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11 de março de 2017

Fazendo uma breve visita.


É engraçado ler algo que eu mesma escrevi, cinco anos atrás, e não me reconhecer ali.
Talvez por isso eu tenha deixado de escrever. Fui me dando conta de como tudo é passageiro e assim, sem medo, pude admitir: eu mudei tanto!
Sim, ainda sinto uma necessidade grande de contar coisas sobre mim vez ou outra, de forma despretensiosa, mas não sei... acabo conversando comigo mesma e é suficiente.

Vivo me perguntando em que momento da vida eu deixei a minha intensidade. Onde terá ficado aquela necessidade enorme de amar e me sentir amada? Onde foi parar todo aquele turbilhão de emoções que eu tentava nomear e controlar, na maioria das vezes sem muito sucesso?


Vez outra alguém me escreve pedindo que eu volte. Vez ou outra eu mesma me peço pra voltar. É algo que quero muito até, mas já não me sinto tão segura ao falar do que sou e sinto, de como vejo o mundo e absorvo as coisas. E olha que, trocando em miúdos, cresci bastante nesse sentido. Mas também criei a consciência de que mudo, muito muito, all-the-time. Antes eu tinha a sensação de que era tudo eterno, sabe? Amores pra sempre, dores sem fim, sentimentos inesgotáveis. Hoje sei bem que não é assim, e é bem mais complicado escrever sobre algo que você tem consciência de que amanhã pode já não ser, pode, inclusive, nunca sequer ter sido, mas você escolheu viver mesmo assim.

Não nego que, mesmo assim, escrevo. Tenho alguns muitos punhados de palavras guardadas sobre momentos que eu precisava escrever. Sinto que isso é natural quando se tem esse hábito, mas hoje, e isso talvez seja um pouco bobo da minha parte, tenho medo de compartilhar alguns dos meus pensamentos. Numa época em que as pessoas veem maldade em tudo o que se chega a elas, você começa a podar o que deixa que os outros saibam de ti, pra que não se achem no direito de julgar as escolhas que você faz, pois se tem algo que não muda aqui é que eu continuo dando língua pra quem acha que pode dizer o que é melhor pra mim.

Sim, eu ainda admiro o amor com todas as minhas forças, mas minhas ideias sobre o amor mudaram tanto que, embora ele ainda seja essencial pra mim, já não penso tanto sobre isso ou sobre como é ruim se sentir sozinho. Aliás, vale dizer, hoje eu amo a solidão. Só pra vocês saberem, eu ainda amo. Hoje, talvez, um amor bem mais real e consciente, mas ainda assim amor. Inclusive, aprendi bastante sobre o fato de existirem muitas formas de amar, mas isso é assunto pra outro dia.

Ainda ouço as mesmas músicas, embora, não nego, alguns sucessos atuais realmente mexam comigo. Continuo com aquela queda pelo passado, mas não por fantasiá-lo, como de costume, e sim por lembrar e saber que antes era tudo bem mais fácil. Se soubesse antes o que sei hoje, teria perdido muito menos tempo com os dramas adolescentes e me jogado várias vezes mais atrás dos trios pelas avenidas da vida. Se tem algo que o tempo me mostrou é que essa fase realmente não volta e quanto mais o tempo passa, mais o netflix e minha cama me convencem a não sair de casa. Sinto saudade de quando toda aquela energia me movia, da sensação ingênua de que eu podia tudo.

Ainda me sinto sozinha nos dias de chuva, mas é uma solidão que me acalma. Nesses momentos penso no quanto sou minha, no quanto tive a sorte de viver muito do que sempre me encantou. Nessas horas é que eu consigo me dar conta do quanto eu cresci e do quanto eu sou grata por ter vivido exatamente tudo o que vivi e chegar aqui com a sensação de que as coisas foram exatamente como tinham de ser.

Lembram que eu sempre questionava a vida sobre meu futuro, sobre meu destino, sobre qual seria o meu lugar e a finalidade de tudo isso? Hoje eu sei, sem sombra de dúvidas, que a resposta para essas perguntas é sempre: aqui, agora!

Qualquer hora dessas eu reapareço, já sem todas aquelas certezas absolutas, mas ainda com uma imensidão dentro de mim. Espero que vocês entendam...

14 de maio de 2015

Depois


E então você voltou, como secretamente desejei durante todos os últimos meses.
Eu queria mesmo que você voltasse. Eu neguei, é claro. Menti incontáveis vezes sobre o quanto eu já nem lembrava mais de você. 
No fundo, naquele lugar onde ninguém pode ver, haviam muitos minutos de espera destinados a você.

Teoricamente, seria épico. Você sabe: alguns milhares de pedidos de perdão (seus), muitas lágrimas (nossas), (meu) orgulho refeito e um "Adeus!" - cheio do amor próprio que eu passei meses ensaiando. Seria digno de uma cena de novela. Você o vilão e eu mocinha que deu a volta por cima. Tudo sob controle. Sem espaço para meios recados.

Deu tudo errado, é claro.

As mãos tremeram, os olhos marearam. Era você de novo - carne, ossos e todas as mentiras. 
Era você e o seu toque, a sua voz, o seu abraço. 
Era você e o que nós fomos, tudo o que se perdeu e as coisas que não vivemos. 
Era você e a minha falta de ar, de tempo e de medo. 
Era você e eu, vivendo o nós de novo.

E até que o dia seguinte chegasse e eu pudesse contabilizar o estrago, só queria aproveitar. Só queria o faz de conta, o tempo que parou.
E senti então a sensação de estar desarmada por completo mais uma vez. Me senti apaixonada e perdida. Meio louca, meio arrependida e cheia de coragem. Me senti a pessoa mais forte do mundo quando, naturalmente, todo o meu orgulho perdeu completamente o sentido.
Fui o de sempre: com você, eu mesma. E amei você em cada detalhe de cada segundo da nossa infinita e breve noite.

Já com todos os meus cacos recolhidos, você me olhando como quem se perdeu pelo caminho, era novo dia, hora do beijo de adeus. E então partimos, pela primeira vez juntos, cada um para o seu lado. Eu não saí da sua vida. Você não me deixou. Partimos, como tinha de ser, cada um para o seu mundo, sem culpa ou receio. Era hora de voltar a viver.

E a realidade agora é mais bonita, sem toda aquela necessidade de provar algo pro mundo. Nós ainda queimamos um ao outro como fogo e gasolina, mas agora conhecemos bem demais os nossos limites para esperar por um depois. 
O nosso reencontro, casual e inesperado, é o nosso depois. 
Depois da bagunça, dos dramas, do tempo necessário para dizer adeus sem machucar ninguém...

Posso agora admitir que talvez eu jamais tenha como normal a tua presença, nossos corpos próximos um do outro. 
Sem toque, só saudade.
Nossos olhares sempre nos denunciarão. Há sempre algo capaz dessas denúncias.
Mas bem, agora sabemos, o "depois" é mesmo bonito. 
E é quente, de tirar o fôlego e manter na memória. Mas não passa disso. 
Talvez nós combinemos mais com reticências que com ponto final...

Não há nada a ser esperado, nem desesperado, afinal. 
O nosso depois não tem hora marcada, não tem data de chegada, não tem razão. 
Só você e eu, uma saudade não se sabe de quê, corpos que se entregam e a certeza de que tudo acabará exatamente como sempre esteve desde que não somos mais um "nós": completamente bem.

5 de agosto de 2014

Um carnaval de nós.


Reencontrar você é festa. Te olhar nos olhos e ganhar o mundo. Todo o seu mundo que ainda não conheço, mas quero desvendar cada um dos lugares e curvas e medos. Desvendar você inteiro e, ao mesmo tempo, te ver sempre surpresa, a estrada que eu nunca percorri e na qual quero continuar caminhando para sempre.

