28 de março de 2011

O (quase) Perfeito.

E então você conhece alguém. E a pessoa é doce, a pessoa conversa sobre tudo que você adora ouvir, a pessoa tem gostos musicais impecáveis. Te leva pra jantar num lugar ótimo e te faz rir na quantidade certa. A pessoa cheira bem, beija do jeito que você mais gosta e descobriu que teu ponto fraco é a orelha. A nova pessoa é perfeita, mas não te apaixona.

Você gosta que o celular toque e seja a nova pessoa, gosta que ela te busque em casa e te leve pra conhecer lugares novos. Você gosta até das demonstrações de ciúmes e acha fofo o jeito como pega em seu cabelo. A nova pessoa te encanta, mas não te apaixona.
Ele te arranca sorrisos, mas não faz teu coração bater forte. Ele te faz sentir segura, mas aquela insegurança boa, o medo de perder, você não consegue sentir. Ele faz cócegas na quantidade certa, mas o suor nas mãos, as pernas bambas, a falta de ar... Nada! 
Talvez se te esnobasse um pouco ou, quem sabe, se não ligasse diariamente. Se o português não fosse tão correto ou se não pedisse desculpas tão frequentemente. Se não fosse toda a perfeição, entende? Se não fosse um encaixe tão perfeito de si mesmo, talvez ele pudesse se encaixar em você.
E você adora a companhia dele, adora como ele não ultrapassa sinais vermelhos, adora que ele te explique direitinho o porquê de não poder te ver no sábado à noite e fazer questão de compensar isso com uma visita no domingo. Você adora que ele seja adorável, acha isso incrível, mas ainda assim não se apaixona. Não que você não queira - é exatamente o contrário. Você quer amar aquele sorriso, quer sentir tesão por aquele corpo milimetricamente malhado, você quer muito ter vontade de acordar ao lado dele num domingo pela manhã. Você quer querê-lo, mas continua sem querer. E ele lá falando sobre as coisas que viveu, toda aquela certeza de si mesmo, todo o humor incrivelmente refinado.
E você não entende que suas amigas queiram tanto alguém assim, não entende que todas as mulheres do mundo queiram tanto alguém assim e que você tenha um, mas não se apaixone. Não entende o porquê de pra você ser tão cansativo. O problema é você, você sabe que é. O problema são as borboletas que deveriam voar no seu estômago com a presença dele, mas não se manifestam. O problema é essa sua necessidade de temer, de ter o vulnerável, de gostar de uma leve bipolaridade. O problema é essa sua mania de querer os erros, o pior da pessoa, todos os defeitos. Talvez se ele mostrasse os defeitos que tem, embora pra você o pior defeito seja certamente toda essa perfeição que é até agradável, mas chega a dar sono. E você ama uma boa dose de adrenalina.
E você volta pra casa, depois de encontrá-lo, com aquele pensamento de que você tem sorte e tem que aproveitar, mas ao deitar na cama só consegue pensar que faltou algo, só consegue se perguntar o que foi que faltou. E você tenta sonhar com ele, tenta criar expectativas, tenta se imaginar com ele a longo prazo; a única coisa que você consegue é pensar que talvez seja cedo, talvez você nem o mereça... E você sente raiva de si mesma e quer como nunca quis antes que, pelo menos uma vez, seja possível retribuir o sentimento de alguém. Mas você sabe que não é simples assim e não há nada que se possa fazer. 
É o perfeito pro resto do mundo, é o perfeito pro que você costuma sonhar em ter, mas não é o perfeito pra que você se apaixone. E o pior defeito dele é ser exatamente como, teoricamente, ele tinha de ser.

25 de março de 2011

A Miragem


Ah se pudéssemos contar as voltas que a vida dá pra que a gente possa encontrar um grande amor.
Como se pudéssemos contar todas as estrelas desse céu, os grãos de areia desse mar, ainda assim, pobre coração o dos apaixonados que cruzam o deserto em busca de um Oásis. Arriscando tudo por uma miragem, pois sabem que há uma fonte oculta nas areias - Bem aventurados os que dela bebem, os que para sempre serão consolados.
Somente por amor a gente põe a mão no fogo da paixão e deixa se queimar. Somente por amor movemos terra e céus, rasgando os sete véus, saltamos do abismo sem olhar pra trás. Somente por amor a vida se refaz.
Somente por amor a gente põe a mão no fogo da paixão e deixa se queimar. Somente por amor a vida se refaz e a morte não é mais pra nós.
 (Marcus Viena)

23 de março de 2011

Deixa ele seguir, outro corpo conhecer.
Deixa que ele viva o amor, a sensação de ter,
a gente merece mesmo parar de se reter.
É mais que hora de voltar a viver (...)

