo realista, essa é quase a receita pro sucesso, em qualquer tipo de relação.

4 de setembro de 2012

Estamos aqui pra incomodar!



Acredite: Quando dizem que felicidade é a melhor vingança, não mentem! Não precisa bolar plano, tramar nada. Não precisa passar noites em claro buscando formas, nem dedicar dias inteiros a descobrir pontos fracos. O maior dos pontos fracos é a insatisfação em ver o outro satisfeito. Basta botar um sorriso bem largo e verdadeiro no rosto e prontinho! Olhares tortos, comentários maldosos, perguntas aos que te cercam. Tem gente por aí caindo de raiva por dentro, se mordendo inteira, contorcendo a alma. E você nem precisou fazer nada, só exatamente o que te faz bem. Louco né? Pois é, a inveja tem dessas coisas!

Vista o que te agrada. Beije quem te dá vontade. Corte e pinte o cabelo do jeito que sempre quis. Qualquer detalhe, por menor que seja, capaz de te deixar mais leve, será notado - e comentado, diga-se de passagem. Vão dizer que a roupa é brega, que você é galinha e que o cabelo tá horrível, que não combina. Talvez esteja, mas esse não é o verdadeiro problema. Aliás, torcem muito pra que seja e tentarão te fazer acreditar que sim, mas não. O problema é outro e bem maior: você está radiante. Independente do que se vê por fora, você brilha por dentro e isso transcende. Consequentemente mata muita gente de raiva. Gente que esqueceu de tomar a vacina contra essa energia negativa que insiste em propagar achando que faz mal ao outro quando só envenena a si mesmo.

Então não liga não! Não dá ouvidos. Não leva em conta. É isso que querem. Querem que você se importe, que se preocupe, que tente agradar. Querem que você deixe de ser você e assim seja menos feliz. E vão fazer de tudo pra isso, pode apostar. Porque seu sorriso incomoda, seu brilho evidencia a escuridão em volta. Porque querem o que te pertence e adorariam conseguir te atingir. Então, não! Nem pensar! Hora de fazer o que te dá vontade, o que faz o coração bater mais forte, o que te eleva a alma.

Cante a felicidade e encante quem te quer bem. Não ouça conselhos que vão contra o que você acredita. Para de ouvir a "amiga" que diz que você tá errada. Nada de olhar pra trás agora. É pra frente que se anda! De preferência num salto quinze, muito amor próprio na bolsa e um batom vermelho colorindo o sorriso. Então você vira comentário e descobre a chave pro segredo da melhor vingança: Ser feliz incomoda muita gente! 
Sem problemas, estamos aqui pra incomodar.