Você que me ganhou desde o primeiro momento. Foi olhar e te querer, perder o juízo, enlouquecer. No mesmo instante eu soube que tinha de ser sua e você já era meu, mesmo sem saber. Foi saber logo depois - nossos lábios se encontrando. Tenho certeza que você também sentiu. Era carnaval fora e dentro de nós. Viria a ser festa o ano inteiro. Carnaval de nós todos os dias.

E todo tempo é pouco. Toda hora é hora. Você e eu somos o encaixe perfeito e, ainda assim, tudo em você me transborda. Sentimentos, corpo e alma. Teu silêncio que eu decifro, meus carinhos dos quais você precisa. E essa nossa mágica de fazer sumir toda e qualquer distância, provando ao mundo que estar perto não é físico. Você é o que há de mais forte aqui dentro, o mais perto de alguém que eu já consegui chegar sem ter medo do perigo.

Meu coração canta pra você todas as canções de amor e mais mil clichês. O amor é mesmo brega! E intenso, doce, louco... óbvio como meu sorriso ao ouvir tua voz. E entendo todas as vezes que você acha graça das loucuras que eu falo, de como não me controlo e do ciúme tolo que eu sinto. E é adorável como você me entende, como compartilha desse encanto que, para nós, tem gosto único. Somos sim feitos um pro outro, de uma forma que só nós entendemos.

Quero você de novo e de novo e pra sempre. Quero seu cheiro, seu colo, seus beijos e nós dois agarrados numa rede pequena com pernas entrelaças e braços que se agarram. Quero todos os seus defeitos e cada uma das suas qualidades, você por inteiro que me conquista sem nem perceber. Quero cada parte bonita do que já construímos e mais, sem máscaras, mas com bastante confete. E música alegre. E avenidas lotadas... de nós, de sonhos, de amor e muito mais!

15 de maio de 2014

Exagerado.


Nós somos os que se doam demais. Não endurecem. Não desistem.
Somos os que escutam repetidas vezes a mesma música, no volume máximo, só para lembrar mais uma vez. Só pra doer mais um pouquinho.
Somos os que sentem tudo. Que querem muito. Que buscam mais. 
Intensos por natureza, atirados por conveniência, loucos para viver. Que caem de cabeça e não medem a altura do tombo.
Os que não medem esforços, metem medo, enlouquecem e não se entregam.
Somos o extremo do extremismo, verdades universais e lágrimas que não cansam de cair.

Estamos aqui, de pé, outra vez. E se necessário, após cair, o faremos mil vezes. Só pra sentir de novo, só para sonhar mais um pouco, só pelo prazer da ilusão. E nos entupimos com verdades inventadas que facilitam nossas vidas e ganham nossos corações. Depois os partem, em mil pedacinhos. Mas tudo bem, a gente já se acostumou a vê-los espalhados pelo chão.

Temos paixão pelo que queima, pelo que inunda, pelo que faz fluir. Por tudo que nos causa reações. Por tudo que nos toca e nos encanta e nos ganha. Sempre para sempre. Porque até amanhã não dá tempo. Porque semana que vem já passou. E nós não vemos a hora de provar que finais felizes realmente existem.

Dói, é claro. Mas passa. Depois de muitas noites embriagados. Depois de mil viagens para dentro e para fora. Depois de um novo amor... Passa. E somos outra vez novos em folha. E estamos prontos para cometer os mesmos erros.

A gente não se importa. Não liga mesmo. Nós somos livres, indiferentes ao tempo, mais fortes que o medo. A gente faz e acontece dentro de nós mesmos. Não precisamos provar nada para ninguém. E continuamos buscando algo que ainda não conhecemos, mas sabemos ser o que nos consolará.

Porque é isso que queremos: colo e consolo. Maiores abandonados, sedentos de sentimentos. Apaixonados por dramas baratos, que choram com filmes aos domingos. E fariam qualquer coisa para ter com quem, carinhosamente, dividir a pipoca e o chocolate. Dividir os sonhos e o medo. A cama, a casa e todo o aconchego. Doando, de bandeja, o coração.

E pedimos perdão sem vergonha. Passamos por cima dos rastros de orgulho. Olhamos para trás quantas vezes for necessário. E não, não somos dignos de pena. Somos dignos, na verdade, de todas as honras. Pois somos verdadeiros. Somos maiores que o que nos é imposto. Somos amor e exagero, da cabeça aos pés, sem culpa ou medo.

23 de fevereiro de 2014

Do que eu não sei descrever.



Não sou boa no quesito falar de felicidade. Nunca fui. Quem acompanha sabe: dor de cotovelo, dramas, saudade. Tudo vira pauta para várias linhas, menos a felicidade. Vez ou outra ensaio linhas bem humoradas ou palavras de empolgação. Nunca chegaram a me dizer que estava ruim, mas eu mesma sempre tive a impressão de que não convencia.

Uma vez fui questionada por uma grande amiga sobre o assunto. Ela, muito próxima da minha pessoa, acabara por perceber que eu normalmente brincava de escrever quando as coisas por aqui não estavam tão bem. Eu nunca neguei que sou dada aos dramas, de certa forma isso sempre foi o natural para mim. Mas foi difícil admitir que eu não sabia lidar com a felicidade. Ao menos não quando se trata de falar da mesma.


Foi então que me veio à cabeça umas palavras que leio desde muito cedo, e que não sei à quem pertencem, mas falam algo sobre como as pessoas realmente felizes não sentem necessidade de demonstrar isso. E que verdade! Porque, na boa, quando eu tô muito feliz me pego publicando a música mais sofrida da já amiga íntima, Adriana Calcanhotto. De alguma forma, que não sei explicar e nem consigo entender, não faço questão de me mostrar feliz. Não quando eu realmente e naturalmente estou. Quem está perto percebe, é claro. Sou espontânea demais pra conseguir esconder felicidade. Mas a impressão que tenho é de que quem está longe não precisa ouvir o barulho que minha felicidade costuma fazer.


Talvez isso explique o porque de eu ter parado de brincar de escrever. É difícil escrever sobre dramas quando vai tudo tão bem... Nem mesmo as histórias das minhas amigas ficam mais a mesma coisa. Parece que falta uma pontinha de dor real, que só consigo repassar quando ela é, de fato, real por aqui. E então percebo que o meu sonho de um dia escrever um livro, caso eu seja uma pessoa realmente feliz, está fadado ao fracasso. E eu poderia ficar triste por isso, mas tudo bem, eu sobrevivo. Enquanto Marian Keyes conseguir escrever, eu sobrevivo.


Hoje eu tentei romper essa barreira. Na verdade, tem uma semana que venho tentando. Fico alguns trinta minutos olhando pra tela do computador quando, tenho de admitir, nada vem e eu desisto. Começo e as palavras perdem o rumo. Findo algumas linhas, mas ao reler parece tudo tão chato. Nem Lana Del Rey tem me ajudado. Nem Los Hermanos tem surtido efeito. E então eu preciso aceitar que não, eu não sei falar da felicidade.


Eu sei sentir. E cantar. E até beber a felicidade. Mas falar, não dá. Não tem como explicar essa sensação de bem estar causada por uma boa noite de sono, sem horas perdidas revirando-se na cama com ensaios dramáticos de uma cena que jamais acontecerá na vida real. Não tem palavra que traduza essa paz, o sorriso fácil, a vontade de viver. Definitivamente, não dá! Eu desisto, não tenho vocação nenhuma pra falar da felicidade.


