18 de setembro de 2009

É lindo.


Eu ainda prefiro o carinha de óculos. Aquele que tinha o sorriso sincero e as piadas mais bobas e foras de hora. Ainda tenho mais amor por aquele cara que andava de ónibus e que andou um bom bucado a pé, só pra me ver.
Era aquele magrinho, de nariz grande e jeito desajeitado que me apaixonava e nada me fazia mais feliz que ver ele se esforçando pra dançar comigo sem levar jeito nenhum pra isso. Eu tinha orgulho de ser apaixonada por um cara que não bebia.
Eu o amava quando ele era ele mesmo, e amava quando nosso sentimento se resumia numa madrugada feliz de conversa no msn.
Depois ele mudou.
Muita gente diz que pra melhor! E aposto que agora mil menininhas querem ficar com ele, e eu acabei por perder o interesse.
Ele ficou muito igual a grande maioria, sorrindo quando é conveniente e só dizendo o que sente quando o que sente não passa de frieza. Não anda mais de ónibus e agora usa lentes de contato, já sabe enrolar no forró e até bebe mais que eu.
Depois que ficou forte as garotinhas o acham o máximo e eu, olho e olho de novo, mas não vejo ninguém. Só um monte de massa corporal pedindo pra fazer parte do novo mundo descolado.
Hoje ele acredita em tudo, qualquer coisa que lhe seja conveniente e já não se preocupa mais em olhar dentro dos olhos pra procurar a verdade.
Eu, particularmente, lhe acho um tanto vazio e com isso fico triste. Mas vejam que estranho, ele se acha o máximo e jura ser feliz.
Vai entender, né?

Um comentário:

JADSON disse...

Simplesmente sem palavras, amei o texto.