19 de junho de 2008

Paulo Ramos.



É nome de gente e soa estranho, eu sei. Mas não é nada disso não. É minha terrinha, minha cidade, minha vida, tudo traduzido nesse nome bem aí. Uma vida inteira de coisas boas e muita saudade.
O bom de ficar sozinha é que eu sempre penso na minha vida e é impossível pensar nela e não pensar na minha cidade. Bate uma saudade. As pessoas não entendem, não querem que eu vá lá, dizem que é desnecessário. Eu concordaria, se não soubesse que sou bem mais feliz quando eu estou lá. Não é questão de mimo meu, é de verdade. Sabe aquele lugar que quando tu chega tu se sente abraçado? Sei que muitos não conhecem essa sensação, mas quem teve a sorte de conhecer sabe do que eu falando e concorda que não tem nada no mundo melhor.
Eu lembro da minha calçada. Lá a lua é tão linda. E era quando eu me sentava lá sozinha e olhava pro céu que me vinham os melhores textos. Eu nunca me preocupei em escreve-los ou publicá-los, a magia deles é essa, são meus e só pra mim. Eu tenho sim segredos comigo mesma e eles só surgem quando eu lá, conversando comigo mesma sobre tudo.
Eu ouço as músicas e o coração aperta. Minha vida tem trilha sonora e a melhor parte dela tem uma trilha bem ecléctica. É impossível reclamar do forró e até o sertanejo fica bom quando é naquele lugar e com aquelas pessoas.
Ah, as pessoas! Impossível esquecer delas. São elas que fazem aquele lugar ter tanto sentido. Elas me olham e sorriem com tanta sinceridade que eu daria tudo pra ficar alí pra sempre, passando tardes sentadas na calçada conversando com elas, sorrindo com elas; passando as noites andando de carro e bebendo cerveja como se a vida fosse realmente linda, como eu tanto costumo dizer. A verdade é que em poucos momentos da minha vida eu me sinto tão bem como me sinto quando alí, naquele lugar e com aquelas pessoas. A vida até parece filme e o final infelizmente nunca é muito feliz. Acaba sempre comigo entrando num carro e chorando na estrada.. odeio falar em final triste, mas fazer o quê se é verdade?
Sempre sonhei que um dia teria condição financeira suficiente pra me mudar pra lá e viver minha vida alí, com minha família linda e com as pessoas que eu amo. O destino me pregou uma peça e tanto, por romantismo meus planos terão de ser mudados, mas meu amor por aquela terra não vai mudar nunca e nunca vou ser tão feliz quanto eu sou quando lá.
A água da geladeira de sempre. A cama fria e o ventilador espantando os mosquitos. A comida gostosa que a faz só pra mim, porque a netinha dela nunca foi do tipo que come de tudo. O cheiro da terra que eu ficava sentindo quando sentava na janela que dava num coqueiro que tiraram de lá. Os tios reunidos na fazenda da minha tia, comendo carne e bebendo cerveja e falando alto sobre política e vida alheia. O frio das noites que eu passei sentada naquela calçada acompanhada por mim mesma ou pelas melhores pessoas do mundo.
Podem me mudar, me proibir de voltar lá. Mas ninguém nunca vai conseguir tirar de mim tanta lembrança boa. Minha infância, adolescência e se Deus quiser minha maturidade.. minha vida inteira foi e será sempre envolvida por aquele lugar mágico e eu jamais vou esquecer isso.
Que as férias me aguardem e meus amigos de verdade se preparem. Braços prontos, sorriso aberto e daqui uns dias, malas feitas.
Felicidade aí vou eu.

3 comentários:

Maldito disse...

Eu adoro uma frase que diz: " Eu amo pra onde eu vou, e não de onde eu vim, eu amo meu meio e não o meu fim!",...

Parabens pelo blog

Maldito disse...

Os contos do Pé de Barro é publicado toda sexta feira no blog Jess,...essa primeira parte deve acabar daqui a duas sextas....
Obrigado pela consideração!
Inté!

tf. disse...

concerteza Jéssica, a vida é linda e depressão ta com nada
obg pelo elogio ao blog, tbm adorei o seu.
bJãããão !