10 de novembro de 2009

I don't love you anymore.


Quando eu acreditava na beleza do momento, quando eu ainda estava tentando acordar do dia anterior, você chegou e disse adeus. Eu ainda nem havia escovado os dentes e queria ter tido tempo pra pentear os cabelos para que você não me achasse tão feia, como se fosse fazer alguma diferença. Você estava me deixando, tão rápido e bruscamente que me pegou sem reação. Fiquei parada, olhando o nada e ouvindo você repetir todo o teu discurso de bom rapaz que não quer machucar ninguém, mas que vai machucar mesmo assim.
Fiquei me perguntando o que eu havia feito, onde eu havia errado. Durante nosso tempo juntos eu fui sempre eu mesma, será que fora esse o problema? Ou foi por eu ter reclamado das coisas que eu realmente não suportava em você? Talvez tenha sido por precisar de você demais, soube que homens odeiam mulheres que precisam demais deles. Bom, o motivo eu ainda não descobri, mas também nem interessa, o fato é que você me deixou. E eu quase enlouqueci, mas ao invés disso, quando ia começando o segundo tempo, decidi que simplesmente viveria. E foi o que fiz, embora isso tenha me doído muito nas primeiras duas semanas.
Arrumei a bagunça que você deixou e coloquei na cabeça que a culpa não havia sido minha. Você é que não passa de um babaca que não sabe dar valor ao que tem. Fui procurar alguém que o fizesse.
Então quando as coisas já estavam em ordem, quando eu já não lembrava mais seu cheiro e já havia conhecido alguém bem mais interessante, inteligente e engraçado que você, você me reaparece. Vem com aquela típica cara de cachorro-pidão, olhos baixos e rabinho abanando, querendo um ossinho pra matar a fome, talvez. Veio com o velho papo ridículo de tempo pra refletir. Pois bem, eu não acredito nessa coisa tola de tempo pra refletir, afinal quando se quer uma pessoa sobre o que é que se vai refletir? Quantas vezes transar com ela por semana? Paciência.
Você queria mesmo era me testar, saber quanto tempo eu te esperaria, saber se ver você com outras não diminuiria o que eu sinto. Só não contava com a possibilidade de eu também encontrar outro alguém. Sempre acostumado a ganhar de mim todas as apostas, não imaginou que dessa vez eu não pagaria pra ver. Nos acréscimos do segundo tempo, quando você consultou pela milésima vez seu registro de chamadas no celular, sua caixa postal, seu e-mail e Orkut, quando notou que eu não havia dado nenhum sinal de vida, aí você voltou. Veio como quem nada quer, mas na verdade quer além do que pode ter. Queria me ter de volta.
Não nego, até teria voltado, se o beijo dele não fosse melhor que o seu. Se fazer amor com ele não me causasse arrepios maiores que os que sentia com você, se a voz dele não me fizesse tão feliz todas as manhãs e se o cheiro dele não me fizesse sentir tão viva. Se não tivesse encontrado alguém tão mais especial que você, eu cederia sim e você sabe bem disso. E agora toda noite antes de dormir você lamentará por ter se deixado vencer por um desconhecido. Lamentará por ter acreditado que mais uma vez eu esperaria por você, por ter caído no seu conto infantil e achado que só seu beijo me despertaria do sono profundo. Pois bem, você perdeu.
Eu poderia ter sim esperado por você e agora te fazer bem feliz. Mas a verdade é que é bem mais gostoso alguém nos fazendo feliz e eu cansei de fazer esperando receber, mas na verdade nunca recebendo.
Estou dando uma de Alice, eu não saberia mentir e sei que estar te dizendo a verdade te fará me odiar, então o que resta é pedir que você saia, e não volte. Eu não te amo mais.

Um comentário:

Coquetel Baú disse...
Este comentário foi removido pelo autor.