21 de março de 2011

Dando fins.

Erros incalculáveis, todas as palavras fora de hora e a superlotação da caixinha onde ficavam os desabafos que ao invés de serem feitos, por maior facilidade, eram guardados. Acabou. Os sonhos, o desejo, as esperanças e até mesmo a força surreal que surgia não se sabe de onde e dava ânimo aos recomeços, mais do mesmo. Acabou tudo, perdeu o sentido, não cabia mais em lugar nenhum. E o que veio depois foi o silêncio, misto de paz e desespero, sem saber pelo que esperar.
É como andar descalço no escuro, sem saber onde pisa ou onde vai chegar, se é que se chega mesmo em algum lugar algum dia. E era esse o causador do desespero, o não saber. A gente escuta algumas pessoas dizerem que passa, escuta uns conselhos de gente que viveu o mesmo e superou, chegou num lugar bonito e que agora tem só a história pra contar, mas não dá pra ter certeza porque como pode passar algo assim, desse tamanho? Como pode ser isso simplesmente deixar de existir? Não dá pra ter certeza e no ponto em que se encontra também não se tem escolha, as tão sonhadas opções, é andar e ponto - sem saber pelo que esperar. Essa falta de expectativa, que noutra ocasião seria uma boa, por hora só consegue apavorar. Então você sente a respiração, o ar ir e voltar, segura o ar e sente o vazio. Só que por cinco segundos foi maravilhoso estar vazia, antes ar que aquele nó na garganta e o peso desmedido no peito. Antes só ar que aquele sentimento que deixou de ser bonito pra ser tormento, aliado da dor. Cinco segundos de alívio, de paz. Parece pouco e é, descobriria depois, mas por hora era tudo, uma luz no escuro, a esperança de que poderia haver mais.
Depois que o ar escapa e os cinco segundos de alívio passam é preciso analisar o que ficou, jogar fora e sair em busca de mais. Mais sonhos, todos novos. Mais fé, em qualquer outra coisa que possa parecer tocável e menos difícil. Mais amor, de dentro da gente pra dentro de nós outra vez, amor próprio. Mais coisas, qualquer coisa, que ocupe o espaço que ficou.
Até chegar no que chamam de topo ainda há muito pra fazer - são gavetas a esvaziar, fotos pra apagar, memórias pra aprender a conviver e, principalmente, um vazio pra preencher. A cada reencontro com o improvável é quase possível ouvir o grito interno, porque machuca mesmo e ainda vai ser assim por um bom tempo. O cheiro traz lembrança, a cor traz lembranças, as músicas fazem lembrar. Sem contar nas fotos que surgirão do nada vez em quando e que você vai olhar até sentir os olhos encherem de lágrimas e depois esconder em qualquer canto da casa pra fingir que passou. Deixa ser, não faz vergonha não, é assim com todo mundo e depois de um tempo nem é mais preciso fingir, passa mesmo, pra tanta gente por aí já passou, vai passar pra você também. E não precisa fazer força não. Acontece quase que sem se ver, algum tempo depois, quando abrir o caderno onde escondeu aquela foto, vai olhar e, quem sabe, até sorrir - sem apertos, sem palavras que precisam ser ditas, sem lágrimas pra chorar; você quase nem acredita. E pensar que foi quase enlouquecedor...
E então é hora da redescoberta. Acabou, foi dado o fim de uma história, uma das muitas que você vai contar um dia. Hora então de redescobrir o amor, de redescobrir caminhos, redescobrir o sabor que tem dar o coração a outro alguém. E redescobrir é tão bom. Dá pra ter tudo outra vez, com alguém de um português mais correto ou, talvez, um amante da boa música, quem sabe até alguém de sotaque francês - as opções são tantas que fica até difícil decidir. Dá pra ter tudo de novo, novo de novo. Dá pra ter um começo e fazer diferente pra não ter, por um bom tempo, que lidar com o fim. Dá pra ser novo pra alguém, pra ser sorriso, ser história bonita de contar, ser o motivo do alívio de alguém que também só conhece o vazio depois de soltar o ar. Dá pra dizer que passou pra você também, que doeu porque dói mesmo, mas em compensação passa e deixa tanta lição, tanta vontade de fazer diferente, tanta força pra recomeçar com tudo novo. Espera só, vai ser assim pra você também.
Então a gente tem que entender que é assim mesmo, vida que segue. Lutar pra quê? Acabou. E é só o começo... tem tanta coisa linda que ainda há de vir...

17 de março de 2011

Do velho ao novo amor.

