13 de fevereiro de 2012

Minhas mãos não!




Tem essa, que é uma das coisas que quase ninguém entende, mas realmente importa. O toque das mãos. Isso mesmo. Mão com mão e uma infinidade de coisas que envolvem essa ação. Porque mão não é pra ser segurada por qualquer um não. Mão só se dá pra quem merece, pros escolhidos, pros importantes.
A gente pode se beijar de primeira. Você vai passar a mão pela minha cintura sem que eu, meio bêbada, consiga lembrar seu nome. Talvez você me agarre com força e isso me deixe louca. Ok, até ai tudo bem. Mas minhas mãos? Não mesmo, nem pensar. Tá pensando o quê? Mão requer intimidade, no mínimo um grande carinho. Não dou minhas mãos pro primeiro que aparece não. Mãos significam bem mais que qualquer intimidade adquirida numa troca de olhares ou palavras.
É que mão você segura quando quer ficar. Mãos dadas só com quem caminha ao lado ou alguém que você queira que venha a caminhar. Mão com mão é como uma troca infinita de segredos. Alguém, por alguns minutos, toca o que você tocou por toda a vida. É como confidenciar o caminho percorrido. E não se pode tá dividindo tragetória com qualquer estranho que aparece não.
Mãos dadas é pra quem vai ligar no dia seguinte. Pra quem vai junto ao cinema. Pra quem quer, e gosta de mostrar que está junto. Não é simplesmente me pegar na balada e sair de mãos dadas comigo pra coisa parecer mais bonita. Mas não é mesmo. Só gosto de passar mais de um minuto segurando mãos que não me causarão um ódio mortal caso venham a suar. Porque pra dar as mãos é preciso um tipo de afeto bonito, sabe? 
Um corpo inteiro toca o outro, mas as mãos, tão selectivas que são, não saem tocando qualquer outra assim fácil não. Precisam de uma coisa maior, quase que um magnetismo. Dar as mãos é unior destinos. É sentir o coração bater forte. É se sentir seguro. Dar a mão é, em silêncio, desejar vida em troca.

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