21 de setembro de 2009

Tão presos. Tão livres.


O lençol cobriu meu rosto ontem à noite e você não pode ver minhas lágrimas.
Não chorei de tristeza, você sabe que essa palavra não caberia na atual conjuntura dos nossos sentimentos. Chorei de medo.
Medo porque ambos sabemos do passado, do amor, das feriadas. Ambos temos, uma boa meia dúzia de histórias com finais tristes para contar. E isso me deu medo, um medo horrível de perder você. Engraçado é pensar em perdê-lo quando ainda nem sei se você é realmente meu.
Entenda, não é covardia. Você sabe que covardia não combina com meu riso descarado e que da forma que levo a vida, ser covarde já teria me feito parar pelo caminho. Eu jamais desistiria por sentir medo, mas ser corajosa não me impede de senti-lo.
Somos tão vulneráveis. Você com essa sua forma excêntrica de amor, que ama alguém amando mais sua própria liberdade e que bem combinaria com minha forma de amor, não fosse o fato de pela primeira vez o tiro sair pela culatra e alguém conseguir compensar minha liberdade com a dose certa de paixão, aventura, loucura e sentimento.
Quando você me olha daquele jeito e faz o tipo sério só pra me provocar, você não sabe o apertinho aqui por dentro e já me imagino dizendo que vou e não poderei voltar. Acomodei-me tanto a essa mania errada de amor, fugindo sempre que o perigo chega que sinto medo de já ser hora de fugir. Não quero fugir de você, entende?
Porque é tão mágico quando você deita ao meu lado e me abraça forte. E nós dois deitados na rede rindo da TV me faz tão feliz. Dançar com você me faz sentir segura. E fugir do passado perderia a graça se você não estivesse nos planos pro futuro.
Então querido, desculpe as lágrimas de medo. Desculpe essa paixão tão rápida. Desculpe esse apego indesejado. Sei o quanto detesta me ver chorar, e sempre que a vontade vier lhe farei o favor de me esconder debaixo dos lençóis, para que não me vejas ter medo de perder-lhe, para que não vejas a paixão falando mais alto em meu olhar.
Talvez eu devesse lhe falar abertamente de todo esse turbilhão sentimental que vem fazendo confusão aqui dentro. Mas pra quê complicar? Se nas últimas vezes acabei sozinha, talvez seja por terem complicado demais pro meu lado e eu não quero complicar nada pra você, não algo que não possamos descomplicar juntos.
Quem sabe seja algo que podemos descomplicar juntos!
Mas bem, pra quê pressa? Você ainda nem conhece minha pior mania e eu ainda tenho de descobrir o que você quer ganhar de presente de aniversário.
Por hora, me deixa usar o lençol para enxugar as lágrimas e encostar a cabeça no seu peito, sentir você me fazer carinho gostoso.

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