5 de novembro de 2008

Ontem eu dormi sozinha novamente e como sempre, doeu muito. Ao acordar notei novamente que apenas o meu lado da cama estava desarrumado, você não dormiu em casa de novo, com essa somam três noites seguidas. Queria ter coragem de te perguntar onde você esteve, mas sua indiferença e distância anda tanta, que tenho medo da resposta. Ontem no almoço não conversamos, eu tinha tanto pra te falar.. falar do vestido lindo que comprei pra próxima vez que sairmos juntos, pois sei o quanto você ama me ver de vestido ou pelo menos era assim antes dessa tormenta adentrar nossa casa. Ia te contar do meu desejo de ter um filho, te dizer que olhei um bebê lindo na loja onde comprei o vestido e sonhei com o que nós perdemos, com o quanto ele seria lindo e estaria grandinho agora.. Ia te falar que te amo, faz tanto tempo que não dizemos isso um ao outro e infelizmente eu continuo sem dizer, há um nó na garganta que me diz que você já não faz mas tanta questão de ouvir essas palavras de mim.
Quando me olho no espelho noto como o tempo passou rápido, nós éramos tão jovens e tão apaixonados e eu sei que se as coisas mudaram eu tive uma parcela de culpa nisso. Por isso não me importo de ver você me evitar, de ver a vontade que você tem de não conversar comigo, porque mesmo com tanta indiferença eu ainda te amo como se fosse o primeiro beijo e ainda fico feliz quando te vejo chegar e deitar na mesma cama que eu, mesmo que não façamos mais amor loucamente, tua presença já é uma válvula de escape pro meu desespero, pra esse medo louco que eu tenho de te perder.
Sei que meu amor é meio doentio, mas ao menos sou forte suficiente pra dizer que estou errada, que deveria me amar um pouco mais pra quem sabe você voltar a me dar valor, pra quem sabe as coisas voltarem a ser como eram antes.
Ontem quando olhei nos seus olhos e não me encontrei nos atuais planos, morri um pouco por dentro. Hoje quando acordei e não te olhei ao meu lado, morri mais um pouco. Não quero continuar morrendo a cada vez que eu pensar que já não existe mais amor, não quero mais pensar que não existe mais amor. Eu quero você, com sua barba mal feita, seu ronco insuportável, suas manias terríveis com as quais me acostumei só pra te ver satisfeito e das quais hoje eu sinto falta, quero seu jeito de falar grosso quando se chateia comigo já que hoje lhe sou tão indiferente que nem pra lhe chatear eu sirvo. Quero o homem pelo qual me apaixonei de volta, com todas as suas piadas e o seu desejo louco de fazer amor comigo, como se cada noite fosse a primeira. E quero isso porque te amo, porque cansei de me olhar no espelho e me ver cada dia mais distante de você, porque eu construí uma vida ao teu lado, cheia de sonhos gostosos de serem lembrados, porque foi você quem escolhi pra viver o 'até que a morte nos separe, amém'.
Eu não canso de cumprir minha parte no trato, então volta e deita ao meu lado, tira minha roupa, faz amor comigo e me dá a chance de te mostrar que eu ainda sou a mesma, oito anos mais velha, mas ainda com o mesmo amor pra dar, a mesma sede de você pra matar e os mesmos sonhos de uma adolescente que quer com você o seu feliz pra sempre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ow..
estou na torcida .. ;]