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11 de março de 2017

Fazendo uma breve visita.


É engraçado ler algo que eu mesma escrevi, cinco anos atrás, e não me reconhecer ali.
Talvez por isso eu tenha deixado de escrever. Fui me dando conta de como tudo é passageiro e assim, sem medo, pude admitir: eu mudei tanto!
Sim, ainda sinto uma necessidade grande de contar coisas sobre mim vez ou outra, de forma despretensiosa, mas não sei... acabo conversando comigo mesma e é suficiente.

Vivo me perguntando em que momento da vida eu deixei a minha intensidade. Onde terá ficado aquela necessidade enorme de amar e me sentir amada? Onde foi parar todo aquele turbilhão de emoções que eu tentava nomear e controlar, na maioria das vezes sem muito sucesso?


Vez outra alguém me escreve pedindo que eu volte. Vez ou outra eu mesma me peço pra voltar. É algo que quero muito até, mas já não me sinto tão segura ao falar do que sou e sinto, de como vejo o mundo e absorvo as coisas. E olha que, trocando em miúdos, cresci bastante nesse sentido. Mas também criei a consciência de que mudo, muito muito, all-the-time. Antes eu tinha a sensação de que era tudo eterno, sabe? Amores pra sempre, dores sem fim, sentimentos inesgotáveis. Hoje sei bem que não é assim, e é bem mais complicado escrever sobre algo que você tem consciência de que amanhã pode já não ser, pode, inclusive, nunca sequer ter sido, mas você escolheu viver mesmo assim.

Não nego que, mesmo assim, escrevo. Tenho alguns muitos punhados de palavras guardadas sobre momentos que eu precisava escrever. Sinto que isso é natural quando se tem esse hábito, mas hoje, e isso talvez seja um pouco bobo da minha parte, tenho medo de compartilhar alguns dos meus pensamentos. Numa época em que as pessoas veem maldade em tudo o que se chega a elas, você começa a podar o que deixa que os outros saibam de ti, pra que não se achem no direito de julgar as escolhas que você faz, pois se tem algo que não muda aqui é que eu continuo dando língua pra quem acha que pode dizer o que é melhor pra mim.

Sim, eu ainda admiro o amor com todas as minhas forças, mas minhas ideias sobre o amor mudaram tanto que, embora ele ainda seja essencial pra mim, já não penso tanto sobre isso ou sobre como é ruim se sentir sozinho. Aliás, vale dizer, hoje eu amo a solidão. Só pra vocês saberem, eu ainda amo. Hoje, talvez, um amor bem mais real e consciente, mas ainda assim amor. Inclusive, aprendi bastante sobre o fato de existirem muitas formas de amar, mas isso é assunto pra outro dia.

Ainda ouço as mesmas músicas, embora, não nego, alguns sucessos atuais realmente mexam comigo. Continuo com aquela queda pelo passado, mas não por fantasiá-lo, como de costume, e sim por lembrar e saber que antes era tudo bem mais fácil. Se soubesse antes o que sei hoje, teria perdido muito menos tempo com os dramas adolescentes e me jogado várias vezes mais atrás dos trios pelas avenidas da vida. Se tem algo que o tempo me mostrou é que essa fase realmente não volta e quanto mais o tempo passa, mais o netflix e minha cama me convencem a não sair de casa. Sinto saudade de quando toda aquela energia me movia, da sensação ingênua de que eu podia tudo.

Ainda me sinto sozinha nos dias de chuva, mas é uma solidão que me acalma. Nesses momentos penso no quanto sou minha, no quanto tive a sorte de viver muito do que sempre me encantou. Nessas horas é que eu consigo me dar conta do quanto eu cresci e do quanto eu sou grata por ter vivido exatamente tudo o que vivi e chegar aqui com a sensação de que as coisas foram exatamente como tinham de ser.

Lembram que eu sempre questionava a vida sobre meu futuro, sobre meu destino, sobre qual seria o meu lugar e a finalidade de tudo isso? Hoje eu sei, sem sombra de dúvidas, que a resposta para essas perguntas é sempre: aqui, agora!

Qualquer hora dessas eu reapareço, já sem todas aquelas certezas absolutas, mas ainda com uma imensidão dentro de mim. Espero que vocês entendam...

30 de abril de 2015

Um sincero pedido de desculpas


Desculpa eu não chorar sobre o leite derramado. Nós dois sabíamos que as coisas não terminariam bem. Não existem milagres quando se trata do que é certo: quando não há remédio, remediado está. E deixando de lado os ditados populares baratos, estava tudo errado.
O problema não era você. E não, o problema não era eu. É só que a gente tem o direito de encontrar o que procura, e você procurava sua metade enquanto eu, bem, eu sempre soube que não nasci pra ser metade de ninguém.
Eu sou livre, você viu. Deixou de ser escolha já faz um tempo, quando passou a ser completamente natural. Poder fazer o que quero e como eu quero. Poder estar aonde me der vontade e ser o que eu sou: tão eu mesma que nem sobra espaço pra ser metade de outro alguém. É assim que eu gosto de ser, é assim que eu quero amar.
Você não. Você é porto seguro, terra sólida. Pés no chão, vontade de se doar e assim se fazer completo. E não é que você precise de outro alguém. Você não precisa! Você simplesmente gosta de ser uma metade em busca de outro alguém. Um tempo atrás você seria tudo o que eu sempre quis pra mim. Mas isso faz muito tempo, e eu só lembro por saber que já fui como você.
Toda a ideia de uma casa branca e filhos correndo ao nosso redor nos domingos, é realmente muito bonito. Quis demais me agarrar a isso e acreditar que era pra ser, toda a coisa de almas gêmeas e destino. Até que tive que admitir para mim mesma que minha alma gêmea, se é que eu tenho uma, entraria em pânico tanto quanto eu quando ouvisse sobre como a vida seria maravilhosa após o casamento.
É que eu não quero esperar pra ser feliz. Não quero! Eu quero ser feliz agora, desde o primeiro beijo, sem cobranças descabidas, com liberdade e suspiros. Eu quero segurar a mão de alguém que, como eu, saiba que a casa branca pode esperar porque por enquanto a gente tem o mundo, e ele é imenso, nos abrigaríamos bem em qualquer lugar. E casar seria simplesmente a ordem natural do encontro, em um domingo qualquer quando acordássemos e percebêssemos que tudo bem se compartilhássemos o sobrenome e a mesma casa, pois o melhor de nós estivemos compartilhando desde o primeiro momento: nossos sonhos.
Seu jeito de amar não está errado. Acho até que talvez esteja mais certo que o meu - se é que existe esse tipo de medida para o amor. É só que nós amamos diferente, sonhamos diferente. Eu vou casar sim, um dia. Terei uma casa branca talvez, isso já foi um grande sonho pra mim também. Mas não é esse o meu objetivo de vida ou o que eu espero do amor. Pra mim o amor é bem mais. E eu espero que o seu amor venha a ser sua realidade um dia, mas ele jamais me caberia. Com toda essa minha sede, sonhos e anseios a gente só se machucaria - eu ao tentar viver a história de amor mais fácil e você quando se desse conta de como eu realmente  sou.
Espero que você esteja bem agora. Desculpa eu sair sem deixar um bilhete. Não foi pressa, estar aí era bom. Foi medo mesmo! Jamais me perdoaria se tirasse de você as chances de viver seu verdadeiro amor e você jamais entenderia quando percebesse que amor para você é tudo o que eu não sou. Entrei em pânico e saí da sua vida. Pareci egoísta, mas você ainda me agradecerá muito um dia...

15 de maio de 2014

Exagerado.


