10 de novembro de 2011

Complicações à parte.

Você é completamente fiel ao que vocês têm e o cara lá, atendendo ligação da zinha. Domingo à noite e você a fim de comer uma pizza, mas o cara ainda não cansou de beber cerveja com os amigos. Sábado à noite e você querendo companhia, mas o cara acha que esse não é programa pra sábado à noite. Sexta-feira e você ligando, mas o cara tá ocupado demais pra te atender.
Talvez ele ligue na terça ou na quarta, depois do jogo. E quando ele reaparece é incrível: horas de amor tórrido e noite agarradinhos, mas no outro dia ele tem qualquer coisa pra fazer que ocupará o dia dele demais, então você sabe que ele não vai ligar. Nem amanhã e nem depois de amanhã. Talvez próxima semana quando precisar que você procure algo na internet pra ele, porque o modem dele pifou. Mas tudo bem, ao menos é de você que ele lembra quando precisa de um help, isso já deve significar alguma coisa.
Você vai procurar desculpas que ele é quem deveria se preocupar em dar. Do tipo: Talvez ele só precise de um tempo, talvez seja só o jeito dele, talvez eu esteja exigindo demais... Talvez mude. Ou não. As duas possibilidades realmente existem e ele certamente mudará um dia e será o cara ideal, mas há um risco grande de ele nunca vir a ser isso pra você. E acredite, não é porque você é fácil ou porque ele sabia que não precisava assumir um compromisso. Sim, você é boa demais pra ele, a gente sabe disso, mas ele não. E se vier a dizer algo do tipo, é só pra parecer menos canalha, mas a gente te perdoa, também acharíamos fofo. A gente quase sempre costuma acreditar nas coisas que gosta de ouvir, é o mau do ser humano.
Algumas amigas vão dizer pra você não atender quando ele ligar. E também pra você nunca ligar, é claro. Elas só esquecem que fazer isso é muito difícil e esquecem também que a gente vai sempre cogitar a possibilidade de ele ter mudado de idéia e ter resolvido fazer valer à pena. Não digo que essa possibilidade não exista, mas acreditar nisso à cada duas semanas é forçar uma barra consigo mesma e praticamente voltar a crer que papai noel existe.
Como a gente vai saber se a coisa mudará ou não? Quando eu descobrir prometo contar, mas por enquanto só resta contar com a sorte e ela provavelmente virá, num sábado à noite, daqui três ou quatro meses, quando você tiver conhecido outra pessoa e as coisas não forem tão complicadas. E então você vai pensar que aí já não adianta e, em alguns casos, não adianta mesmo. Mas tem aquela coisa do destino, sabe? Aquela coisa de isso ter sido escrito em algum lugar e ter sido escrito pra dar certo. Eu não sei bem o que vai acontecer, ainda não aconteceu comigo, mas pelo que contam o cara vai fazer de tudo, vai até pedir desculpas pelos meses que não ligou ou não fez nada, e vai admitir que foi muito burro. E se for pra ser, será. E cliché, mas é real. E não é pra você ficar deitada na cama esperando isso acontecer não, de jeito nenhum. É pra você fazer o contrário: Pra você sair e não esperar nada. É pra você, quando lembrar dele, pensar que fez o seu melhor e que, se ele fosse um pouco esperto, teria feito o mesmo. Se é de tempo que ele precisa, dê à ele. Mas não duas semanas até ele voltar pra sua cama e sumir no dia seguinte. Dê tempo pra ele sentir sua falta de verdade e encontrar uma forma de te mostrar que dessa vez será pra valer. Acredite, eles sempre encontram. E aí, quem sabe, seja a hora pra acontecer ou, caso isso nunca aconteça, problema o dele que nunca vai conhecer a mágica que você tem pra oferecer. 
A gente só precisa entender que não é pedir muito quando se tem o mesmo pra oferecer em troca. O nome disso é reciprocidade. E se a outra pessoa não pensa assim, meu bem, comece a correr agora e não olhe pra trás. Não vale à pena.

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