Inventar paixões virou quase um hobbie, essa coisa de tentar convencer a si mesmo que curte um outro alguém só pra ver se a mente para de pensar no passado - e ela não para. Mas daí a gente cansa! Cansa de beijar sem vontade, cansa de fazer planos que lá no fundo você sabe que jamais se tornarão realidade, cansa de atender ligações cheias de amor durante a noite e cansa de responder mensagens com palavras cheias de falsas verdades. Você quer se apaixonar, quer mais que qualquer coisa, mas simplesmente não consegue. 
Amor é essa coisa mesmo, essa bem aí assim que não te deixa se entregar a outro alguém. Amor é essa coisa cheia de verdade pra ser dita, é esse medo absurdo de perder. Amor é tudo que você quer encontrar quando você já tem, mas não sabe o que fazer com ele. Um novo amor talvez resolva, mas não, o novo amor não só não resolve como na maioria das vezes nem chega.
A ordem agora é paciência. É dar tempo ao tempo, ir com calma. Antes de novas histórias precisa-se dar fim nas velhas, essas já cheias de poeira e que você nunca parou pra ler o fim. Entre um ciclo e outro é preciso o fim do primeiro porque as coisas só têm sentido quando nos jogamos de cabeça - vai no salto o pacote completo: corpo, alma e coração. E se um deles tiver ficado no ciclo anterior o pulo só servirá pra causar machucados: os seus,  que certamente serão curados assim que você notar que ainda está presa no ciclo anterior, e os de um terceiro alguém, essa pessoa doce que surgiu do nada te oferecendo o mundo e que não merece estar dentro dessa sua confusão particular.
Merecemos sentimentos novos, histórias novas, amor de ida e volta. Merecemos viver contos lindos e ter sempre um companheiro inteiro ao nosso lado. Merecemos o melhor, mas só podemos exigir isso quando damos o mesmo em troca e é impossível se doar se uma parte de você não está contigo. Corre! Vai agora buscar esse pedaço teu que ficou no passado, convence ele de que o futuro é melhor, mostre que agora é hora de ser feliz. E quando estiver completa, inteira pra você, vai saber a hora certa de se doar a outro alguém!

14 de março de 2011

Rever.

Ainda haverão alguns reencontros, quem sabe alguma troca boba ou intensa de palavras. O plano era ser discreta, aprender a controlar esse impulso que grita palavras que eu preciso calar. O plano era ficar bem, estar bem e me sentir feliz em ver você bem também, o plano era dar fim aos sentimentos que ficaram e manter a casa arejada para novos sabores, pessoas e lugares.
Vai ser bom ouvir sua voz, descobrir de longe seu perfume novo e quando meus olhos derem de encontro com teu corpo e lembrar de quando ele era meu vou pensar mil coisas, alguns segredos nossos, mas vou silenciar. Ainda lembro o sabor mágico de tirar tua roupa e algumas músicas ainda me falam sobre você. Não se preocupe, vou ter controle dessa vez e não por saber que é sensato, mas por ser preciso. É preciso que alguns dos nossos nós se desfaçam e é hora do tempo realmente passar pra mim e pra você - mais pra mim é verdade, que não deixei um dia sequer de pensar em todas as probabilidades de voltarmos atrás. Não voltamos. Diferente do que pregam é bem mais fácil olhar pra frente e caminhar, mesmo sem destino, deixando o caminho às costas num passado que é relembrado todo dia e o mesmo número de vezes é visto como inalcançável, sem sentido algum. Não há sentido em nada, eu não tenho sentido nada, só uma coisa que deve ser o que chamam de saudade, mas já nem me incomodo mais.
Em algum momento você vai pensar em mim? Se perguntar em silêncio sobre mim enquanto me ver ser boa atriz e fingir que tudo bem? Quem sabe pensar no tom bobo da minha voz te falando verdades que você não acredita. Quem sabe pensar nas vezes em que não fizemos amor, nas vezes em que isso era tudo o que tínhamos. Queria que você pensasse nos meus olhos, de como mudam o tom e a direção, de como giram sem controle e de como ficam ternos sempre que te encontro, de costas ou não, o dono particular dos meus melhores momentos. Mas você não se apega aos detalhes, você me esqueceu rápido, feito um furacão seguiu em frente e tantas casas depois da minha fica impossível notar meu olhar. Tens minha admiração por isso... todo esse autismo, confiança. Você se tornou o que eu era antes de você, levou de mim a mágica que eu via em superar. Qualquer hora dessas eu pego de volta.
Você sempre me surpreende e eu fico me perguntando se algum dia ainda vou te confidenciar coisas sobre querer você sem todo aquele desespero de sempre, sem todo esse medo de não acontecer jamais. Você que não é meu e me pertence, todos os sonhos e essa constelação sentimental que paira no ar todas as  vezes que te ouço e te devoro em pensamento.
E quando a mente ficar vazia, porque uma hora ela vai cansar, vou te ver sair calado e eu na minha, congelando, fazendo de conta que meu mundo não está aos poucos caindo a cada passo que você dá. Vou até sorrir torto, todas essas artimanhas que passei meses treinando, e vou levar meus olhos carregados pra um canto qualquer e fingir que eles estão apenas perdidos, que não te viram passar... enquanto minha alma procura a tua prum re-conhecimento, começar do zero, um primeiro encontro e primeiros toques. Nossas almas longe dessa confusão que acontece em volta dos nossos corpos. Duas almas falando a mesma língua, voltando ao encantamento, encontrando mágica em se apaixonar. 
E eu ainda tenho o dom de procurar um final feliz pra nossa história, essa que há muito tempo já se findou.