Nós somos os que se doam demais. Não endurecem. Não desistem.
Somos os que escutam repetidas vezes a mesma música, no volume máximo, só para lembrar mais uma vez. Só pra doer mais um pouquinho.
Somos os que sentem tudo. Que querem muito. Que buscam mais. 
Intensos por natureza, atirados por conveniência, loucos para viver. Que caem de cabeça e não medem a altura do tombo.
Os que não medem esforços, metem medo, enlouquecem e não se entregam.
Somos o extremo do extremismo, verdades universais e lágrimas que não cansam de cair.

Estamos aqui, de pé, outra vez. E se necessário, após cair, o faremos mil vezes. Só pra sentir de novo, só para sonhar mais um pouco, só pelo prazer da ilusão. E nos entupimos com verdades inventadas que facilitam nossas vidas e ganham nossos corações. Depois os partem, em mil pedacinhos. Mas tudo bem, a gente já se acostumou a vê-los espalhados pelo chão.

Temos paixão pelo que queima, pelo que inunda, pelo que faz fluir. Por tudo que nos causa reações. Por tudo que nos toca e nos encanta e nos ganha. Sempre para sempre. Porque até amanhã não dá tempo. Porque semana que vem já passou. E nós não vemos a hora de provar que finais felizes realmente existem.

Dói, é claro. Mas passa. Depois de muitas noites embriagados. Depois de mil viagens para dentro e para fora. Depois de um novo amor... Passa. E somos outra vez novos em folha. E estamos prontos para cometer os mesmos erros.

A gente não se importa. Não liga mesmo. Nós somos livres, indiferentes ao tempo, mais fortes que o medo. A gente faz e acontece dentro de nós mesmos. Não precisamos provar nada para ninguém. E continuamos buscando algo que ainda não conhecemos, mas sabemos ser o que nos consolará.

Porque é isso que queremos: colo e consolo. Maiores abandonados, sedentos de sentimentos. Apaixonados por dramas baratos, que choram com filmes aos domingos. E fariam qualquer coisa para ter com quem, carinhosamente, dividir a pipoca e o chocolate. Dividir os sonhos e o medo. A cama, a casa e todo o aconchego. Doando, de bandeja, o coração.

E pedimos perdão sem vergonha. Passamos por cima dos rastros de orgulho. Olhamos para trás quantas vezes for necessário. E não, não somos dignos de pena. Somos dignos, na verdade, de todas as honras. Pois somos verdadeiros. Somos maiores que o que nos é imposto. Somos amor e exagero, da cabeça aos pés, sem culpa ou medo.

23 de fevereiro de 2014

Do que eu não sei descrever.



Não sou boa no quesito falar de felicidade. Nunca fui. Quem acompanha sabe: dor de cotovelo, dramas, saudade. Tudo vira pauta para várias linhas, menos a felicidade. Vez ou outra ensaio linhas bem humoradas ou palavras de empolgação. Nunca chegaram a me dizer que estava ruim, mas eu mesma sempre tive a impressão de que não convencia.

Uma vez fui questionada por uma grande amiga sobre o assunto. Ela, muito próxima da minha pessoa, acabara por perceber que eu normalmente brincava de escrever quando as coisas por aqui não estavam tão bem. Eu nunca neguei que sou dada aos dramas, de certa forma isso sempre foi o natural para mim. Mas foi difícil admitir que eu não sabia lidar com a felicidade. Ao menos não quando se trata de falar da mesma.


Foi então que me veio à cabeça umas palavras que leio desde muito cedo, e que não sei à quem pertencem, mas falam algo sobre como as pessoas realmente felizes não sentem necessidade de demonstrar isso. E que verdade! Porque, na boa, quando eu tô muito feliz me pego publicando a música mais sofrida da já amiga íntima, Adriana Calcanhotto. De alguma forma, que não sei explicar e nem consigo entender, não faço questão de me mostrar feliz. Não quando eu realmente e naturalmente estou. Quem está perto percebe, é claro. Sou espontânea demais pra conseguir esconder felicidade. Mas a impressão que tenho é de que quem está longe não precisa ouvir o barulho que minha felicidade costuma fazer.


Talvez isso explique o porque de eu ter parado de brincar de escrever. É difícil escrever sobre dramas quando vai tudo tão bem... Nem mesmo as histórias das minhas amigas ficam mais a mesma coisa. Parece que falta uma pontinha de dor real, que só consigo repassar quando ela é, de fato, real por aqui. E então percebo que o meu sonho de um dia escrever um livro, caso eu seja uma pessoa realmente feliz, está fadado ao fracasso. E eu poderia ficar triste por isso, mas tudo bem, eu sobrevivo. Enquanto Marian Keyes conseguir escrever, eu sobrevivo.


Hoje eu tentei romper essa barreira. Na verdade, tem uma semana que venho tentando. Fico alguns trinta minutos olhando pra tela do computador quando, tenho de admitir, nada vem e eu desisto. Começo e as palavras perdem o rumo. Findo algumas linhas, mas ao reler parece tudo tão chato. Nem Lana Del Rey tem me ajudado. Nem Los Hermanos tem surtido efeito. E então eu preciso aceitar que não, eu não sei falar da felicidade.


Eu sei sentir. E cantar. E até beber a felicidade. Mas falar, não dá. Não tem como explicar essa sensação de bem estar causada por uma boa noite de sono, sem horas perdidas revirando-se na cama com ensaios dramáticos de uma cena que jamais acontecerá na vida real. Não tem palavra que traduza essa paz, o sorriso fácil, a vontade de viver. Definitivamente, não dá! Eu desisto, não tenho vocação nenhuma pra falar da felicidade.


E depois de admitir isso para mim mesma, tento encontrar o motivo. Não encontro, é a verdade. Mas deve ser o fato de não achar justo dividir uma coisa tão boa e tão minha, assim, com todo mundo (principalmente com quem torce pelo contrário). Dor a gente divide porque alivia, acalma. Mas felicidade a gente quer é que pulse, e dure, e intensifique. Tudo dentro da gente, permanentemente. 


Então deixo aqui o meu mais sincero pedido de desculpas. Durante esse tempo ausente eu estive lendo bons livros, errando sem medo, enfiando o pé na jaca. Viajei para lugares que sempre tive vontade de conhecer. Conheci pessoas impagáveis. Arranjei um emprego (lê-se estágio), do qual eu realmente gosto. Engordei vários quilos com gosto de brigadeiro e sanduíche com porção extra de queijo cheddar. E não, eu não sinto nenhum tipo de culpa por isso. 

Desculpa, mas como eu ia escrever sobre isso sem parecer a pessoa mais egoísta do mundo, principalmente por não me achar nada egoísta? Desculpa mesmo. Mas se serve pra alguma coisa, eu realmente recomendo. Muito! Pra todo mundo. 

"O mundo é bão, Sebastião!", canta a voz doce de Nando Reis. E não é que é mesmo? E tem valido muito à pena!

10 de fevereiro de 2014

Uma quase confusão.


O amor é muito mais que palavras, ele havia me dito. E eu, ainda insegura, sorri sem graça, sem saber bem o que aquilo queria dizer. Quer dizer, eu já amei um dia, disso eu sabia, mas não estava pronta para falar sobre o quanto aquilo havia me machucado. Não estava pronta para falar de amor com alguém que eu ainda pouco conhecia. Mudei de assunto rápido e deixei que ele pensasse qualquer coisa sobre mim, que não fosse o que sou de verdade. Naquele momento não queria ser eu mesma, só queria estar ali e esquecer todo o resto.

Nos vimos poucas vezes depois disso. Trocamos poucas palavras. Tive vontade de voltar e falar sobre como o amor já fez morada por aqui. Mas falar de amor é tão difícil. Desisti! E então tive que procurar em mim o que ainda tenho daquele amor que um dia senti. Alguém, outra vez na vida, me fez procurar por mim mesma, depois de tanto tempo, daquela forma diferente que só o amor nos enxerga. Me fez voltar ao sentimento que eu mais admiro, com o qual pensei já nem combinar.

