7 de dezembro de 2011

Potes de Intensidade.

Temos um problema chamado intensidade. Um problema meu e dele. Na verdade mais meu que dele, mas digo ser nosso por ser intensa e achar mais bonito dizer assim. Preciso dizer mais?
Alguém, por favor, me ensina a controlar essa mania de ser eu mesma demais. De calar quando eu deveria falar e, ao ser necessário uma palavra, fazer sempre o contrário. Acho que sou a pessoa mais torta que eu conheço e, também, a mais intensa nisso de fazer tudo torto.
O fato é que de apego eu ando meio por fora. Meses inteiros ensaiando relacionamentos e dando fim aos inícios todas as vezes que me via transparecendo sentimentos. Não sei mais dirigir a coisa. Onde é que está o freio disso? De uma hora pra outra eu vi a coisa toda ficar enorme, bastou eu me permitir. No momento em que pensei "Vou deixar acontecer" a coisa já havia acontecido e só cresceu de lá até aqui. Ficou maior que eu e vem causando alguns estragos. E sim, eu já puxei minha orelha, mas não resolveu.
Eu tenho vontade de ligar o tempo inteiro. E de dar colo. E de pedir de carinho. De andar de mãos dadas, trocar mensagens, dizer que sinto saudades. Exatamente todas essas coisinhas que a gente faz quando está apaixonada, num descontrole total e sem regras nenhuma.
Passei muito tempo me controlando, sabe? Ligações contadas, mensagens bem planejadas, conversas decididas. Tudo quase que ensaiado, sem muita expectativa. Passei tempo demais tendo a coisa toda sob controle, tanto tempo que acabei desacostumando. É meio aquele lance de superlotar a mala e, ao abri-la, ver tudo pular de dentro com uma urgência anormal. Meus sentimentos andam urgentes demais.
E então eu começo a me sentir com quinze anos e vivendo a primeira paixão, quando está tudo errado porque meus vinte e poucos não somam apenas anos, como também uma quantidade enorme de namoros e paixões frustradas. Eu já devia ter aprendido a não fazer essa coisa errada de sair despejando sentimento sobre os outros e declarando uma paixão que pode vir  a nem ser paixão ainda. Intensidade é confuso, eu quase enlouqueço.
E saber que eu sou assim me mete medo. Medo de não dar conta se a coisa se desdobrar de forma diferente da que eu espero. Fora o medo de colocar sentimento demais onde nada existe. Tenho vontade de saber como controlar, tanto a euforia quanto as coisas que começam a crescer aqui do nada e precisam ser colocadas para fora. Queria alguém que me falasse como agir, me ensinasse como voltar a ser tudo que vim sendo por tanto tempo e desaprendi do nada.
Tenho medo de que ele não entenda afinal, que culpa ele tem se as pessoas que conheci não me encantaram o suficiente? Não tem obrigação nenhuma de agüentar meus surtos de expectativa desmedida quando a gente ainda nem começou direito o que, na minha cabeça, pode vir a ser uma bonita história. Se eu não estragar tudo. Se ele não fugir com medo.
E ainda assim tenho um medo ainda maior de interpretar um papel e ver ele se apaixonar por alguém que não sou eu. Mas o que fazer agora? Mudar da noite pro dia é coisa de novela e a vida aqui é bem real, infelizmente. E se eu for eu mesma e vir ele se afastar vai doer... Se eu fingir e vir ele se apaixonar, também vai doer. Intensidade é um daqueles lances que podem estragar tudo e, de repente, depois de vidas inteiras sendo intensa em saber o que fazer me vejo intensa em não saber o que escolher fazer, por querer com toda intensidade algo grande e saber que o resultado disso pode vir a ser nada. Alguma psicóloga disponível?

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