E depois de admitir isso para mim mesma, tento encontrar o motivo. Não encontro, é a verdade. Mas deve ser o fato de não achar justo dividir uma coisa tão boa e tão minha, assim, com todo mundo (principalmente com quem torce pelo contrário). Dor a gente divide porque alivia, acalma. Mas felicidade a gente quer é que pulse, e dure, e intensifique. Tudo dentro da gente, permanentemente. 


Então deixo aqui o meu mais sincero pedido de desculpas. Durante esse tempo ausente eu estive lendo bons livros, errando sem medo, enfiando o pé na jaca. Viajei para lugares que sempre tive vontade de conhecer. Conheci pessoas impagáveis. Arranjei um emprego (lê-se estágio), do qual eu realmente gosto. Engordei vários quilos com gosto de brigadeiro e sanduíche com porção extra de queijo cheddar. E não, eu não sinto nenhum tipo de culpa por isso. 

Desculpa, mas como eu ia escrever sobre isso sem parecer a pessoa mais egoísta do mundo, principalmente por não me achar nada egoísta? Desculpa mesmo. Mas se serve pra alguma coisa, eu realmente recomendo. Muito! Pra todo mundo. 

"O mundo é bão, Sebastião!", canta a voz doce de Nando Reis. E não é que é mesmo? E tem valido muito à pena!

10 de fevereiro de 2014

Uma quase confusão.


O amor é muito mais que palavras, ele havia me dito. E eu, ainda insegura, sorri sem graça, sem saber bem o que aquilo queria dizer. Quer dizer, eu já amei um dia, disso eu sabia, mas não estava pronta para falar sobre o quanto aquilo havia me machucado. Não estava pronta para falar de amor com alguém que eu ainda pouco conhecia. Mudei de assunto rápido e deixei que ele pensasse qualquer coisa sobre mim, que não fosse o que sou de verdade. Naquele momento não queria ser eu mesma, só queria estar ali e esquecer todo o resto.

Nos vimos poucas vezes depois disso. Trocamos poucas palavras. Tive vontade de voltar e falar sobre como o amor já fez morada por aqui. Mas falar de amor é tão difícil. Desisti! E então tive que procurar em mim o que ainda tenho daquele amor que um dia senti. Alguém, outra vez na vida, me fez procurar por mim mesma, depois de tanto tempo, daquela forma diferente que só o amor nos enxerga. Me fez voltar ao sentimento que eu mais admiro, com o qual pensei já nem combinar.

De fato, não estou pronta para o amor. Não mais. É que doação envolve muito mais que estar perto. E eu quero estar perto, mas me doar é arriscado, então eu me aproximo e, ainda assim, estou distante. E amor é, antes de mais nada, doação. Isso eu não esqueci. Acho que essa é uma das coisas que, depois de vivida uma vez, não se esquece nunca.

Eu não tenho medo, que fique claro. Correr riscos é rotina por aqui. Eu só não estou inteira ainda. Sabe aquela história de paz consigo mesmo? Pois é, preciso viver mais disso. Preciso continuar mansa aqui dentro. Meu coração anda meio cansado de furacões, embora a gente saiba que ele adore uma boa adrenalina. Vez ou outra ele reclama, não perde essa mania. Mas depois, quando percebe o quanto tem nos feito bem, acaba agradecendo. Calmaria tem sido lema, e amor calmo é difícil, exige tempo e força de vontade, exige vidas comungando em paz. Equilíbrio à dois, nos dias de hoje, é ouro. Não estou pronta para construir. Não agora.

Talvez tenha sido melhor assim. Imagina ele me ouvindo falar de como são intensos os sentimentos por aqui. Correria com certeza, como as pessoas normais fazem quando encontram exagerados como eu. E não poderia culpá-lo, me conheço bem, os perigos aqui são grandes, tais quais costumam ser os dramas. É melhor deixar assim e não envolver mais ninguém nisso.

De qualquer forma quero encontrá-lo outra vez. Conversar sobre o amor, quem sabe. E talvez dizer que pode ser seguro, pode ser calmo e intenso. Pode ser realidade e sonho confundidos. Porque o que sei do amor não é tanto, mas certamente é muito disso.

12 de agosto de 2013

Do verbo: "Fui ser feliz!"


Ah, se você soubesse... As coisas aqui se complicaram, laço que virou nó: um filtro outra vez se fez necessário. 
Esqueci de avisar que sou intensa. Esqueci de deixar claro que nada aqui se estende por intervalos muito longos. Eu vivo tudo ao máximo e em pouco tempo já não há mais muito ao que se agarrar. 
Esqueci de avisar que minha morada é temporária e que, depois de tantas quedas, os joelhos estão calejados. Já não perco tanto tempo com o tal do bendito sofrimento!

O resultado foi confusão, claro! Acharam que tinha de doer mais um pouquinho. Acharam que seguir em frente é egoísmo, e houve até quem tenha dito que sou de mentira. Olha o absurdo: sou de mentira por ser exatamente quem eu sou! Sou de mentira por querer ser feliz e não ter medo de viver o que eu quero, é mole? 
E no meio disso tudo só posso concluir que cada vez mais as pessoas esquecem o que é ser de verdade.

Também, nem dá nada! Se visses o sorriso que venho trazendo comigo certamente dirias que não posso ser assim, de todo mal. E não sou! Sou do bem, coração leve, ser inteiro.
Mas me jogaram numa selva e eu não li nada sobre "proibido ser feliz". Pelo contrário, ouvi bem dizer o poeta que "Só era triste quem queria" e olha, desculpa, tristeza não combina comigo. Na intensidade com que me acostumei a viver, tristeza é um buraco no qual não quero cair. Quero ficar aqui de pé, coração batendo forte e atitudes espelhadas no que eu sinto. Me perdoem os que não podem conviver com isso, mas por nada me privarei de ser feliz. 

E tudo é tão passageiro, as pessoas mudam tão rápido, as palavram logo se perdem... Tenho mesmo de viver de acordo com o que prescrevem? Tenho mesmo de amar e sonhar como dizem ser o conveniente? Pois deixo o aviso: Não dá pra mim! 
Quero tudo o que sei que posso querer. Quero mais um pouquinho também. Quero fazer o que me der vontade e sentir todas as coisas com a urgência com que elas vierem. Quero ser eu mesma e ser chamada de louca, inconsequente. Quero estar em todos os lugares e não deixar nenhum vazio. 
Quero incomodar se for preciso, mas desistir nunca!

Ninguém tem o direito de julgar quando eu é quem arcarei com as consequências de ser quem sou. E estou disposta a pagar qualquer preço pra sentir essa felicidade aqui: leve feito brisa! 

26 de maio de 2013

Calma na alma!