De fato, não estou pronta para o amor. Não mais. É que doação envolve muito mais que estar perto. E eu quero estar perto, mas me doar é arriscado, então eu me aproximo e, ainda assim, estou distante. E amor é, antes de mais nada, doação. Isso eu não esqueci. Acho que essa é uma das coisas que, depois de vivida uma vez, não se esquece nunca.

Eu não tenho medo, que fique claro. Correr riscos é rotina por aqui. Eu só não estou inteira ainda. Sabe aquela história de paz consigo mesmo? Pois é, preciso viver mais disso. Preciso continuar mansa aqui dentro. Meu coração anda meio cansado de furacões, embora a gente saiba que ele adore uma boa adrenalina. Vez ou outra ele reclama, não perde essa mania. Mas depois, quando percebe o quanto tem nos feito bem, acaba agradecendo. Calmaria tem sido lema, e amor calmo é difícil, exige tempo e força de vontade, exige vidas comungando em paz. Equilíbrio à dois, nos dias de hoje, é ouro. Não estou pronta para construir. Não agora.

Talvez tenha sido melhor assim. Imagina ele me ouvindo falar de como são intensos os sentimentos por aqui. Correria com certeza, como as pessoas normais fazem quando encontram exagerados como eu. E não poderia culpá-lo, me conheço bem, os perigos aqui são grandes, tais quais costumam ser os dramas. É melhor deixar assim e não envolver mais ninguém nisso.

De qualquer forma quero encontrá-lo outra vez. Conversar sobre o amor, quem sabe. E talvez dizer que pode ser seguro, pode ser calmo e intenso. Pode ser realidade e sonho confundidos. Porque o que sei do amor não é tanto, mas certamente é muito disso.

25 de setembro de 2013

Calei, mas continuo sentindo.


Como que a gente começa a falar quando o assunto é sentimento? Acho que desaprendi. Acho que endureci, mesmo não querendo.
Em meio aos amores que nascem da noite pro dia e "Vidas" que nem se conheciam um mês atrás, fui calando para não mentir. Fui me esquivando de sentir e falar, para não cair no erro do amor que não durou mais que o sono de muitos por aí, como diz a piada que circula nas redes sociais.

Eu não era assim. Nunca fui. Longe de mim! Sempre dada a falar mais que o que deveria, era adepta do amor escancarado e das declarações melosas de amor-para-sempre. Fui assim a vida inteira e até gostava. Agora tô aqui, nem lembro a última vez que me declarei sem medo.

Não sei se as decepções ou a falta de ânimo. Acho que um pouco dos dois. Mas aprendi a guardar pra mim. E muito bem guardado! Todo tipo de sentimento, todos os acontecimentos. Eu simplesmente não compartilho. E agora, sempre que me vejo declarando amor por alguém seja em comentários nas redes sociais ou em demonstrações simples de carinho, como um abraço, acabo me perguntando se é isso mesmo. Se o outro também sente. Se é seguro demonstrar...

Num tempo onde as pessoas escancaram tudo o que sentem, eu simplesmente me abstenho. Pondero as palavras e meço os sentimentos para não passar do ponto.
Não cheguei a me tornar fria. Não tenho estrutura emocional para tanto. Eu só não sei mais demonstrar, embora ainda sinta, todo o amor ou raiva que estão aqui dentro. Porque sim, eu choro sozinha vez ou outra. E inúmeras vezes eu quis gritar com alguém por essa pessoa ser algo que aprendi a detestar. Mas eu simplesmente calo e deixo pra lá. E fui deixando tanta coisa pra lá que, de repente, tudo o que foi deixado pra lá levou um pouco de mim. Porque eu sou os gritos que calei. Sou o amor do qual não falei. Sou a tristeza das amizades que se romperam. Sou a loucura das paixões que simplesmente não tive ânimo pra deixar que crescessem.

Tenho medo de ter ido longe demais com isso. Tem segredos que a gente precisa dividir com alguém para que não nos devorem. E nem sei quantas pessoas perdi só por não achar justo pedir para que ficassem. Cheguei num ponto de aparente indiferença que não condiz com a realidade, mas por ser mais confortável e fácil de lidar, achei ser o melhor a deixar transparecer.

Não tem sido ruim, não nego. Quanto menos importância você dá aos sentimentos, menores eles parecem. Mas de alguma forma, não são seus. Não são o que você realmente é. E com um tempo começam a fazer diferença também em que você virá a ser.

O meu "eu te amo" nunca fui tão sincero e verdadeiro. Mas ao mesmo tempo, nunca foi tão dolorido. Talvez não se aprofundar nesses assunto seja a chave pro sucesso. Porque embora agora os meus poucos sejam realmente bons, sinto falta da leveza que as palavras costumavam ter.

Se pra alguns beijos acorrentam almas, o que me acorrentam são as palavras. E enquanto o mundo respira amores para sempre, só consigo respirar amores reais, cheios de controvérsias, histórias, lealdade e uma infinidade de outros sentimentos nos quais ele implica.

Acho que sinto falta de quando sentir e falar estavam interligados. Nessa época era mais leve e fácil. Não havia problema se eu parecesse boba. Não havia certeza absoluta de que duraria por aqui embora acabasse do lado de lá. No momento era e ponto, o depois viria com o tempo, como tem de ser. Havia pretensão de "para sempre", não essa amedrontada certeza errante de que, de alguma forma, ele existe.

E se as pessoas soubessem o quanto um "para sempre" pode ser aterrorizante, não viveriam o prometendo por aí. Guardariam e seriam, como eu, adepta daquela frase muito bem bolada que diz "repara bem no que não digo".

9 de maio de 2013

Felicidade é você aqui.


Saudade já tem teu nome e endereço. Pela cidade, nos cômodos da casa, em lugares que ainda não fui...  Lembranças nossas colorem meu dia e tornam tudo mais suportável.
Penso no que ainda não vivemos e a única certeza que tenho é a de que ainda é cedo. Muito cedo. Nosso amor é novo e tem tanto ainda pela frente. Como o jantar que eu ainda não preparei e que certamente não será o melhor que você já provou, considerando o quanto sou desastrada. Mas é ainda mais certo que você dirá que ficou uma delícia só por saber que fiz com o que tenho de melhor: meu imenso amor por ti.
Lembro do seu sorriso e imediatamente sorrio junto, boba. Como sou apaixonada por teu sorriso, pela paz que ele me passa! E então imagino você dançando de um jeito que só você sabe - é o suficiente para as próximas horas não machucarem tanto. É o suficiente para querer dançar com você a noite inteira e pelo resto da vida. Nossos corpos e sorrisos juntos num mesmo ritmo, como jamais deveria deixar de ser.
Será que existe em algum lugar no mundo alguém que sinta isso que eu estou sentido? Porque amar você parece tão único. Parece a primeira vez. Parece pra sempre. E eu cruzo os dedos e peço aos céus pra que seja. Eu e você pra sempre.
Já conto as horas pra te ver de novo. Já quero pra ontem dormir agarrada a você e dizer baixinho no teu ouvido o quanto eu te amo. Já quero a pele arrepiada pelo teu toque e teu cabelo bagunçado pelo carinho das minhas mãos. Já quero eu e você até amanhecer, como se o resto do mundo não existisse e nós pudéssemos tudo, porque quando juntos a gente realmente pode. A gente realmente consegue ir bem além do que se imagina ser possível.
Não existe nada que se compare ao que eu guardo para você dentro de mim. Não há festa mais linda que a que acontece aqui dentro quando meus olhos encontram os teus, quando nossos lábios se tocam e outra vez é o melhor beijo do mundo. Não existe nada que explique a sensação de amar você. E nem em mil anos haverá outro amor assim. E nem em três vidas será possível esquecer. Alguma coisa me faz ter certeza que o mundo, os astros, os Deuses... A vida torce por nós dois e assisti na primeira fila cada um dos nossos reencontros, porque eles sempre emocionam e deixam aquele sabor bom de quero mais.
Espero que as horas corram e os ventos soprem à favor para que não demore. Espero que a vida seja generosa e nos permita cada vez mais noites de nós dois, cada vez mais nossos abraços e minha paixão por teus sinais. Não há nada que possa dizer o contrário: meu melhor beijo, os carinhos mais doces, os sonhos mais bonitos... é tudo teu. E será assim sempre. E renascerá pra ser maior todas as vezes em que a saudade deixa de ser vilã e se faz nossa maior aliada. 
E então acordar várias vezes durante a noite esperando que o sonho seja real e você esteja aqui, será apenas uma lembrança para fazer ainda mais especiais todas as vezes em que estivermos juntos... Todas as vezes em que for o melhor momento das nossas vidas.

