3 de novembro de 2009

Três Novembros Depois

Eu amo você.
Eu não queria ser assim tão direta, você sabe o quanto eu tenho o dom de complicar as coisas e o quanto eu gosto disso, mas nesse caso o fato por si só já é complicado demais.
Então eu parei e procurei palavras bonitas. E eu que sempre tive a mania de querer deixar tudo bonito não sei como dar beleza a isso, e olha que já me disseram que o amor por si só é lindo. Espero que no nosso caso não seja diferente e que você possa ver beleza mesmo nas palavras que não as tenha, se é que existe alguma palavra sem uma determinada beleza.
Eu já usei todas as frases e rimas bonitas que sou capaz de criar, e todas elas foram feitas pra você. Tudo que eu não queria era tornar essa carta repetitiva, talvez seja a última vez que eu tenho coragem de escrever para você e eu queria que fosse algo que descrevesse o que eu sinto, mas que fosse algo novo, novo e bonito. O que dificulta as coisas é o sentimento que não muda. O amor que continua o mesmo.
O que resta então é torcer para que você ache bonito, e se algo soar repetitivo perdoa e faz de conta que essa é a primeira carta que te escrevo.
É incrível como todos os dias da minha vida eu lembro seu cheiro e fico boba ao notar que é o mais especial que eu senti em toda minha vida, e eu ainda lembro bem de cada pequeno detalhe do teu corpo. Às vezes vem a falta da sua presença e eu me recordo de nós dois deitados e eu mordendo seu queixo. Eu sinto saudade de morder seu queixo. E por pura crueldade do destino até hoje ninguém me beijou como você, muito menos melhor que você.
Às vezes eu sonho acordada e vejo você chegando, com aqueles braços abertos. Quase dá pra ouvir seu sorriso e ver o brilho de felicidade em seus olhos. E na loucura da saudade eu até consigo sentir seu abraço. Eu sinto falta das suas piadas e o destino, que não cansa de ser cruel, não deixa ninguém ter o teu bom humor.
Não sei se você reparou, eu lembro bem do quanto você é desligado, mas tem lua cheia lá fora hoje e em noites como essa eu lembro cada detalhe das loucuras de amor que já fizemos, nos lugares mais improváveis, sempre dando um jeito de matar o desejo louco que sempre tivemos um pelo outro.

Você é o capítulo mais lindo que eu escrevi na minha vida, e o único que eu não consigo encerrar.
Mesmo sabendo que o desfecho final já foi escrito há muito tempo pelo destino que cansou de esperar eu criar coragem e decidir como encerrá-lo, não sei como, mas ainda consigo acreditar, não num futuro, mas na beleza do passado que vivemos. E é com essa crença que eu me agarro todas as noites ao que restou de nós dois pela casa, e repito para mim mesma que será sempre amor, mesmo que mude. Eu ainda sinto sua falta e tem muitas coisas das quais eu ainda não sou capaz de falar, mas você sabe como entender, sabe como encontrar todas as respostas. É só olhar dentro dos meus olhos e se encontrar guardado, intacto, por lá.

PS: Rasga essa carta quando as palavras acabarem. Guarde a beleza das palavras na tua lembrança, o lugar mais seguro para elas ficarem. Não quero você relendo essa carta e revendo as marcas das minhas lágrimas nessa folha de papel, porque é com um sorriso lindo que eu termino de escrevê-la. O meu, que costumava ser o seu, sorriso preferido.

Um comentário:

Kaio César disse...

Belo texto moça, porem gostei mais ainda do ced de fundo. passei horas escutando ele.