3 de maio de 2010

No escurinho do cinema.

Parece piada, mas não é e até teria graça, não continuasse uma leve mágoa a se fazer presente por aqui.
Acordo pela manhã com o convite de um casal pra ir ao cinema. Minha reação? Óbvio que disse que não iria, que ia ficar lá sobrando. Em troca recebi uma resposta que mexeu comigo.
"A gente não vai pra lá pra ficar não, vamos ver o filme! Não precisamos dessas coisinhas, já somos namorados."
Sim, foram exatamente essas as palavras e o suficiente pra eu me perder. Perder pelas memórias que momentaneamente pareceram ser de ontem e não de tantas vidas atrás, de quando ainda havia encanto. Isso porque pra nós sempre fora diferente - cinema era sinonimo de namorinho no escuro, de felicidade louca e curta, de amor absurdo... Tantos meses e acontecimentos juntos e ainda não havíamos perdido esse calor do amor, essa coisa louca que normalmente dura só até o sexto mês e pra nada mais serve, só de lembrança.
Não lembrei com saudade, já não sinto mais saudade disso tudo faz um tempo, desde que a vida me foi generosa com recompensas que pagam todo e qualquer sofrimento. Lembrei com orgulho, uma pontinha de algo que veio ao meu ouvido e disse em voz alta que acabou, mas que foi de verdade. Não fosse uma mágoa vaga das palavras ditas, das coisas feitas e de toda a piada que uma história bonita virou, eu até teria sorrido. Sorrido de mim, por ter vivido uma bonita paixão e sorrido de você, do seu sorriso bobo e da forma de falar engraçado sempre que a gente acabava indo ao cinema.

Em todo caso, ninguém pode dizer que não foi pra valer, que não soubemos aproveitar, que não tenha dado certo. O fato é que tudo acaba e já era hora de acabar, talvez cedo demais para nós, mas na hora certa para que viessem todas as outras realizações que seriam fruto de nossas vida, mais que nunca, separadas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado por Blog intiresny