16 de abril de 2013

Dê tempo ao tempo...


A gente demora muito pra entender que não basta apenas nossa vontade. Algumas coisas, por mais que queiramos muito, demoram vidas para acontecer. E outras, por mais que queiramos insistir, já não têm mais motivos pra ser.
A pessoa certa não aparecerá num domingo tedioso pra salvar seu dia. A pessoa certa precisa percorrer todo um caminho incerto pra ter certeza de que somos o melhor caminho. A pessoa certa vai chegar depois de muitas pessoas erradas e, ainda assim, não vai se incomodar com o que houve antes... Sabe que o atraso não é culpa de nenhum dos dois.
A vida é meio doida, vive errando a hora, vive fazendo a gente esperar. É uma forma dura de mostrar que nada realmente bom vem com a facilidade que queremos. É nas coisas pelas quais mais lutamos e esperamos onde vemos refletida nossa força e bom desempenho. E em meio ao processo de espera a gente vai passando por cada uma que vale por duas, e em pouco tempo, que pra nós mais parece a eternidade, vivemos mil coisas para que ao menos uma valha realmente à pena. Como um cd que a gente compra pra ouvir uma única música. Como os mil sorrisos que a gente ensaia, pra sorrir bonito quando o sorriso for verdadeiro. E espera que as tentativas sejam logo recompensadas, pois é cada vez mais duro acordar sem saber o que tem feito de errado quando sabe que tem feito o seu melhor.
Pelo caminho vozes de todos os lados: Gente que diz como você deve ser, o que deve vestir, como deve fazer. Gente que não dá conta do que passa na própria vida, mas sabe exatamente o que a gente deve fazer. E nós, por medo dos dedos que nos serão apontados, vamos consentindo e esquecendo que o que realmente importa é o que temos dentro de nós. Que o que realmente importa é o que nos faz feliz. Jamais escolha o caminho mais fácil se ele diferir do que te faz realmente feliz. Mesmo que te digam o contrário. Mesmo que a fé, vez ou outra, pareça rasa e pouca. Um dia de cada vez: Hoje talvez os sorrisos não sejam os mais verdadeiros, mas amanhã uma música pode mudar tudo. Não são as grandes coisas que definem o quanto devemos estar felizes... Ser feliz com pouco é começar a entender que felicidade grande é feita de pequenas coisas. Se é o céu que você quer, você vai alcançar. Mas comece encontrando disposição pra subir escadas sem reclamar do quanto isso te faz doer os joelhos.
O tempo se faz nele mesmo, aos poucos e com muita luta a gente vai fazendo com que ele valha à pena. Como as pessoas que entram na nossa vida e com pouco tempo se vão, mas deixam um aprendizado tão grande que nem em vidas inteiras seria conquistado se elas não tivessem passado por aqui. Mas saiba abrir mão, saiba deixar partir. Dizem que, muitas vezes, quando se perde na verdade se ganha... E que verdade! Nenhum tempo foi perdido. Nenhuma chance foi à toa. Mas não se prenda ao que não tem mais nada pra te oferecer. Roupas, sonhos, lugares e pessoas. Tudo, uma hora, deixa de servir e tem de virar passado, pra que o futuro venha e te dê o mundo, sonhos e roupas da estação.
Depois que você se desarmar dessas armas já enferrujadas, então o novo vai poder entrar, vai poder te moldar, vai te ajudar a crescer. E vai ficar o tempo necessário - quem sabe pra vida inteira, talvez só até amanhã... Tentar prever é loucura. Apenas dê tempo ao tempo e se permita ser exatamente quem você é e viver as coisas como elas realmente são. Mantendo sempre o coração leve, mas os pés no chão. O resto vai acontecer naturalmente. Como a escova de dente que precisa ser trocada de dois em dois meses. Como os filmes que já não estão em cartaz.
O seu melhor é construído diariamente. Lidar com o pior faz parte, nos faz forte. E só assim será possível reconhecer o melhor de longe, pra então ver o seu melhor reconhecido e não precisar dar motivo para não querer partir. Vai ficar pelo que você é, porque tem de ser, porque vê o melhor em você.

5 de abril de 2013

Ao amor tranquilo.


Eu precisava te escrever. Depois de ontem eu realmente precisava te escrever. Depois de tanto tempo eu tinha que te escrever. E dizer que foi bom, que foi incrível. Que foi exatamente como sempre costumava ser: a melhor hora do dia. Meu coração ainda pula aqui dentro de tanta felicidade.
Você continua sendo meu porto seguro. Como é bom falar quando é com você. Como os problemas e as dores parecem pequenas quando dividas com você. Como o mundo parece um lugar melhor quando você me abraça e a gente, outra vez, volta a ser a base um do outro. Dava pra passar o resto da vida sentada naquela mesa, te olhando nos olhos, ouvindo você falar da vida. Nem lembro a última vez que me senti tão aliviada ao conversar com alguém. Nem lembro a última vez que alguém me disse tão bem exatamente as coisas que eu precisava ouvir. Você continua a pessoa incrível por quem eu me apaixonei, o mesmo que vou amar por ainda toda a vida. Um amor diferente de tudo que já se viu.
Obrigada por continuar sendo meu grande amigo. Obrigada pela paciência de ainda e sempre. Obrigada pelo cuidado ao escolher as palavras. Obrigada por me lembrar do quanto eu mereço ser feliz. Nem tenho palavras pra te agradecer... Nem tenho como explicar como é bom ter alguém que me conhece como ninguém e, ainda assim, me aceita e me ama.
Nosso amor, que já não é o mesmo, continua sendo lindo. O carinho só cresceu, o respeito só aumentou, a confiança só se fez maior. Sem todo aquele desejo e urgência, tudo parece tão mais bonito, não é? Mesmo sem paixão e loucura, nós ainda somos melhores juntos. Vou ser eternamente grata a mim mesma por ter feito exatamente o que deveria ter feito com o que sentia por você: guardado! Vi a paixão virar sentimento bom, nutrido pelas lembranças maravilhosas e pela saudade sempre presente. É bom te amar de um jeito saudável agora e perceber que com você aconteceu o mesmo. Preciso te agradecer por isso também.
Sei que você vai ler isso, cedo ou tarde, porque a cumplicidade continua a mesma. E só queria que você soubesse que os sonhos mudaram de rumo, mas tenho certeza que vai ser eternamente assim, nossos caminhos se cruzando pela estrada, pra que um lembre ao outro do que ele tem de melhor. As outras pessoas jamais entenderiam, o mundo jamais acharia normal, mas a gente sabe que do nosso amor a gente é quem sabe, e isso basta.
Vou torcer por você sempre. De longe estarei pertinho, desejando sempre o melhor. Quando a barra pesar por aqui outra vez eu ligo. E você sabe que pode sempre fazer o mesmo. Amor de verdade é isso: Saber a hora de deixar o outro seguir em frente, mesmo que isso doa. Obrigada por tanta generosidade e compreensão. Você é o ser mais lindo que já conheci nessa vida e, pelo visto, vai ser sempre assim.
Te amo, ainda e sempre. Obrigada por ser quem você é e, de quebra, não me deixar esquecer quem eu sou, o que mereço e aonde posso chegar!