13 de março de 2011

por Arnaldo Jabor

"Ah... minha querida, eu tenho é medo dessa simbiose da gente... com você eu quis mais que um casamento, eu quis tocar uma verdade, eu quis dar um beijo que ficasse, um gozo que não passasse mais, uma marca de amor que não saísse da tua pele, te marcar, te suar... virar você."

10 de março de 2011

Então na volta...

Quero ouvir tua voz só mais um pouco, a mesma voz de sempre, trazendo a paz que eu preciso. Estamos bem, longe! Estamos levando vidas que diferem e sonhos que estando distantes não podemos realizar. Tem uns segredos que você precisa saber e alguns lugares meus que logo serão nossos, você vai gostar. O mar tem estado calmo na tua ausência e o sol tem demorado pra nascer. Quero conseguir ler teus olhos porque é bem provável que as palavras não sejam ditas, pelo menos nenhuma que tenha real sentido. Cante alguma coisa, uma das nossas músicas ou algo que você queira me dizer, algo que me faça compreender sua saudade, eu vou saber decifrar tuas verdade que não devem ser ditas.
Todo meu amor eterno continua o mesmo e tem durado eternamente como o prometido. Você tem feito falta, teu corpo tem faltado à minha alma e algo me diz que desse lado aí também tem muita saudade que precisa ser curada. Quero ouvir das novas manias, conhecer os novos sabores e realizar nossos novos velhos sonhos. Quero dormir ao teu lado numa cama pequena, sentir o gosto do teu corpo e ver sorrir minha alma com tua presença. Nada de barulhos ou cobranças ou medos, eu e você numa cama pequena longe da vida real e perto do nosso céu. Tantas coisas loucas vão rolar e besteiras para serem feitas, algum sentido que só a gente consegue encontrar nessa história de vários trezentos e sessenta e cinco dias.
Vou pintar teu nome com letras bonitas em qualquer canto pra olhar e ver memória, ver coisa doce, ver vida e querer viver. A liberdade vai ser tanta... o vento cantando pra nós e o abraço nos guardando do perigo do mundo. Vai ser bonito e verdadeiro, vai ser intenso como sempre foi e vai continuar sendo eterno. Serão cores novas, palavras cantadas, serão versos curtos e bonitos. Será tanta paz, será tanto amor, será tanta voz dita em silêncio que você vai querer que seja pra sempre, que você nunca mais vai querer ir embora... E vai ser feliz, vai me fazer feliz. E vai ver que não tem graça viver na saudade.

3 de março de 2011

Um mês pra passar.

Tem uns versos que um dia quero cantar pra você ouvir. Quem sabe, quando essa distância entre nós se esgotar, seja até prazeroso ouvir minha voz cantando versos alheios que nos descrevem. Tem muita coisa sobre as quais quero lhe falar, tanta coisa aconteceu e tanto tempo passou. Vai ser bom te ter de volta! Um mês passa rápido... Eu realmente espero que passe. E quando você chegar vamos jogar conversa fora até a alta madrugada como costumávamos fazer tempos atrás. Vou te contar de uns sonhos que eu tive, do medo que você não voltasse, da certeza que você voltaria... Vou te contar desse sentimento bonito que lhe tenho e de como foi difícil estar longe.
Tem muitas coisas que eu ainda não sei, mas um mês pra passar é rápido e vai ser maravilhoso descobrir o mundo com você. Vai estar tudo enfeitado e eu vou vestir meu melhor sorriso, o olhar mais verdadeiro e preparar meu abraço mais carinhoso só para que você nunca mais queira partir.
Depois de tanto tempo longe trinta dias parecem uma semana e, ao mesmo tempo, um mês nunca demorou tanto pra passar. Mas passa! E você chega... Trazendo de volta a minha paz.