22 de novembro de 2011

Até que (...)



Tudo vai bem. Na mais santa paz. Calmaria total. Eis o bom da vida de solteiro e você aprendendo a apreciá-la, até que (...). É isso mesmo. Sempre tem esse "até que (...)". É incrível esse poder que a vida tem de entupir nosso caminho com coisas que não condizem com ele. Pelo menos não no momento.
O fato é que você, por motivos maiores, decidiu deixar essa coisa de amor pra lá. Abriu mão de uma história bonita porque, fazendo as contas, nem lembra quanto tempo faz que alguém realmente valeu à pena. Você, já cansada dessa coisa de cruzar os dedos e esperar que qualquer coisa dê certo, jogou tudo pro alto e foi viver a intensidade. A intensidade do sábado à noite, do descaso, da doidera. O tal do "enfiar o pé na jaca" que você ouvia o mundo inteiro falar e que você sentia falta de viver. Pois bem, se bonito é fazer loucura a gente vai lá e tenta.
MAS (porque sempre tem um "mas") em meio ao caos da sexta-feira tão esperada e cheia de bebida num lugar diferente e com pessoas mais diferentes ainda, surge alguém. Você lá fazendo exatamente o que manda a cartilha, nova adepta do "pega e não se apega", cheia de certeza que nada mais vai abalar suas estruturas... E então chega alguém. Você o beija, é claro. Sexta é dia de beijar - regra do bon vivant club. Mas até então você o beijaria e ponto. É assim que funciona: um cara, noite de sexta, álcool, beijos, nunca mais ver o cara. É o que me ensinaram e o que eu vinha fazendo muito bem. Mas o cara não foi embora, de jeito nenhum. Segurou minha mão, me deu outro beijo e não me largou mais.
Eu sei, eu deveria ter cortado. Achei fofo, fui fraca. É que essa coisa de ser mulherzinha por muito tempo faz mal aos neurônios da gente e eles demoram pra se adaptar ao novo mundo. E com aquelas mãos carinhosas segurando as minhas e os olhos mais lindos que eu já vi... Não dava pra simplesmente fingir que não gostei. Eu gostei sim. E eis um castelo inteiro indo à baixo, porque, PASMEM!, sábado foi exatamente igual: mãos dadas, carinhos, até demonstrações de ciúmes. O cara que eu pegaria na balada por ser um rosto bonito no meio da multidão simplesmente segurou minha mão e não largou mais. Desestruturou tudo. Me procurou na segunda-feira. Sentiu saudades. Me quer de novo. E me fez perder a vontade dessa doidera toda que é sim muito boa, mas não condiz muito com o que eu sou de verdade. O cara apareceu do nada e bagunçou tudo. Mais que isso: colocou tudo em seu devido lugar.
E todo o clichê do mundo inteiro parece a maior das verdades. Não esperar nada traz muita coisa. Não querer nada traz malas cheias de surpresas e, como dizem que é, surpresas boas. E a única coisa que você consegue pensar é que você lucrou, porque se der certo vai ser uma maravilha, mas se não for assim tudo bem, você nem esperava algo desse tipo mesmo. E uma lição das boas foi bem aprendida: O que a solteirisse não cura, outro amor vem e leva. Pra bem longe. E você sorri. É hora de começar tudo de novo e parar outra vez, numa outra sexta, com outro cara que te segure e não largue mais. Exatamente como, no fundo, você quer que seja. Hora de parar de deletar o passado e começar a deixar que o futuro seja, sem pressa nenhuma... é tão bom ganhar presentes!

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