27 de fevereiro de 2013


Eita menina, quem te vê nem pensa, não consegue jamais calcular quanta coisa vem dentro dessa bagagem. Tá pesada, né? Eu imagino. Espero que não demore até que você encontre alguém com quem você possa dividir tanto peso. É bom ter alguém que conheça nossa bagagem, alguém que assim possa entender nossos traumas e medos.
Outro dia te vi de longe, caminhando pela rua à noite. Seu cabelo balançava com o vento e seus olhos pareciam perdidos, procurando algo que não sei o que era. Acho que nem você sabe ainda, mas já torço para que você encontre. Gente que nem você merece encontrar tudo o que busca, porque essas coisas de alma a gente sente só de olhar.
Não desiste não, tá? Já me falaram uma vez que é assim mesmo, que as coisas boas são mesmo difíceis de conquistar. Mas você vai chegar lá, eu sei. Eu e qualquer pessoa que pare para te ver, te conhecer por dentro. Gente assim, que nem você, hoje em dia é raro. Por isso conquistam o mundo, e isso sem nem perceber.
Quando a coisa ficar muito complicada é só orar baixinho. Agradece as facilidades, pede perdão pelos erros, conta de como anda seu coração. E não precisa fazer nenhum pedido, na maioria das vezes a gente erra ao pedir. Pra não cair no erro deixa que teu coração aprenda a querer o que te é dado de bom grado, que essas coisas, por mais sem sentido que pareçam ser, acabam sempre nos trazendo algo grande. Seja pra vida ou por momentos. E aos pouco você vai ver que tudo toma o rumo certo. Gente do bem atrai o bem, é inevitável.
E tenta não chorar mais. Se for pra chorar que seja porque amanhã é um novo dia e você pode ir lá tentar outra vez. Quer motivo melhor que esse pra chorar de alegria? Mas eu ainda prefiro o seu sorriso, por isso sorria... Alegre o dia das pessoas por aí. E cante mesmo que desafinando, pra dor não se acomodar.
Eu sei que na hora não parece, mas tudo vai se ajeitar. As coisas sempre se ajeitam. É rio que vai pro mar, bem que vence o mal, amor que gera amor. E perdoe sempre que as coisas não correrem assim. Perdoe porque perdoar é bonito, faz bem pra alma e enobrece o coração. As pessoas não sabem, mas cada perdão que se dá é uma porta que se abre para a libertação. E não tem nada melhor que ser livre do rancor, da mágoa, das dores. Não há nada mais bonito que poder respirar sem sentir pesar o coração.
Qualquer hora dessas te coloco na mala e levo pra conhecer o mundo, mas enquanto isso não acontece leia muito. Leia tudo que puder e conheça vários lugares, pessoas, histórias e palavras. Encha-se de palavras e use os livros para saber como usá-las - são amigas muito úteis fique você sabendo. Mas o silêncio será sempre sua melhor arma, não esqueça. Ele salva amores, vidas e não custa um centavo, acredita? As pessoas hoje em dia não sabem com o que realmente se vale à pena gastar.
E esse tesouro aí, guarde bem. Mantenha ele assim, sereno. E deixa que ele, por si só, faça a grande escolha. Seu coração é seu bem mais precioso e só ele é que é capaz de fazer com que você se entregue por inteira. Confia nele e guarda, mas guarde bem, pra que o mal não se aproxime e as pessoas vazias não o atinjam.
Vou ficar daqui te olhando sempre, torcendo por você. Não perde esse jeito não. Não deixa que o mundo te endureça. Mostre que quem tem sonhos vai longe. E deixa que a vida te leve pra onde ela quiser, que eu tenho certeza: há de ser um lugar bonito. Vai por mim!

22 de janeiro de 2013

Loser!


De repente a gente se vê gente grande. Paciência pouca pra algumas pessoas. Tempo zero para determinadas situações. E olha pra trás sem entender algumas atitudes, sem acreditar no que foi capaz de fazer e aceitar. Sente que alguma coisa mudou. Não da maneira fácil que torcíamos para que acontecesse. Não tão rápido quanto desejamos que fosse. Mas mudou pra melhor. E aconteceu exatamente quando tinha de acontecer.

Você me perdeu. Tão óbvio quanto a sua falta de maturidade para lidar com isso. Tanto fez, e outras tantas vezes não fez nada, que conseguiu me perder. Eu que sonhei com você noites inteiras e me esforcei da forma mais bonita pra entender absurdos que simplesmente não devem ser entendidos. Eu que te ouvia quando os amigos sumiam e te fazia companhia quando a vida ficava chata. Você perdeu sua melhor válvula de escape, a maior certeza, o amor mais sincero. E certamente ainda não se deu conta disso, sempre lerdo demais quando o assunto não é você mesmo.

Deve tá achando que é armadilha pra te ter outra vez. Seu ego se recusa a acreditar no que sua lenta cabeça já começa a perceber. Deve achar que sofro quando você liga dez vezes e eu insisto em não atender. Se engana tentando acreditar em desculpas que antes eu criava pra sua ausência sempre presente. E certamente inventa desculpas patéticas pra dar pros amigos também patéticos quando perguntam da idiota que finalmente largou do teu pé.

Você perdeu tudo. O coração bonito que entreguei nas tuas mãos, as expectativas bonitas de se ver, a confiança desmedida. Você perdeu tudo e só não se perdeu pelo caminho porque no fundo nunca nem se teve. Não se ama e nem se conhece. Precisa que os outros digam que você está bem e feliz para acreditar que realmente esteja. Triste! E ainda mais triste é o tempo que perdi com você. Te superar foi a melhor coisa que eu podia ter feito por mim mesma.

A falta que você não me faz, sei bem, vai ser sentida desse lado ai. Quando faltar alguém pra te dar carinho mesmo sem você merecer e quando uma outra, com tão pouco sentimento quanto você, tiver apenas seus poucos farelos para te oferecer. Você vai lembrar com saudade da boba aqui, sempre tão compreensiva e disposta a te esperar. Vai chorar de verdade, não como quando o faz pra pousar de vítima. Vai chorar de saudade, de arrependimento, de solidão.

E só pra eu não parecer de todo o mal, vou te contar um segredo: Você anda longe de ser o que pensa que é. E eu, perceba bem, sou bem mais que o que um dia tu vais conseguir merecer. Nem sei onde andei com a cabeça durante todo esse tempo, mas já diz o ditado mais sábio do universo: Antes tarde do que nunca!

15 de janeiro de 2013

Deixa ser!


 Tanta gente querendo amor e você ai se guardando. Se privando de sorrir fácil e ver as horas passaram sem se sentir. Tanta gente querendo se doar e receber na mesma quantidade, pra se transbordar e se conhecer... Pra ser seu e se permitir ser do outro, sem apego ao que não pode ser.
 E você com todo esse medo, essa mágoa, essa dor... Não vê que o amor é bonito demais pra perder tempo com o que não compensa? Deixa disso! Não há nada que não se resolva com uma boa conversa, filmes doces num domingo e beijos apaixonados pela manhã. Não há mau humor que não se cure com promessas fáceis, brigadeiro de panela e dormir agarrado. Tem coisa melhor que se ver no outro e perceber amor?
 Deixa que o outro chegue e se instale. Deixa que a calmaria venha e traga junto dela um pouco de tempestade. Deixa que os abraços se completem, os beijos se apaixonem, os olhares se entendam. E vai deixando ser, sem pensar. Pensar demais complica e amor é o ato de descomplicar, de se permitir. E se perder... Pra se encontrar!

29 de outubro de 2012

Saudade dos tempos de bolha.