São tantas histórias que se cruzam. Gente que veio, foi e ainda virá. Há também as que sempre voltam. E tem todo o intervalo de tempo entre uma história e outra, entre cada chegada e partida. Tempo que hora passa devagar, noutras arrastado e, ainda, veloz, como quem não quer ficar. É muita vida e informação o tempo inteiro. São escolhas que implicam em abrir mão de todas as outras opções. E quanto mais difícil é escolher, maior é a responsabilidade para lidar com a escolha que foi feita.
O que nos resta é ter calma. Calma na alma. Calma para lidar com as escolhas mal feitas. Calma para que o coração desacelere e recobre o passo, pro novo que sempre vem e exige cuidados redobrados. O novo que muitas vezes é visto por nós com medo, noutras como a única solução. E só acalmando tudo por dentro para saber perceber o que é melhor pra nós e para os que nos cercam.
Nesse mundo onde a gente atrai o que transmite e colhe o que planta, antes de mais nada, precisamos olhar com cuidado ao redor. Tem sempre alguém ali do lado, seja para dar a mão ou dizer não. Tem sempre uma terceira história que depende de como contamos a nossa. Uma história que cruza o caminho da nossa para que faça sentido. E toda a calma do mundo ainda é pouca quando o assunto trata da vida de outras pessoas.
Aprendi no decorrer do caminho que, muitas vezes, duas felicidades dependem de uma única coisa para se fazer presente. Não é disputa, não é briga, não é medir forças. É só o destino, travesso, cruzando histórias e dificultando um pouco as coisas. E quantas vezes a gente precisa não ter nosso sorriso para que outro se faça vivo por aí? Bem além das pequenas coisas e dos sentimentos mesquinhos... Quando duas pessoas objetivam o mesmo sonho, mas ele só pode se tornar real para um.
Mudar o foco, abdicar, seguir em frente. Tem tantas outras possibilidades, é o que dizem. Mas em que ponto a gente percebe que deve abrir mão? Onde ficou determinado que essa felicidade não é a sua? E é tão difícil dizer isso para si mesmo e encarar a situação numa boa. Isso porque o ser também é feito de egoísmo, de orgulho ferido, de perseverança cega. 
Tantas e mais outras inúmeras vezes eu sei, terei de orar pedindo por calma. Pedindo por discernimento. Pedindo para conseguir ver além. E só assim a gente vai enxergar a hora de parar, a hora de seguir ou como não se deve desistir. Só assim a gente vai poder sentir bem além dos egoísmos bobos e da teimosia irremediável. Muitas vezes, sei bem, desistir é a única forma de se fazer vencedor. Porque abrir mão é ser forte também. É lidar com toda a dor da perda depois. É lidar com todas as possibilidades que deixaram de existir no momento em que você decidiu que já não insistiria mais.
Que não nos percamos em meio à isso tudo. Que não deixemos de sonhar ou de acreditar no que vem depois. Porque o depois existe, está logo ali esperando por nós, pela nessa coragem. Torcendo pelo sucesso do nosso recomeço. No fundo o que eu quero é que a gente saiba a hora de parar. No fundo o que eu quero é que, quem quer que seja que nos fez desistir, faça valer a nossa desistência e faça melhor que o que teríamos feito. E que tudo o que venha depois seja mais fácil e menos doloroso.
Quero continuar desejando o bem. Quero continuar me alegrando com uma alegria que nada tem a ver com a minha. Quero ter calma o suficiente para não culpar ninguém pelo que, por aqui, não pôde ser. E que, da mesma forma, por aí alguém consiga desejar a minha felicidade de graça. Porque tudo que é de graça é tão mais verdadeiro, tão mais bonito. Tudo o que desejamos de graça acaba voltando para nós com a mesma intensidade com que desejamos ao outro.
Entre tanta história ainda inacabadas, que a minha cruze o caminho daquelas mais bonitas, compostas por pessoas que tenham a mesma leveza que eu para lidar com os sentimentos não correspondidos e expectativas frustradas. E que mesmo depois de muitas pequenas perdas, eu não deixe jamais de acreditar que a grande batalha ainda não aconteceu e que, lá na frente, o pouco que eu perdi aqui fez maior a minha vitória. Isso é a calma que eu quero para mim, para você e para todas as histórias que se cruzarão com as nossas por aí...

16 de abril de 2013

Dê tempo ao tempo...


A gente demora muito pra entender que não basta apenas nossa vontade. Algumas coisas, por mais que queiramos muito, demoram vidas para acontecer. E outras, por mais que queiramos insistir, já não têm mais motivos pra ser.
A pessoa certa não aparecerá num domingo tedioso pra salvar seu dia. A pessoa certa precisa percorrer todo um caminho incerto pra ter certeza de que somos o melhor caminho. A pessoa certa vai chegar depois de muitas pessoas erradas e, ainda assim, não vai se incomodar com o que houve antes... Sabe que o atraso não é culpa de nenhum dos dois.
A vida é meio doida, vive errando a hora, vive fazendo a gente esperar. É uma forma dura de mostrar que nada realmente bom vem com a facilidade que queremos. É nas coisas pelas quais mais lutamos e esperamos onde vemos refletida nossa força e bom desempenho. E em meio ao processo de espera a gente vai passando por cada uma que vale por duas, e em pouco tempo, que pra nós mais parece a eternidade, vivemos mil coisas para que ao menos uma valha realmente à pena. Como um cd que a gente compra pra ouvir uma única música. Como os mil sorrisos que a gente ensaia, pra sorrir bonito quando o sorriso for verdadeiro. E espera que as tentativas sejam logo recompensadas, pois é cada vez mais duro acordar sem saber o que tem feito de errado quando sabe que tem feito o seu melhor.
Pelo caminho vozes de todos os lados: Gente que diz como você deve ser, o que deve vestir, como deve fazer. Gente que não dá conta do que passa na própria vida, mas sabe exatamente o que a gente deve fazer. E nós, por medo dos dedos que nos serão apontados, vamos consentindo e esquecendo que o que realmente importa é o que temos dentro de nós. Que o que realmente importa é o que nos faz feliz. Jamais escolha o caminho mais fácil se ele diferir do que te faz realmente feliz. Mesmo que te digam o contrário. Mesmo que a fé, vez ou outra, pareça rasa e pouca. Um dia de cada vez: Hoje talvez os sorrisos não sejam os mais verdadeiros, mas amanhã uma música pode mudar tudo. Não são as grandes coisas que definem o quanto devemos estar felizes... Ser feliz com pouco é começar a entender que felicidade grande é feita de pequenas coisas. Se é o céu que você quer, você vai alcançar. Mas comece encontrando disposição pra subir escadas sem reclamar do quanto isso te faz doer os joelhos.
O tempo se faz nele mesmo, aos poucos e com muita luta a gente vai fazendo com que ele valha à pena. Como as pessoas que entram na nossa vida e com pouco tempo se vão, mas deixam um aprendizado tão grande que nem em vidas inteiras seria conquistado se elas não tivessem passado por aqui. Mas saiba abrir mão, saiba deixar partir. Dizem que, muitas vezes, quando se perde na verdade se ganha... E que verdade! Nenhum tempo foi perdido. Nenhuma chance foi à toa. Mas não se prenda ao que não tem mais nada pra te oferecer. Roupas, sonhos, lugares e pessoas. Tudo, uma hora, deixa de servir e tem de virar passado, pra que o futuro venha e te dê o mundo, sonhos e roupas da estação.
Depois que você se desarmar dessas armas já enferrujadas, então o novo vai poder entrar, vai poder te moldar, vai te ajudar a crescer. E vai ficar o tempo necessário - quem sabe pra vida inteira, talvez só até amanhã... Tentar prever é loucura. Apenas dê tempo ao tempo e se permita ser exatamente quem você é e viver as coisas como elas realmente são. Mantendo sempre o coração leve, mas os pés no chão. O resto vai acontecer naturalmente. Como a escova de dente que precisa ser trocada de dois em dois meses. Como os filmes que já não estão em cartaz.
O seu melhor é construído diariamente. Lidar com o pior faz parte, nos faz forte. E só assim será possível reconhecer o melhor de longe, pra então ver o seu melhor reconhecido e não precisar dar motivo para não querer partir. Vai ficar pelo que você é, porque tem de ser, porque vê o melhor em você.

5 de abril de 2013

Ao amor tranquilo.


