4 de novembro de 2012

Falando de amor.


Depois de conhecer o amor a gente sempre quer mais. A gente espera por atitudes melhores, beijos mais apaixonados, palavras mais românticas. Depois de conhecer o amor, os outros sentimentos parecem sempre insuficientes para sustentar uma relação. Você quer sentir o amor outra vez, e de novo. E não consegue parar até encontrar.

Isso porque o amor é bom. O amor faz a gente acordar cedinho pra ser o primeiro a dar bom dia. E consegue fazer com que a gente perca noites de sono numa conversa fácil de planos bonitos. E qualquer outra coisa que pareça amor pode até acalmar por um tempo, mas nunca preenche todos os espaços ou nos faz satisfeitos. O amor é aonde queremos chegar outra vez, só pra sentir o coração bater mais forte com a hora da chegada que se aproxima.

A gente olha nos olhos do outro e não consegue pensar em como seria não se ver lá. Queremos ficar por mais algumas horas, dias, semanas. Queremos ficar para sempre. E o outro, atendendo à todas as preces que fizemos, também pede pra que a gente fique um pouco mais. O amor não nos prepara para as despedidas, acreditando ser sempre possível encontrar tempo pra que o beijo dure, pra que a conversa não acabe, pra assistir todos os filmes do mundo. O amor não tem pressa alguma, por isso tantas vezes nos faz esperar tanto!

No fundo a gente sabe quando é amor. Sabe também quando não é. E ainda que o amor seja muito uma questão de escolha, nem sempre somos nós que o escolhemos. Na maioria das vezes é ele que nos escolhe, nos coloca num filme, nos tira do chão. Sem chance nenhuma de dizer não, nos pegamos vivendo qualquer coisa enorme, bonita e sincera, que a gente não quer nunca que tenha fim. Se tratando de amor, queremos sempre poder aproveitar um pouco mais. 

Nos pegamos outra vez acreditando na possibilidade do pra sempre. Nos vemos outra vez escrevendo cartas cheias de sentimento. Tiramos fotografias cheias de sorrisos e lembranças bonitas. Outra vez nos sentimos inteiros e não mais uma busca eterna de razões. Outra vez transbordamos o outro em nós mesmos. E ainda que digam que é loucura, nos arriscamos. Muito mais bonito é se arriscar. Eu, particularmente, não confio em quem diz que não sente falta de se sentir amado. Pra mim a verdade está em quem se ama e consequentemente sabe que amar o outro é uma dádiva, que se faz completa quando esse amor é correspondido.

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