Um dia grudado e no outro, distante demais. É tanta gente que fica pelo caminho. É tanto "E aí, como vai?" sem graça que um dia já foi abraço apertado e troca de segredos. A vida leva muito da gente e nos traz coisas maravilhosas também.
Tem perda difícil de aceitar. Tem amor difícil de morrer. Tem história que só teria final feliz se não tivesse fim. E a gente, mesmo sem entender, vai seguindo em frente porque é o que dizem que tem que ser feito, porque diz o ditado que "as coisas são como têm de ser".
O que resta é torcer para que ao longo do caminho as pessoas tenham ficado com lembranças boas à nosso respeito. Que tenhamos conseguido ser o que elas esperavam, o que somos de verdade, o melhor de nós. E nos convencermos de que o que foi, já era! Mas o melhor ainda está por vir, está exatamente no que não conhecemos ou tivemos ainda. Está em quem insistiu em ficar, em quem não se perdeu. O melhor está no verdadeiro e o verdadeiro dura para além dos finais, para além da saudade que a distância costuma causar. Para além da dor da ausência.
Que o que temos em nós seja verdadeiro. Que não nos percamos ao perder alguém. Que nos façamos fortes quando tudo nos levar ao contrário. Que as ausências sejam preenchidas com presenças verdadeiras, duradouras, essenciais. Que o "breve" só seja assim porque todo o tempo do mundo parece pouco quando estamos felizes. Que o felizes para sempre se faça real. E que nem mesmo a distância apague o amor, para sabermos assim que ele é verdadeiro.

18 de outubro de 2012

Perfeitamente imperfeito.


Aqui estamos nós: seres imperfeitos esperando pela perfeição do outro. Nós que choramos sem motivo, brigamos por tédio, reclamamos pra passar o tempo, sentimos ciúmes algumas vezes sem sentido. Nós que nos conhecemos como ninguém e por isso bem sabemos que alguns defeitos nossos são realmente bem difíceis de aturar. Mas continuamos crédulos de que há um ser por aí que nos merece e que, por tanto, deve ser íntimo da perfeição. Merecemos, no mínimo!, perfeição. É o que pregam que a gente deve achar.
Qualquer dia desses, quando errarmos, nos pegaremos pedindo desculpas. Qualquer hora dessas diremos que, se estivéssemos no lugar do outro, tentaríamos entender. Seres falhos que somos, diremos coisas sem pensar, tomaremos atitudes precipitadas, faremos escolhas erradas. E esperaremos, principalmente nesses momentos, que haja alguém capaz de nos entender e perdoar. Alguém capaz de nos amar independente disso. Olha nós, seres imperfeitos querendo receber mais que o que temos pra dar!
Se cometemos erros, é normal que o outro erre também. Se há amor, há perdão. Se há diferenças, alguém vai ter que ceder. E é então que, se pararmos para pensar, perceberemos que estamos fazendo a busca de forma errada. É a imperfeição que queremos. A imperfeição que nos complete e nos entenda. Alguém que tenha defeitos perdoáveis e cometa erros aceitáveis. É impossível acertar sempre. E deve ser um filme de terror conviver com alguém que, de tão perfeito que é, vê defeito em tudo que fazemos.
Quem ama briga mesmo. Mete os pés pelas mãos vez em quando. Tem medo de perder o outro e, por conta disso, age de forma impensada algumas vezes. Quem ama quer chamar atenção e por vezes não sabe direito como fazer isso, mas passa por cima do orgulho ferido e sabe a hora de pedir desculpas. Quem gosta pede desculpas com uma frequência um pouco chata, por ter medo de ser mal interpretado. Mas quem ama de verdade sabe que não precisa pedir desculpas o tempo inteiro, porque o outro entende seus defeitos. Amor de verdade é exatamente a aceitação da pior parte. Amar alguém que não erre nunca deve ser muito fácil, mas a gente nunca vai poder ter certeza disso porque pessoas sem erros não existem. E se existirem devem saber muito pouco da vida, devem ter muito pouco para nos acrescentar. As melhores pessoas cometeram erros para aprender a acertar.
Vamos encontrar alguém que nos acrescente quando soubermos que um bom diálogo resolve a maioria das diferenças. Quando percebermos que o amor está intrinsecamente ligado ao dom de perdoar. Quando soubermos ver além das falhas: porque é lá no íntimo que se esconde o melhor e o pior, e não no que os olhos podem ver e as más línguas julgar. Perfeição no quesito amor é, antes de mais nada, a troca. Acrescentar para ser acrescentado. 
Perdoar tudo não é amar, bem sabemos. Não é por termos defeitos que nos doaremos pra alguém que viva de erros. Mas há sempre um equilíbrio: alguém que erra, mas sabe como concertar. Alguém que tem defeitos proporcionais às qualidades. Alguém que sabe exatamente a hora de parar, pra não passar do ponto e correr o risco de machucar. O ser capaz de nos fazer feliz é aquele que, independente dos erros que comete, se preocupa em nos manter bem, em manter o amor bonito, em fazer a história durar. E erra, muitas das vezes, tentando acertar.
Há sim por aí alguém perfeito pra gente, nas imperfeições. Alguém que a gente vai amar ver a carinha de arrependimento. Alguém que compensará a briga com amor em dobro. Alguém que nos amará independente dos nossos defeitos e quando menos merecermos. Quem se ama e se aceita do jeitinho que é, sabe que isso é o suficiente pra qualquer amor ser bonito e duradouro. Aceitemos o outro então, com todos os defeitos e qualidades que ele tiver. Aceitemos o drama dos amores reais, porque felizes para sempre só existe em conto de fadas. Quem quer amor tem que saber: Nem só de flores se faz um romance. São os tropeços no meio do caminho que fazem as histórias mais bonitas.

2 de outubro de 2012

Vida longa ao desapego!

Difícil é não querer. De verdade. Bem além do orgulho besta e da vontade de seguir em frente. Bater o pé, erguer a cabeça e apagar. Se não da memória, mas da vida. E ao invés de tentar provar isso pro mundo, apenas fazê-lo por si mesmo, por saber que não querer vai doer bem menos que continuar querendo. Por ter pra si que já não faz bem e, diante disso, é melhor desfazer.

Desapego é o nome. E o sonho de consumo de muitos. Um botão que simplesmente nos desprenda de um sorriso e da voz mais tentadora do mundo. A receita pro sucesso da vida, o remédio pros buracos adquiridos pelo coração. Quem não quer? Jogar fora o que não serve. Apagar o que não faz mais sentido. Deixar pra lá o que tem mesmo de ficar é no passado. Caminhar sem sombra dos antigos passos ao lado. Sem saudade deles. Sem vontade de tê-los de volta.

Não apenas não ligar, como não atender caso o telefone venha a tocar. Não querer saber da vida do outro por estar ocupado demais vivendo feliz a sua própria. Não querer atingir por não ser mais de interesse. E deixar de ser o alvo fácil dos domingos de solidão, quando o futebol não preenche e os amigos estão ocupados demais pra uma cervejinha. Dizer "NÃO!" e ser de verdade, com voz firme e convicção única. Sem arrependimento algum, sem esperar que esse comportamento gere uma nova oportunidade.

Tratar de ser feliz de dentro pra fora, e não o contrário. Feliz de não sofrer pelo celular que não toca. Feliz por não sentir ciúme, medo, culpa. Feliz por não ver a vida girar em torno de uma outra, que não tem a mínima vontade de correr ao lado. Qualquer desprendimento que seja capaz de nos permitir sentir inteiras e não mais essa metade carente, que precisa demais do outro. Tratar de ser feliz por sentir o desapego de fato, sem essa de viver tentando mascarar sentimento. Sem morte à cada check-in do cara na balada. Sem publicações no facebook que, de tão diretas, dispensam marcação.

