31 de janeiro de 2011

Chove Chuva.

Das muitas chuvas que vivi houve aquela, como uma canção que marca e é bem mais que som e palavras, que foi bem mais que água torrencial e trovões. Era início de um novo ano, era inicio de um novo ciclo e não sei bem se a chuva se enquadra em inverno ou verão pelo óbvio: era uma chuva pra levar explicações e não para dá-las.
Era como se junto da chuva fossem levadas todas as palavras que foram ditas e que já não faziam mais sentido. Sendo bem sincera, pra mim, haviam bem mais palavras que águas a serem levadas. Era como um dilúvio do passado e, com toda certeza, um banho de renovações. Uma chuva que com trovões gritava pra mim: "Recomece. Pode sorrir!" e eu sorria e banhava nas esperanças que se chegavam e me sorriam de volta. Uma chuva de esperanças.
Poucas vezes na vida me senti tão renovada, nem banho de sal-grosso me deixou tão confiante e nunca antes na vida pude dizer que um fenómeno natural fora tão lindo - nem mesmo meu tão amado pôr-do-sol me encantou tanto.
Talvez tu não entendas o que eu te digo porque afinal de contas cada um crê naquilo que lhe convém. Mas eu e esse coração aqui já tantas vezes alagado temos motivos de sobra para crer que de uma forma ou de outra essa chuva, tão igual mas tão diferente de tantas outras, veio bem mais que pra molhar a terra ou aguar as plantas. Chuva nenhuma antes fez do frio calor ou da água essa chama de emoções que se ascendeu em mim. E se de primeira não conseguir entender o que te digo, tudo bem! Um dia, porque esse dia sempre chega, vais encontrar sentidos lindos em algo antes bem "normal" aos teus olhos e então, porque nosso coração precisa disso pra continuar batendo, vais passar a crer no no que um dia fora óbvio e, de alguma forma, passou a ser único.
Não é que tenhas que se encher de expectativas, não! É apenas passar a usar o óbvio como força pra acreditar que você pode esperar o melhor de si mesmo, que você tem o melhor em si mesmo e dai em diante ver o óbvio e você mesmo com novos olhos. Novos olhos não vêem como os demais, novos olhos vêem cores e tons e sons e almas. Eles vêem o que ninguém pode ver!
Que bom começar o novo ano com novos olhos...

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