Eu precisava te escrever. Depois de ontem eu realmente precisava te escrever. Depois de tanto tempo eu tinha que te escrever. E dizer que foi bom, que foi incrível. Que foi exatamente como sempre costumava ser: a melhor hora do dia. Meu coração ainda pula aqui dentro de tanta felicidade.
Você continua sendo meu porto seguro. Como é bom falar quando é com você. Como os problemas e as dores parecem pequenas quando dividas com você. Como o mundo parece um lugar melhor quando você me abraça e a gente, outra vez, volta a ser a base um do outro. Dava pra passar o resto da vida sentada naquela mesa, te olhando nos olhos, ouvindo você falar da vida. Nem lembro a última vez que me senti tão aliviada ao conversar com alguém. Nem lembro a última vez que alguém me disse tão bem exatamente as coisas que eu precisava ouvir. Você continua a pessoa incrível por quem eu me apaixonei, o mesmo que vou amar por ainda toda a vida. Um amor diferente de tudo que já se viu.
Obrigada por continuar sendo meu grande amigo. Obrigada pela paciência de ainda e sempre. Obrigada pelo cuidado ao escolher as palavras. Obrigada por me lembrar do quanto eu mereço ser feliz. Nem tenho palavras pra te agradecer... Nem tenho como explicar como é bom ter alguém que me conhece como ninguém e, ainda assim, me aceita e me ama.
Nosso amor, que já não é o mesmo, continua sendo lindo. O carinho só cresceu, o respeito só aumentou, a confiança só se fez maior. Sem todo aquele desejo e urgência, tudo parece tão mais bonito, não é? Mesmo sem paixão e loucura, nós ainda somos melhores juntos. Vou ser eternamente grata a mim mesma por ter feito exatamente o que deveria ter feito com o que sentia por você: guardado! Vi a paixão virar sentimento bom, nutrido pelas lembranças maravilhosas e pela saudade sempre presente. É bom te amar de um jeito saudável agora e perceber que com você aconteceu o mesmo. Preciso te agradecer por isso também.
Sei que você vai ler isso, cedo ou tarde, porque a cumplicidade continua a mesma. E só queria que você soubesse que os sonhos mudaram de rumo, mas tenho certeza que vai ser eternamente assim, nossos caminhos se cruzando pela estrada, pra que um lembre ao outro do que ele tem de melhor. As outras pessoas jamais entenderiam, o mundo jamais acharia normal, mas a gente sabe que do nosso amor a gente é quem sabe, e isso basta.
Vou torcer por você sempre. De longe estarei pertinho, desejando sempre o melhor. Quando a barra pesar por aqui outra vez eu ligo. E você sabe que pode sempre fazer o mesmo. Amor de verdade é isso: Saber a hora de deixar o outro seguir em frente, mesmo que isso doa. Obrigada por tanta generosidade e compreensão. Você é o ser mais lindo que já conheci nessa vida e, pelo visto, vai ser sempre assim.
Te amo, ainda e sempre. Obrigada por ser quem você é e, de quebra, não me deixar esquecer quem eu sou, o que mereço e aonde posso chegar!

22 de março de 2013

It's Over.


Gente que mente como quem dá "Bom dia!". Que trai e atrai coisas ruins pras nossas vidas. Gente que não tem emoção, não entende de sentimentos, não valoriza as pessoas que tem ao lado. Gente que não se preocupa em não magoar os outros e pensa apenas no próprio umbigo. Gente baixa, sem qualidades notórias e relevantes, incapazes de fazer melhores as pessoas das quais se aproxima.
Porque diabos insistimos em manter esse tipo de gente nas nossas vidas? Destinamos amor, o sentimento mais nobre e sincero, para quem só merece pena. Desperdiçamos nossos dias preciosos tentando agradar alguém que não se sentirá, de fato, agradado nunca, pois é incapaz de perceber a beleza de atitudes honestas. Continuamos nos doando pra quem não sabe o que isso significa. Pra quem não merece nem o pior que temos dentro de nós mesmos.
É carência? Medo da solidão? Desespero? O que é?
Passo dias inteiros tentando entender e simplesmente não encontro explicação. Usamos do gesto mais banal pra nos agarrar num fio de esperança que nos mantenha de pé e fortes para tolerar todos os outros gestos, que são de puro descaso e falta de sentimento. Continuamos a dar desculpas para nós mesmos, quando o outro é que deveria fazê-lo, mas anda ocupado demais com qualquer outra coisa para perder tempo com ciúmes sempre tidos como exagerados. E entre mentiras mal contadas e atitudes egoístas, vamos suportando até aonde o coração aguenta. As vezes, até além disso.
Mas chega. Já deu! Decreto aqui o fim do amor unilateral. Findo aqui o desperdício dos sentimentos bons. Ponho um ponto final a entrega sem retorno. Já passou da hora de arrancar do livro das nossas vidas páginas rabiscadas por pessoas vazias, sem inspiração, sem valor. Precisamos, mais que nunca, acordar pro mundo lá fora que é gigante e guarda um monte de gente que, como a gente, já cansou de tanto desperdício de amor.
De hoje em diante só pessoas que nos façam melhores. De hoje em diante só gente que entenda do que a gente sente e sinta orgulho de nos ter ao lado, pra amar e cuidar. De hoje em diante é distância dessas pessoas que nos afastam de nós mesmos, do que somos e sonhamos para nós. Ou está ao nosso lado para somar ou se manda da nossa vida, porque não temos espaço para doar pra essa gente que não merece. Não vale à pena desperdiçar o que temos de melhor com quem não tem nada para acrescentar às nossas vidas.
É o fim dos choros na sexta-feira à noite e em todos os outros dias da semana. É o fim da espera pelo celular que nunca toca. É o fim desse medo da solidão. No fundo todos nós sabemos: Antes só que mal acompanhado. E se não servimos para ser motivo de riso fácil aos domingos, não nos serve para estar ao  lado quando for hora de desfrutar das nossas conquistas.
Comece agora mesmo a arrancar da sua vida tudo que não presta e só pare quando não restar mais nada capaz de lhe fazer mal. Só depende da gente. Só depende do nosso amor próprio. Já é hora de começarmos a fazer o que é bom para nós. Um pouco de egoísmo às vezes faz bem. Se valorize, se ame, se respeite. Faça isso por você já que não tem valido à pena todas as coisas incríveis que você tem feito por essa gente.
E acredite: Nada como um dia após o outro. Hoje a gente cai, amanhã aquele que nos derrubou implora por nossa ajuda para se levantar. É o velho lema, ainda e sempre: "Vida que segue!".

8 de março de 2013

Parabéns Mulher!


Ontem foi difícil ser mulher. Cheguei um pouco atrasada no emprego e tive de lidar calada com a cara azeda do meu chefe. Sei que seria inútil explicar a ele que meu filho de dois anos só consegue dormir pós-almoço se estiver agarrado em mim na rede, ele não compreenderia.
Hoje foi difícil ser mulher. Dez minutos antes da aula, meu pó compacto decidiu sumir. Logo hoje que meu rosto tá cheio de espinha e o cabelo mais que desengrenhado. Entrei na sala de aula tímida com o professor me olhando com ar de reprovação. Não disse nada, sei que ele não entenderia se eu explicasse que me atrasei porque acordei de TPM.
Amanhã certamente será difícil ser mulher. Imagina lidar diariamente com tantas expectativas direcionadas a nós quando não basta apenas ser mulher, tem que fazer isso direito. E não adianta tentar explicar isso a um homem, eles nunca conseguem compreender.
Cada uma de nós carrega consigo a esperança diária de fazer diferente. Algumas ainda querem encontrar um príncipe, outras precisam encontrar um emprego. A grande maioria só quer conseguir não chegar atrasada aos muitos compromissos. E todas estamos tentando encontrar uma forma de nos virar em dez para desempenhar todos os mil papéis que nos são empregados. Vai pensando que é fácil... Ser mulher é coisa de gente grande!
O que nos faz especias, bem além do nosso dom incrível de fazer tudo com a maior perfeição possível, é nossa doçura. A leveza que a mulher tem diante das situações mais absurdas. A destreza até mesmo quando perde as estribeiras. O colo, o carinho, o apoio e o consolo que todo maior abandonado procura. E que os filhos dizem sempre ser o melhor do mundo.
Ser mulher é tarefa difícil, é pra quem pode. E me orgulho de cada uma de nós que diante das dificuldades enfrentadas não se abala. Pelo contrário, lembra que tem sua condição de mulher como trunfo e usa isso a seu favor. Faz mágica  com o que tem na mão e tira de dentro a solução. Não desiste fácil, não se entrega fácil e, mesmo com um pouco de dúvida na hora de escolher os sapatos, sabe exatamente aonde quer chegar.
Parabéns pela data de hoje e por todos os outros dias do ano. Ser mulher me enche de orgulho e me faz ter a certeza de que todos os dias o sol nasce por nós, para admirar nossa beleza, nossa feminilidade e nosso dom de tornar o mundo mais bonito e um lugar melhor pra se viver. 

