21 de novembro de 2012

Mais alguns segundos.



Aqui estamos nós onde eu nunca quis que chegássemos: uma infinidade de pequenas coisas entre eu e você. Cada vez mais distantes, quando tudo que eu queria era continuar cabendo em teu abraço. E você me olha como quem pede pra que eu dê conta enquanto bate a porta rindo sem saber ao certo que horas vai voltar.

Você que me deu o mundo em um sorriso e encheu de esperanças esse coração desnorteado. Te vi como o melhor caminho e decidi seguir sem medo. Quando dei por mim era muito tarde pra voltar a andar sozinha, não parecia justo comigo. Mas também deixou de parecer justo com você, já cansado de tamanha responsabilidade e vontade imensa de voltar ao que sempre fora: liberdade em sua plenitude, um infinito de possibilidades. Foi isso em você que me apaixonou e me ganhou pra sempre. É isso em você que vai fazer eu te perder.

Sei que venho sendo egoísta, prolongando o fim por achar que mereço um recomeço. Sei que deveria ser uma daquelas mulheres bem resolvidas que te deixaria partir numa boa e encontraria uma forma de dar a volta por cima. Talvez numa próxima vida eu venha assim. Talvez ainda nessa eu aprenda a ser assim. Mas não com você. Não deixando acabar esse fiozinho de amor que ainda existe entre a gente.

Bem sei que no fundo você aprova minha atitude. Sei que você vê o quanto me esforço e sorri consigo mesmo desse meu jeito meio torto de tentar te fazer feliz. Talvez por acreditar em mim mais que eu mesma é que continue aqui. Suportando o vazio imenso que existe entre os momentos de confidências e a maioria dos outros, quando o silêncio quase arranca as esperanças que me restam. 

Sei que se pudesse escolher que vontade sentir, ia querer ficar. Tenho certeza disso. Mas assim como é mais forte que eu isso de te querer aqui, é mais forte que você a necessidade de partir. E vejo nitidamente o esforço que faz para estar nos dois mundos. Eu, apaixonada que sou, acabei aceitando ter tua menor parte, ter teu menor tempo. E continuar fingindo que não noto as ausências, os silêncios e as perfeitas desculpas.

Desculpa errar tanto ao tentar acertar. Desculpa precisar tanto de você. Alguma coisa aqui dentro escolheu você de um jeito que não é justo com nenhum de nós dois. Eu sinto como se fosse a única no mundo que merece esse teu jeito doce, teus olhos claros e as promessas bonitas que você faz. Sinto como se fosse um direito meu te fazer feliz e ser feliz em troca. Parece louco, admito. E talvez com o tempo eu vá aprendendo a viver sem você. Mas agora é tão mais fácil te ter por perto, dormir contigo, acordar sorrindo aliviada nos teus braços. Até o mais difícil dos mundos ainda parece de alguma forma fácil se você vem junto.

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