O difícil é lidar com o fato de que desapego, infelizmente, só vem com o tempo. Desapego não se impõe, ele meio que brota. Antes mesmo que a gente perceba, lá esta ele, tornando tudo mais fácil. Junto das ligações que não chegam, vai ficando a lembrança da voz. Junto das promessas não cumpridas fica a memória da confiança quebrada. De tanto sentir, tornar banal o ciúme. Que deixa de incomodar conforme a gente percebe ser infundado: Ciúme é medo de perder, mas não se perde o que não se tem. 

E embora cada detalhe pelo caminho continue doendo até que o desapego venha, a gente sabe intimamente que não doerá mais. Um dia. Próxima semana talvez. Quando o apego a qualquer outra coisa preencher o vazio da mente que o desapego ao passado deixou. E bem sabemos que tem gente que se apega até a dor. Então que fique claro: Não é só amor que se cura com outro não. Dor também!

14 de setembro de 2012

Com calma a gente chega lá.


Quanto maior o número de ligações, maior o número de pessoas em fulga. Não fora uma ou duas vezes - vi gente fugir de relacionamentos bem mais vezes que o que eu fui capaz de contabilizar. Gente que, num primeiro momento, entrega até o que não tem, mas foge ao notar o outro se doando mais que o normal. Gente que vive dizendo que quer encontrar o amor da vida, mas tem um medo imenso de ser isso pra alguém.

Não vou dizer que é absurdo. Eu mesma já fiz isso um bom bocado de vezes. Muito mais por saber que o outro lado não tinha pra oferecer o que eu queria receber, que por medo de sentimento exagerado, verdade seja dita. Mas, ainda assim, fugi. Deixei de responder mensagens, de atender ligações, de puxar conversa ou aceitar convites. Como qualquer pessoa nessa situação, que sabe o que não quer, mas tem receio em falar porque conhece muito sobre rejeição e seus efeitos colaterais nada agradáveis.

Pessoas intensas assustam. E digo isso por experiência própria. Vai tudo muito bem, até a outra pessoa decidir que você precisa saber que ela não sabe mais viver sem você. Até outro dia ela nem te conhecia, veja só. E você, que mal sabe lidar com os sentimentos que traz dentro de si, quer curtir a companhia um pouco mais, mas sabe que se continuar as coisas não serão mais tão prazerosas como antes. Isso porque não há mais a leveza de outrora. Pouco, agora, pode parecer muito mais que o que realmente é. E diferente do que tendem a dizer futuramente, você não quer enganar ninguém.

Intensidade faz as coisas parecerem enormes. E coisas enormes pesam. De repente ligar deixa de ser normal e passa a ser um risco. Nunca dá pra saber como o poço de intensidade irá interpretar. Gente que cai de cabeça tende a embelezar tudo, que é pra não ter medo de arriscar. E não faz por mal, é claro. Mas acaba atrapalhando o andamento das coisas. Não que seja errado se dizer apaixonado caso você realmente esteja, mas sutileza ajuda muito. E ajuda mais ainda se você não contar isso como se a outra pessoa tivesse obrigação de corresponder.

Então a pré-disposição pro que poderia vir a ser alguma coisa no futuro, vai sumindo. A gente nunca tá pronto pra adentrar num mar de forte correnteza. A gente sente medo e é completamente normal. Do outro lado o ser intenso nos intitula "canalhas" e outros termos capazes de definir a pessoa que teoricamente brincou com seus exagerados sentimentos. Parece sempre um absurdo quando alguém não está pronto pra lidar com os sentimentos alheios. Nós mesmos dizemos isso quando não se trata de relações nas quais estamos inseridos. Mas a verdade é que, entre alguém que sabe a hora de pular fora e outro alguém que se recusa a abdicar da sensação boa que nos causa ser desejados, há uma enorme diferença.

Claro que o ser intenso não é capaz de perceber isso. E é até perdoável. Mas a verdade é que nós nunca estamos preparados pra ser amados. E quando estamos, a coisa não rola. Todas as vezes que se vê um relacionamento começando, acredite: um gosta mais que o outro e esse outro é, antes de mais nada, muito corajoso. E é óbvio que essa coragem não vem do nada. A gente também consegue ver, pelos sinais, quando pode dar certo mesmo que o sentimento ainda não seja muito forte. Na maioria desses casos a outra pessoa não nos atropelou com uma chuva de palavras apaixonadas. Sentimento demais gera recusa e isso é quase inevitável.

Entre canalha que não sabe o que quer e alguém que sabe o que não quer, a diferença é bem grande. Não podemos culpar quem foge por receber bem mais que o que tem pra oferecer. Espelhos estão ai pra isso. Apaixonar-se é bom, faz bem, desde que não super lote a caixa de entrada do outro. Tenho pra mim que o poema que diz "Se tu me amas, ama-me baixinho" discorre sobre a maior das verdades. Sentimento demais assusta. Atenção demais dá preguiça. Depois as pessoas acham um absurdo ver garotas em fulga ou caras que rejeitam ligações. 
Falar baixinho atrai. Sumir, vez ou outra, dá saudade. E dizer verdades, sem fazer delas uma imposição, acaba cativando. Sendo realista, essa é quase a receita pro sucesso, em qualquer tipo de relação.

4 de setembro de 2012

Estamos aqui pra incomodar!



Acredite: Quando dizem que felicidade é a melhor vingança, não mentem! Não precisa bolar plano, tramar nada. Não precisa passar noites em claro buscando formas, nem dedicar dias inteiros a descobrir pontos fracos. O maior dos pontos fracos é a insatisfação em ver o outro satisfeito. Basta botar um sorriso bem largo e verdadeiro no rosto e prontinho! Olhares tortos, comentários maldosos, perguntas aos que te cercam. Tem gente por aí caindo de raiva por dentro, se mordendo inteira, contorcendo a alma. E você nem precisou fazer nada, só exatamente o que te faz bem. Louco né? Pois é, a inveja tem dessas coisas!

Vista o que te agrada. Beije quem te dá vontade. Corte e pinte o cabelo do jeito que sempre quis. Qualquer detalhe, por menor que seja, capaz de te deixar mais leve, será notado - e comentado, diga-se de passagem. Vão dizer que a roupa é brega, que você é galinha e que o cabelo tá horrível, que não combina. Talvez esteja, mas esse não é o verdadeiro problema. Aliás, torcem muito pra que seja e tentarão te fazer acreditar que sim, mas não. O problema é outro e bem maior: você está radiante. Independente do que se vê por fora, você brilha por dentro e isso transcende. Consequentemente mata muita gente de raiva. Gente que esqueceu de tomar a vacina contra essa energia negativa que insiste em propagar achando que faz mal ao outro quando só envenena a si mesmo.

Então não liga não! Não dá ouvidos. Não leva em conta. É isso que querem. Querem que você se importe, que se preocupe, que tente agradar. Querem que você deixe de ser você e assim seja menos feliz. E vão fazer de tudo pra isso, pode apostar. Porque seu sorriso incomoda, seu brilho evidencia a escuridão em volta. Porque querem o que te pertence e adorariam conseguir te atingir. Então, não! Nem pensar! Hora de fazer o que te dá vontade, o que faz o coração bater mais forte, o que te eleva a alma.

Cante a felicidade e encante quem te quer bem. Não ouça conselhos que vão contra o que você acredita. Para de ouvir a "amiga" que diz que você tá errada. Nada de olhar pra trás agora. É pra frente que se anda! De preferência num salto quinze, muito amor próprio na bolsa e um batom vermelho colorindo o sorriso. Então você vira comentário e descobre a chave pro segredo da melhor vingança: Ser feliz incomoda muita gente! 
Sem problemas, estamos aqui pra incomodar.