27 de fevereiro de 2013


Eita menina, quem te vê nem pensa, não consegue jamais calcular quanta coisa vem dentro dessa bagagem. Tá pesada, né? Eu imagino. Espero que não demore até que você encontre alguém com quem você possa dividir tanto peso. É bom ter alguém que conheça nossa bagagem, alguém que assim possa entender nossos traumas e medos.
Outro dia te vi de longe, caminhando pela rua à noite. Seu cabelo balançava com o vento e seus olhos pareciam perdidos, procurando algo que não sei o que era. Acho que nem você sabe ainda, mas já torço para que você encontre. Gente que nem você merece encontrar tudo o que busca, porque essas coisas de alma a gente sente só de olhar.
Não desiste não, tá? Já me falaram uma vez que é assim mesmo, que as coisas boas são mesmo difíceis de conquistar. Mas você vai chegar lá, eu sei. Eu e qualquer pessoa que pare para te ver, te conhecer por dentro. Gente assim, que nem você, hoje em dia é raro. Por isso conquistam o mundo, e isso sem nem perceber.
Quando a coisa ficar muito complicada é só orar baixinho. Agradece as facilidades, pede perdão pelos erros, conta de como anda seu coração. E não precisa fazer nenhum pedido, na maioria das vezes a gente erra ao pedir. Pra não cair no erro deixa que teu coração aprenda a querer o que te é dado de bom grado, que essas coisas, por mais sem sentido que pareçam ser, acabam sempre nos trazendo algo grande. Seja pra vida ou por momentos. E aos pouco você vai ver que tudo toma o rumo certo. Gente do bem atrai o bem, é inevitável.
E tenta não chorar mais. Se for pra chorar que seja porque amanhã é um novo dia e você pode ir lá tentar outra vez. Quer motivo melhor que esse pra chorar de alegria? Mas eu ainda prefiro o seu sorriso, por isso sorria... Alegre o dia das pessoas por aí. E cante mesmo que desafinando, pra dor não se acomodar.
Eu sei que na hora não parece, mas tudo vai se ajeitar. As coisas sempre se ajeitam. É rio que vai pro mar, bem que vence o mal, amor que gera amor. E perdoe sempre que as coisas não correrem assim. Perdoe porque perdoar é bonito, faz bem pra alma e enobrece o coração. As pessoas não sabem, mas cada perdão que se dá é uma porta que se abre para a libertação. E não tem nada melhor que ser livre do rancor, da mágoa, das dores. Não há nada mais bonito que poder respirar sem sentir pesar o coração.
Qualquer hora dessas te coloco na mala e levo pra conhecer o mundo, mas enquanto isso não acontece leia muito. Leia tudo que puder e conheça vários lugares, pessoas, histórias e palavras. Encha-se de palavras e use os livros para saber como usá-las - são amigas muito úteis fique você sabendo. Mas o silêncio será sempre sua melhor arma, não esqueça. Ele salva amores, vidas e não custa um centavo, acredita? As pessoas hoje em dia não sabem com o que realmente se vale à pena gastar.
E esse tesouro aí, guarde bem. Mantenha ele assim, sereno. E deixa que ele, por si só, faça a grande escolha. Seu coração é seu bem mais precioso e só ele é que é capaz de fazer com que você se entregue por inteira. Confia nele e guarda, mas guarde bem, pra que o mal não se aproxime e as pessoas vazias não o atinjam.
Vou ficar daqui te olhando sempre, torcendo por você. Não perde esse jeito não. Não deixa que o mundo te endureça. Mostre que quem tem sonhos vai longe. E deixa que a vida te leve pra onde ela quiser, que eu tenho certeza: há de ser um lugar bonito. Vai por mim!

6 de fevereiro de 2013

Romance.

Quero ficar assim pra sempre. Quero acordar com você todos os dias. Quero ser o encaixe do teu abraço. Quero continuar te trazendo sorrisos. Quero que os sonhos continuem a se realizar diariamente ao olhar pra você e ver amor. Quero você pra mim, comigo, aonde quer que eu vá.
Você que tem os sinais mais lindos espalhados pelo corpo, sinais que deram luz ao meu caminho e me mostraram que a escolha certa será sempre você. Que me toca e me faz sentir viva. Que guarda consigo o segredo dos meus sorrisos, suspiros e canções. Que me faz feliz à cada gesto ou palavra. Que compartilha das minhas mesmas paixões.
Eu amo você do jeitinho que você é. Cada detalhe pequeno ou grande defeito. Cada traço do rosto, pedacinho do corpo, gosto dos beijos. Não te mudaria em nada por nada nessa vida. É assim que sou feliz, te vendo ser você mesmo à cada erro ou acerto. Vendo que existe sim alguém que, como eu, quase nunca sabe o que fazer, mas faz sempre o melhor que pode. Espero poder te ver cada vez maior, assistir cada vitória e doar meu ombro diante das dificuldades.
Não espero que a gente viva um felizes para sempre cinderelesco, sei bem que isso não existe. Mas todos os dias vou dar o meu melhor. Todos os dias vou ser sua do zero, outra vez. Todos os dias vou acordar e pensar em você com carinho. E assim, quem sabe, todos os dias essa mágica venha a se repetir, me fazendo sortuda por te ter ao meu lado, compartilhando segredos e dividindo a vida.
Com você sou tão feliz, você nem imagina. Ganho o mundo quando te tenho comigo. Me sinto protegida, forte, segura. Sinto como se nada pudesse nos atingir. Com você ao meu lado eu sei que eu posso tudo, porque não há nada que o amor não possa. Não há nada que o amor não vença!
Se em algum momento pelo caminho eu pensar em desistir, não deixe. Me segure mais cinco minutinhos, me abrace por mais meia hora. Alguma coisa aqui dentro diz que o nosso encontro é perfeito. Alguma coisa bem forte me faz ter certeza de que somos mais fortes juntos. Então não me deixe ir, não deixe que a gente se perca nem por um segundo. Algumas coisas extraordinariamente boas só acontecem uma única vez em nossas vidas, exatamente como aconteceu eu e você.
Te dar o mundo de presente seria pouco se fosse uma tentativa de retribuir o que você me dá, as sensações que me causa, a felicidade que me faz sentir. Nada nesse mundo é igual... Eu amo você!

15 de janeiro de 2013

Deixa ser!


