Eu continuo sendo a mesma pessoa invasiva de sempre, querendo saber o porque, onde, quando e como. Continuo tendo as mesmas manias de sempre e ainda tenho a maioria dos meus defeitos. Os pensamentos mudaram, o sorriso mudou, os olhos agora são mais transparentes e os sentimentos amadureceram.
Continuo olhando horóscopos, ainda que agora sem muita fé. Continuo confiando nas pessoas, porém agora paro pra pensar duas vezes antes de revelar meus segredos, segredos esses em sua maioria já revelados à um público que, em notável número, eu desconheço. Danço com cuidado, sem deixar de ser espontânea, mas sem chamar muita atenção. Canto mais baixo e deixo minhas gritarias pro meu quarto, que se tornou agora meu maior confidente.
Tô deixando o drama de lado e, por incrível que pareça, consegui descubrir novas maneiras de conseguir o que eu quero sem ter de virar uma Maria do Bairro. Aprendi a deixar que as pessoas conheçam de mim somente o que eu quero. Eu mesma ultimamente ando preferindo fazer de conta que me desconheço e nunca imaginei que redescobrir-me fosse tão bom.
Tenho meus sonhos. Quero muitas coisas. Mas deixei de fazer planos com terceiros, descobri que assim as perdas doem menos.
Tenho minhas preferências, mas em algumas horas faço de conta que não as tenho e provo da preferência de outros. É sempre bom vez em quando deixar que os outros te mostrem algo novo. Melhor, descobri que o novo pode se tornar minha mais nova preferência.
Moldei minhas idéias, mudei minhas palavras e agora, penso duas vezes antes de deixar que elas se evaporem sem ter valor algum. Mudei de estratégia e aprendi, talvez da forma mais difícil, que em alguns jogos você tem que perder.
Perco, ganho. Erro, acerto. Mudo, moldo, reinvento.
ME reiventei.
Talvez eu não agrade à ninguém, mas meu amor próprio continua intacto, o que para mim, no momento, virou prioridade.
Continuo evaziva, mas as perguntas e os sentimentos eu aprendi a deixar seguros, em sua grande maioria, dentro de mim, para mim, por puro amor à mim mesma.