11 de julho de 2013

Já fazem vinte e três anos...



Lembro com saudade da época em que as roupas da minha mãe faziam de mim uma princesa; dançar pela casa continua sendo um dos meus passatempos preferidos. O tempo, implacável, fez de mim o que sou hoje, aliado às minhas escolhas e consequências dos meus atos. Até outro dia não sabia quão longe eu chegaria, mas os anos vividos de forma intensa me fazem ter a certeza de que cheguei bem além de onde um dia imaginei.

Forte. Acredita? 
Não, né? Eu também custei acreditar. 
Mas é isso, sou forte; sou tipo barra de ferro, mas banhada em sentimentalismo. Dura feito rocha, mas com o interior repleto de emoções prestes a explodir, e que não explodem nunca exatamente porque consegui com força aprender a lidar com todas elas. O processo não foi fácil, mas o resultado me enche de orgulho.

Tenho orgulho do sorriso que aprendi a carregar mesmo diante das situações mais absurdas. Orgulho de como fiz do choro um consolo, lavando a alma e curando as feridas. Orgulho de como aprendi a não perder tempo com o que não me serve, ainda que meu coração tenha dificuldades em aceitar isso. Tenho orgulho do que eu era e de todas as situações que me trouxeram até aqui e fizeram de mim o que eu sempre quis ser: Eu mesma! Admito que ser bem resolvida custa bem caro algumas vezes, mas não tem preço se sentir bem consigo mesmo.

Já sem medo de errar depois de aprender que todos erram, e com um plano bem traçado na vida - ser feliz, me fiz gigante diante das situações que outrora pareciam maiores que eu e hoje, como de costume, me arrancam sorrisos escancarados e a tão bendita frase: "Nem acredito que era eu". Mas o que fui não sou mais, e é ao que eu era que devo todos os agradecimentos possíveis. Sem os erros que cometi jamais teria chegado tão longe e aprendido a ver a vida de forma tão simples, como hoje sei que ela é.

Vinte e três anos. Os dedos que tenho já não conseguem contar minha idade. Parece idade de gente grande, né? Mas ainda me sinto tão menina, a alma leve e sonhos prestes a serem realizados. Nunca antes conheci o poder da palavra plenitude como conheço agora. E parece ter sido ontem que eu montei a minha primeira casa da barbie... 

Cheguei aqui rica. Muito. Rica de sentimentos. Rica de pessoas. Ninguém, que não eu, consegue mensurar o quão grande é a minha fortuna. Os anos levaram o que não servia, e cumpriram a promessa de deixar ao meu lado  apenas tudo o que me faz bem, maior e melhor. Sou cercada por amor todos os dias, cercada por sentimentos verdadeiros e deixo de lado a modéstia para dizer que eu soube como ninguém cultivar o que a vida nos oferece de melhor: a riqueza interior. Se os frutos que colhi são mesmo espelho do que plantei, o que posso dizer é que fico feliz de ser exatamente como eu sou e ter feito todas as minhas escolhas de acordo com o que pedia meu coração, pois o resultado é incauculavelmente extraordinário.

Peço que a vida dure, que os amores se fortaleçam e que eu jamais perca os aprendizados adquiridos até aqui. Agradeço a Deus pela vida maravilhosa, por sempre ouvir minhas orações e por encontrar uma forma de consolar meu coração todas as vezes em que duvidei que isso seria possível. Mais uma vez abro o meu melhor sorriso para agradecer por mais um ano de vida, e pedir que  o que se chega seja tão bonito quanto o anterior intensamente vivido.

E que venham mais aprendizados, mais sonhos, lugares e pessoas... Tenho um mundo inteiro para conhecer e não pretendo parar nem tão cedo!