 Tanta gente querendo amor e você ai se guardando. Se privando de sorrir fácil e ver as horas passaram sem se sentir. Tanta gente querendo se doar e receber na mesma quantidade, pra se transbordar e se conhecer... Pra ser seu e se permitir ser do outro, sem apego ao que não pode ser.
 E você com todo esse medo, essa mágoa, essa dor... Não vê que o amor é bonito demais pra perder tempo com o que não compensa? Deixa disso! Não há nada que não se resolva com uma boa conversa, filmes doces num domingo e beijos apaixonados pela manhã. Não há mau humor que não se cure com promessas fáceis, brigadeiro de panela e dormir agarrado. Tem coisa melhor que se ver no outro e perceber amor?
 Deixa que o outro chegue e se instale. Deixa que a calmaria venha e traga junto dela um pouco de tempestade. Deixa que os abraços se completem, os beijos se apaixonem, os olhares se entendam. E vai deixando ser, sem pensar. Pensar demais complica e amor é o ato de descomplicar, de se permitir. E se perder... Pra se encontrar!

7 de janeiro de 2013

Carta ao futuro!


Tem passado que volta tão bonito de se ver que merece realmente ser chamado de presente. Uma segunda chance pro que numa primeira tentativa não deu muito certo. Não por erros imperdoáveis ou mágoas sem tamanho. Simplesmente naquele determinado momento não era a hora certa. Como talvez ainda não seja essa, mas se tratando da gente vale muito à pena tentar!
Reconhecer seu sorriso, sua voz, seus gestos. Voltar a caber no teu abraço, nos teus sonhos, no teu mundo. E agora sem toda a pressa da adolescência. Sem todo aquele medo de estar perdendo todo o resto... A gente só tem mesmo é a ganhar. E é bom demais perceber que estamos fazendo por merecer.
Você é quase o mesmo, com um jeito encantador e a forma de me tratar como se eu fosse a única no mundo. Sempre soube que perdia muito ao te deixar partir. E só o fiz por saber que, naquele momento, você merecia mais que o que eu tinha pra oferecer. Era injusto receber tanto e não saber o que fazer com o pouco que eu tinha pra dar... Jogava sobre você esperando que você fosse capaz de entender minha falta de jeito e de todo o resto. E você sempre o fazia, com olhos que esperavam por mais, mas felizes com o que recebiam. Todo um jeito bom de lidar comigo que ninguém mais no mundo jamais teve.
Você é incrível, sabia? Sempre, todos os dias dos últimos anos, pensei assim de você. E inúmeras, milhares de vezes, me senti tão burra por te perder. Hoje eu vejo o quanto foi bom não ter sido egoísta. Vou ser eternamente grata por essa segunda chance nos dada pela vida.
Cada uma das vezes que penso em você me vem um riso fácil. E nadinha no mundo consegue diminuir a admiração que eu tenho por ti. Dessa vez vou fazer tudo certo, prometo! E todos os últimos dias separados não são nem o começo do tempo que ainda temos pra ser felizes juntos. Te amo, ainda e sempre!

10 de dezembro de 2012

Alguém para amar!


 Ame alguém que se preocupe com você. Alguém que queira saber do seu dia, dos seus medos, de onde você quer chegar. Alguém que queira chegar lá com você, que esteja disposto a fazer tudo para manter seu sorriso diariamente, para te ver bem. Que queira cuidar dos seus machucados e perca o sono te olhando enquanto você dorme. Alguém que cuide pra sua dor passar.

 Ame alguém que respeite você. Que saiba até onde vão seus limites e esteja preocupado em não ultrapassá-los. Alguém que saiba que você precisa de espaço e que tem uma vida que independe da relação de vocês. Alguém que pense antes de falar, por não querer te machucar. Alguém que não faça as coisas sem antes pensar em como você vai se sentir. Alguém que se coloque em seu lugar e não pense apenas em si mesmo.

 Ame alguém que te queira bem. Que cuide de você caso você adoeça, e não te deixe esquecer de tomar os remédios na hora certa. Que te encha de carinhos de graça, num domingo chato qualquer. Que compre flores independente de datas especiais, por saber que elas te deixam feliz. Alguém que diga que te quer bem, que te quer por perto, que te acha especial. Alguém que acredite no quanto você merece ser feliz e queira fazer parte disso.

 Ame alguém que te acompanhe. Alguém que segure a barra pra você. Que esteja disposto a encarar seus problemas também, ali do lado, pra você nunca esquecer que não está sozinho. Alguém que segure sua mão forte quando as coisas ficarem difíceis. Que se mantenha de pé caso você venha a cair, pra te ajudar a subir e chegar aonde você quiser. Alguém que saiba que numa relação à dois, assim como a felicidade vem em dobro, o problema tem que ser sempre dividido.

 Ame alguém que cometa erros. Alguém que esqueça o dia do aniversário de namoro qualquer mês desses, por estar atolado com outras coisas. Alguém que chegue atrasado vez ou outra, por querer estar bonito ao te encontrar. Alguém que diga "Não" umas duas, três vezes, pra você saber que nem só de "Sim" se constrói um amor bonito. Alguém que cometa erros perdoáveis e saiba exatamente a hora de te olhar nos olhos e pedir desculpas.

 Ame alguém que confie em você. Que trate bem seus amigos, mesmo que não goste muito deles. Que não se permita cegar pelo ciúme, nem perder as estribeiras por desconfiança. Alguém que te deixe livre pra ser você mesmo, pra viver as coisas que você tem vontade de viver. E aceite correr o risco de te perder, caso você venha a mudar de ideia qualquer dia desses. Mas jamais te impeça de ir atrás do que você quer, por acreditar de verdade que você merece tudo o que deseja!

 Ame alguém que te ame também. Alguém que pense em você ao acordar. Alguém que faça planos prum futuro ao seu lado, que conte as horas pra ver você. Alguém que te conheça e te aceite, por inteiro. Que tenha medo de te perder não por precisar de você, mas por saber que ao seu lado a vida é mais fácil, mais doce, mais serena. Alguém que te olhe nos olhos e diga uma infinidade de coisas lindas, sem que seja preciso usar qualquer palavra. E da mesma forma, que saiba exatamente quando você precisa ouvir um "Eu te amo!" ao pé do ouvido. Alguém que jamais canse de dizer o quanto você o faz feliz. Alguém que não canse de lhe retribuir com essa mesma felicidade.

 Ame alguém que te faça bem. E por favor, seja merecedor: Faça o bem de volta! Ainda não conheci nada mais bonito que um amor de ida e volta.

12 de novembro de 2012

Ame-se!



Você olha a menina entregue e não entende. Até outro dia o sorriso era outro. Tem vontade de perguntar onde ela encontrou a coragem. Tem vontade dizer pra ela ir com calma. Tem uma certa inveja de ver ela tão entregue. Inveja boa e nascida lá do seu medo imenso de arriscar de novo. Tem vontade de dizer que ela te inspira.

Fica se perguntando aonde ela guardou o medo. Como ela conseguiu juntar os caquinhos do coração? Você queria esse pó mágico também. Queria toda essa coragem pra atirar no escuro e arriscar sem medo. Queria não ser assim tão insegura e ter todos os cacos do coração espalhados pelo chão. Coração que quer se refazer, mas ainda não descobriu como.

Comprar roupa nova não ajudou em nada. Cortar e pintar o cabelo não fez efeito. Todas as receitas colhidas em livros de auto-ajuda e blogs românticos... Nada deu certo! Nada trouxe aquele sorriso fácil que ela tem agora, ou aquele brilho nos olhos que parece ter um motivo com endereço. E sabe bem que além de sobrenome, tem antes o nome de "Amor". As quatro letras que exigem a entrega que você ainda não descobriu como conseguir. As quatro letras que inspiram o mundo e têm efeito contrário em você.