25 de agosto de 2012


Aquele crença boba no impossível ainda existe. 
Não sei, não consigo não acreditar que chegarei lá. O dicionário definiria facilmente como teimosia diante da quantidade de vezes que quebrei a cara. Mas não é isso. É bem maior. É como saber, ter certeza absoluta, dentro de uma caixinha guardada no fundo da alma, que se eu fizer o meu melhor, vai dar certo. E que mesmo que não seja assim desde o primeiro momento e para sempre, continuará sendo a melhor das opções. Tentar renova a alma. 
Não tem muita explicação pra isso, só que nem mesmo os "joão bobos" encontrados pelo caminho levaram de mim mais que o que mereciam, mesmo que eu tenha me entregue bem mais que o que seria justo comigo mesma. Nenhuma troca é justa. Mas nem mesmo as mentiras bem contadas foram capazes de fazer com que eu deixasse de acreditar num sorriso bonito e olhar firme. 
Talvez eu venha mesmo a me machucar outra vez . Talvez não. E eu sou do tipo de pessoa que acredita em tudo, menos na dúvida. Não nasci pra não saber as respostas e pago caro por isso. O bom é que isso não me incomoda e, como cada centavo sai do meu bolso, volto a me arriscar outra vez com toda a minha intensa sinceridade e crença desmedida. Não no outro, mas em mim mesma. Por acreditar cegamente que uma hora dará certo. Que eu mereço sim ser muito feliz!


14 de julho de 2012

Meus vinte e poucos anos.

Me tornei alguém cheia de urgências bobas. Quero carinho e atenção. E nunca acho que seja demais ouvir sobre o dia de alguém, ou falar sobre o meu. Acredito no aprendizado com os erros e mais ainda em erros que constroem acertos. Nada, pra mim, é por acaso. Uma coisa puxa a outra, que puxa uma pessoa, que conhece outra, que faz algo, que causa um tumulto maior... e por ai vai! Teia imensa de coisas que tinham de estar ligadas, de um jeito ou de outro, para virem a acontecer. 


Fora essa, tenho um zilhão de crenças, mas nenhuma nunca foi tão devidamente recompensada como a que tenho pelo tempo. Esse caso de amor não é de hoje, e sinto que nunca se acabará. O tempo sabe das coisas e sabe ensinar. É um santo remédio. E parece sempre tão disponível. "No seu caso é o tempo passar, quem fala é o Doutor (...)", canta sabiamente Los Hermanos, na que vem a ser minha música favorita.


Se você me disser, eu acredito. Simples assim: Você fala, eu ouço. Você diz, eu absorvo. Você conta, eu creio. E vai ser assim até que você me dê motivos para pensar em contrários. Por mais que algumas vezes não valha à pena, não me custa acreditar. E olha que de cristal quebrado eu entendo, mesmo que em menor quantidade que de coração. Dei muito minha cara à tapa. Apanhei na maioria das vezes. Me percebi sortuda em todas as outras. O lado positivo de tudo é sempre bem mais bonito, embora nem sempre tão fácil de ser encontrado, e isso quem me ensinou foi Poliana.


Ouvi sobre pontes indestrutíveis, amores imperfeitos e mentiras. Aprendi com tudo que ouvi. Os anos que carrego nas costas não são tantos assim, mas foram bem longos. E ainda assim, ao olhar pra trás, parece ter passado rápido demais. É triste isso que temos de noção do tempo: Quanto mais velhos, mais apressados. Não tem como não sentir saudade até do que não viveu. Tudo parece ter acontecido há tempo demais e, quando vemos que não, estamos mais velhos que o que nossa real idade nos impõe. Viver requer demais da gente. Choro demais, superação demais, sorrisos demais, desesperos demais, lutas demais, batom borrado demais. Tem horas que a gente chega até a pensar que nem compensa. E algumas coisas não compensam mesmo, mas infelizmente a gente só descobre isso quando já é tarde demais.


Vinte e dois anos inteirinhos procurando motivos. Pras coisas, pessoas, lugares, momentos. Até perceber que não é preciso motivo nenhum.  Qualquer atitude que seja, precisa muito mais de caráter que de motivo. Isso gerou uma infinidade de decepções, é claro.  Mas toda conclusão gera algum tipo de decepção, é algo com que aprendi a conviver. E a agradecer também, é claro: Decepções enobrecem a alma e nos permitem recomeços. Ainda não conheci nada mais bonito que recomeçar.


No mais, agradecimentos. Pelos sonhos, mesmo os não realizados. Pelos aprendizados, mesmo aos trancos e barrancos. Pelas pessoas, mesmo com algumas decepções. Pelo que eu sou, mesmo com os defeitos. Toda a história, quando vista com calma, dá uma bela de uma bossa. E não há melhor jeito de comemorar a vida, se não com uma boa música.


E vou crendo. "Temos todo o tempo do mundo!", me disse uma vez Renato Russo.

26 de junho de 2012


Eu perdi tanto tempo procurando certezas que quase não me dou conta do quanto arriscar poderia fazer bem. Não há certeza pronta, acabei aprendendo. Qualquer coisa que venha a ser sólida, teve de ser só plano em algum momento. Demorei demais pra entender a coisa mais simples: Pra chegar a ter certeza, tem que ter, antes de tudo,  entrega.
Endureci tanto que me fechei para as possibilidades. Sempre tentando perceber além do que os olhos conseguiam ver. Um medo imenso de fazer a escolha errada, então me mantive sem fazer escolha alguma. Simplesmente alheia às tentativas. Não tentei nada, à não ser me manter distante de qualquer coisa que desencadeasse algum desequilíbrio. Fiz tudo errado.

Desequilíbrio as vezes é bom. Diria muito bom! O frio na barriga durante a espera pela ligação, sabe? Passei tempo demais olhando pro celular com desprezo e dois dedos de raiva de mim mesma. Sempre me perguntando porque insistia em passar meu número se nunca queria realmente atender as ligações. E agora, depois de meses de apatia, que saudade de olhar pro celular com olhos de quem faz uma prece silenciosa de "Toque, por favor. E que seja ele, que seja ele!".

Meti na minha cabeça que simplesmente adivinharia quando fosse a pessoa certa. Me enganei feio, admito. E me pergunto hoje quantas pessoas 'certas' deixei passar por simplesmente não suar frio ao dar o primeiro beijo. Como se alguma vez na vida os amores dramáticas tivessem dado certo pra mim!
No fim das contas acabo admitindo que inventei essa desculpa pra fechar todas as portas e não me sentir culpada por isso.

Mas agora já era. Tô nem aí. Me lixando! Que eu quebre a cara uma vez mais... Quem sabe até dez. Quero é me sentir viva outra vez. Quero me ver vivendo sem medo, sem essa preocupação boba sobre o que pode, ou não, dar certo. Tenho que reaprender o que é construir desejos e entrega. Tenho que desejar alguém no dia seguinte e me entregar todas as vezes que for beijada. Tenho que voltar a ser eu mesma. Com ligações, carinhos, mimos e nhem nhem nhem's que sempre foram a minha cara e eu fiz questão de deixar guardados numa gaveta por achar que não era mais hora de ser eu. Tô com saudade de mim. Da minha vontade de viver. Do meu jeito impulsivo de tornar tudo mais bonito. Do "SIM" sempre pronto. De fazer ser pra mim. Não lembro do momento em que decidi mudar, mas queria muito poder voltar no tempo.

Quero paixões fáceis outra vez. Todo o drama das mensagens sem respostas. Que saudade gigante de ouvir uma música e associar imediatamente a alguém, me perguntando se essa pessoa também pensa em mim. No fim das contas é esse o meu equilíbrio. É essa a minha forma de ser certa e inteira. E me quero de volta, de um jeito ou de outro. Com todos os exageros e chantagens emocionais. Com os mesmos olhos de esperança e sorriso de quem não quer mais perder tempo. É hora de me reencontrar. E então, quem sabe, encontrar alguém.