Agora escuta: Deixa disso! Tem drama demais derramado sobre os cacos desse seu coraçãozinho. Dói sim, disso eu também sei. Mas dói muito mais porque a gente insiste em deixar doer. Insiste em sentir pena de si mesmo. Insiste em repetir que não vai ser diferente. Busca o novo com mãos e pés no passado, achando que segurando a dor talvez tenha como mudar a história. Querendo deixar uma vírgula pelo caminho, achando que pode ser melhor adiar o final.

Desamarra essa cara. Larga mão desse bico. Sai desse pijama! Menina a esperança tem que vir de você. As quatro letrinhas de poder imenso dependem de você pra que aconteça. O sorriso fácil, o brilho nos olhos... Tudo nasce no espelho. Tá na hora de voltar a gostar do que vê. Tá na hora de se ver com outros olhos. E então, quem sabe, surjam novos olhares. Olhares convidativos e encorajadores. O que te falta pra que a cura se faça, pra que os sonhos se renovem, pra que a chama reascenda. 

A felicidade ao lado é bonita e sempre parece fácil, mas acredite, ela é bem melhor quando vem da gente, de forma suada e extremamente compensadora!

4 de novembro de 2012

Falando de amor.


Depois de conhecer o amor a gente sempre quer mais. A gente espera por atitudes melhores, beijos mais apaixonados, palavras mais românticas. Depois de conhecer o amor, os outros sentimentos parecem sempre insuficientes para sustentar uma relação. Você quer sentir o amor outra vez, e de novo. E não consegue parar até encontrar.

Isso porque o amor é bom. O amor faz a gente acordar cedinho pra ser o primeiro a dar bom dia. E consegue fazer com que a gente perca noites de sono numa conversa fácil de planos bonitos. E qualquer outra coisa que pareça amor pode até acalmar por um tempo, mas nunca preenche todos os espaços ou nos faz satisfeitos. O amor é aonde queremos chegar outra vez, só pra sentir o coração bater mais forte com a hora da chegada que se aproxima.

A gente olha nos olhos do outro e não consegue pensar em como seria não se ver lá. Queremos ficar por mais algumas horas, dias, semanas. Queremos ficar para sempre. E o outro, atendendo à todas as preces que fizemos, também pede pra que a gente fique um pouco mais. O amor não nos prepara para as despedidas, acreditando ser sempre possível encontrar tempo pra que o beijo dure, pra que a conversa não acabe, pra assistir todos os filmes do mundo. O amor não tem pressa alguma, por isso tantas vezes nos faz esperar tanto!

No fundo a gente sabe quando é amor. Sabe também quando não é. E ainda que o amor seja muito uma questão de escolha, nem sempre somos nós que o escolhemos. Na maioria das vezes é ele que nos escolhe, nos coloca num filme, nos tira do chão. Sem chance nenhuma de dizer não, nos pegamos vivendo qualquer coisa enorme, bonita e sincera, que a gente não quer nunca que tenha fim. Se tratando de amor, queremos sempre poder aproveitar um pouco mais. 

Nos pegamos outra vez acreditando na possibilidade do pra sempre. Nos vemos outra vez escrevendo cartas cheias de sentimento. Tiramos fotografias cheias de sorrisos e lembranças bonitas. Outra vez nos sentimos inteiros e não mais uma busca eterna de razões. Outra vez transbordamos o outro em nós mesmos. E ainda que digam que é loucura, nos arriscamos. Muito mais bonito é se arriscar. Eu, particularmente, não confio em quem diz que não sente falta de se sentir amado. Pra mim a verdade está em quem se ama e consequentemente sabe que amar o outro é uma dádiva, que se faz completa quando esse amor é correspondido.

18 de outubro de 2012

Perfeitamente imperfeito.


Aqui estamos nós: seres imperfeitos esperando pela perfeição do outro. Nós que choramos sem motivo, brigamos por tédio, reclamamos pra passar o tempo, sentimos ciúmes algumas vezes sem sentido. Nós que nos conhecemos como ninguém e por isso bem sabemos que alguns defeitos nossos são realmente bem difíceis de aturar. Mas continuamos crédulos de que há um ser por aí que nos merece e que, por tanto, deve ser íntimo da perfeição. Merecemos, no mínimo!, perfeição. É o que pregam que a gente deve achar.
Qualquer dia desses, quando errarmos, nos pegaremos pedindo desculpas. Qualquer hora dessas diremos que, se estivéssemos no lugar do outro, tentaríamos entender. Seres falhos que somos, diremos coisas sem pensar, tomaremos atitudes precipitadas, faremos escolhas erradas. E esperaremos, principalmente nesses momentos, que haja alguém capaz de nos entender e perdoar. Alguém capaz de nos amar independente disso. Olha nós, seres imperfeitos querendo receber mais que o que temos pra dar!
Se cometemos erros, é normal que o outro erre também. Se há amor, há perdão. Se há diferenças, alguém vai ter que ceder. E é então que, se pararmos para pensar, perceberemos que estamos fazendo a busca de forma errada. É a imperfeição que queremos. A imperfeição que nos complete e nos entenda. Alguém que tenha defeitos perdoáveis e cometa erros aceitáveis. É impossível acertar sempre. E deve ser um filme de terror conviver com alguém que, de tão perfeito que é, vê defeito em tudo que fazemos.
Quem ama briga mesmo. Mete os pés pelas mãos vez em quando. Tem medo de perder o outro e, por conta disso, age de forma impensada algumas vezes. Quem ama quer chamar atenção e por vezes não sabe direito como fazer isso, mas passa por cima do orgulho ferido e sabe a hora de pedir desculpas. Quem gosta pede desculpas com uma frequência um pouco chata, por ter medo de ser mal interpretado. Mas quem ama de verdade sabe que não precisa pedir desculpas o tempo inteiro, porque o outro entende seus defeitos. Amor de verdade é exatamente a aceitação da pior parte. Amar alguém que não erre nunca deve ser muito fácil, mas a gente nunca vai poder ter certeza disso porque pessoas sem erros não existem. E se existirem devem saber muito pouco da vida, devem ter muito pouco para nos acrescentar. As melhores pessoas cometeram erros para aprender a acertar.
Vamos encontrar alguém que nos acrescente quando soubermos que um bom diálogo resolve a maioria das diferenças. Quando percebermos que o amor está intrinsecamente ligado ao dom de perdoar. Quando soubermos ver além das falhas: porque é lá no íntimo que se esconde o melhor e o pior, e não no que os olhos podem ver e as más línguas julgar. Perfeição no quesito amor é, antes de mais nada, a troca. Acrescentar para ser acrescentado. 
Perdoar tudo não é amar, bem sabemos. Não é por termos defeitos que nos doaremos pra alguém que viva de erros. Mas há sempre um equilíbrio: alguém que erra, mas sabe como concertar. Alguém que tem defeitos proporcionais às qualidades. Alguém que sabe exatamente a hora de parar, pra não passar do ponto e correr o risco de machucar. O ser capaz de nos fazer feliz é aquele que, independente dos erros que comete, se preocupa em nos manter bem, em manter o amor bonito, em fazer a história durar. E erra, muitas das vezes, tentando acertar.
Há sim por aí alguém perfeito pra gente, nas imperfeições. Alguém que a gente vai amar ver a carinha de arrependimento. Alguém que compensará a briga com amor em dobro. Alguém que nos amará independente dos nossos defeitos e quando menos merecermos. Quem se ama e se aceita do jeitinho que é, sabe que isso é o suficiente pra qualquer amor ser bonito e duradouro. Aceitemos o outro então, com todos os defeitos e qualidades que ele tiver. Aceitemos o drama dos amores reais, porque felizes para sempre só existe em conto de fadas. Quem quer amor tem que saber: Nem só de flores se faz um romance. São os tropeços no meio do caminho que fazem as histórias mais bonitas.