26 de julho de 2022

3 + 2 = 5. todo par termina em ímpar.


(é claro que o textão de 32 voltas em torno do sol viria, tá doido? não fosse assim não seria eu)


eu sou amada.

eu sou feliz.

eu sou realizada.

e sim, eu repito isso para mim mesma todos os dias. não que precise, mas eu realmente sou amada, feliz e realizada, então não me deixar esquecer ~ e lembrar de agradecer ~ diariamente por isso, é o mínimo que posso fazer.


sabia que eu amo aniversários que terminam em número par? e meus aniversários pares sempre são em anos pares, o que me faz amar mais ainda. e sim, são 32 anos na cara e eu ainda acredito em números da sorte, força do universo, signos e ascendente, etc… não fosse assim, não seria eu.


esse ano meu aniversário foi mais especial que o de costume, e acredite, isso quer dizer muito, porque eu sou realmente fascinada pelo meu aniversário. longe de casa, mas cercada de amor, foi bom finalizar mais um ciclo e iniciar outro em uma atmosfera diferente, com uma perspectiva nova sobre o que me faz feliz. um segredo sobre mim é que, embora as transformações sempre tenham me encantado, eu sou particularmente apegada à certas tradições (aqui vemos meu sol em câncer brilhando), e passar meu aniversário em família sempre foi uma delas. o curioso é que esse ano foi diferente e eu realmente amei… amei e me senti amada. a sensação era de que aquele era exatamente o lugar onde eu deveria estar, e devo dizer, que sensação boa!


aos 32 anos eu já tenho muito de tudo com o que sonhei por boa parte da minha vida. perdi as contas de quantos livros já li, de quantas músicas preferidas eu tive, de quantos lugares estive e pessoas incríveis conheci. tudo aprendizado. partes essenciais de quem, com orgulho, me tornei!


aos 32 anos ainda tem tanto para alcançar de tudo com o que sempre sonhei: inúmeros livros que ainda quero ler, novas músicas para ouvir e aprender amar de acordo com as novas memórias que construo ligadas à elas, tantos lugares que ainda sonho em conhecer, pessoas por quem serei tocada e à quem tocarei com as experiências que carrego e faço questão de compartilhar… tudo aprendizado para a construção de quem ainda hei de ser. sempre com orgulho, sempre fiel ao que reconheço como minha essência.


na metade desse caminho eu era só uma menina insegura, intensa e de riso fácil. 

mudei muito? 

talvez nem tanto quanto eu queria.

por isso escrevo essas palavras com um riso de orelha a orelha… não fosse assim, não seria eu.


Que presente é o presente!

Eu estou exatamente aonde eu deveria estar, e confesso que não há ninguém nesse momento que eu quisesse ser, além de eu mesma: quem eu sou, quem eu amo, como sinto e vejo o mundo. Que orgulho de mim! 


11 de março de 2017

Fazendo uma breve visita.


É engraçado ler algo que eu mesma escrevi, cinco anos atrás, e não me reconhecer ali.
Talvez por isso eu tenha deixado de escrever. Fui me dando conta de como tudo é passageiro e assim, sem medo, pude admitir: eu mudei tanto!
Sim, ainda sinto uma necessidade grande de contar coisas sobre mim vez ou outra, de forma despretensiosa, mas não sei... acabo conversando comigo mesma e é suficiente.

Vivo me perguntando em que momento da vida eu deixei a minha intensidade. Onde terá ficado aquela necessidade enorme de amar e me sentir amada? Onde foi parar todo aquele turbilhão de emoções que eu tentava nomear e controlar, na maioria das vezes sem muito sucesso?


Vez outra alguém me escreve pedindo que eu volte. Vez ou outra eu mesma me peço pra voltar. É algo que quero muito até, mas já não me sinto tão segura ao falar do que sou e sinto, de como vejo o mundo e absorvo as coisas. E olha que, trocando em miúdos, cresci bastante nesse sentido. Mas também criei a consciência de que mudo, muito muito, all-the-time. Antes eu tinha a sensação de que era tudo eterno, sabe? Amores pra sempre, dores sem fim, sentimentos inesgotáveis. Hoje sei bem que não é assim, e é bem mais complicado escrever sobre algo que você tem consciência de que amanhã pode já não ser, pode, inclusive, nunca sequer ter sido, mas você escolheu viver mesmo assim.

Não nego que, mesmo assim, escrevo. Tenho alguns muitos punhados de palavras guardadas sobre momentos que eu precisava escrever. Sinto que isso é natural quando se tem esse hábito, mas hoje, e isso talvez seja um pouco bobo da minha parte, tenho medo de compartilhar alguns dos meus pensamentos. Numa época em que as pessoas veem maldade em tudo o que se chega a elas, você começa a podar o que deixa que os outros saibam de ti, pra que não se achem no direito de julgar as escolhas que você faz, pois se tem algo que não muda aqui é que eu continuo dando língua pra quem acha que pode dizer o que é melhor pra mim.

Sim, eu ainda admiro o amor com todas as minhas forças, mas minhas ideias sobre o amor mudaram tanto que, embora ele ainda seja essencial pra mim, já não penso tanto sobre isso ou sobre como é ruim se sentir sozinho. Aliás, vale dizer, hoje eu amo a solidão. Só pra vocês saberem, eu ainda amo. Hoje, talvez, um amor bem mais real e consciente, mas ainda assim amor. Inclusive, aprendi bastante sobre o fato de existirem muitas formas de amar, mas isso é assunto pra outro dia.

Ainda ouço as mesmas músicas, embora, não nego, alguns sucessos atuais realmente mexam comigo. Continuo com aquela queda pelo passado, mas não por fantasiá-lo, como de costume, e sim por lembrar e saber que antes era tudo bem mais fácil. Se soubesse antes o que sei hoje, teria perdido muito menos tempo com os dramas adolescentes e me jogado várias vezes mais atrás dos trios pelas avenidas da vida. Se tem algo que o tempo me mostrou é que essa fase realmente não volta e quanto mais o tempo passa, mais o netflix e minha cama me convencem a não sair de casa. Sinto saudade de quando toda aquela energia me movia, da sensação ingênua de que eu podia tudo.

Ainda me sinto sozinha nos dias de chuva, mas é uma solidão que me acalma. Nesses momentos penso no quanto sou minha, no quanto tive a sorte de viver muito do que sempre me encantou. Nessas horas é que eu consigo me dar conta do quanto eu cresci e do quanto eu sou grata por ter vivido exatamente tudo o que vivi e chegar aqui com a sensação de que as coisas foram exatamente como tinham de ser.

Lembram que eu sempre questionava a vida sobre meu futuro, sobre meu destino, sobre qual seria o meu lugar e a finalidade de tudo isso? Hoje eu sei, sem sombra de dúvidas, que a resposta para essas perguntas é sempre: aqui, agora!

Qualquer hora dessas eu reapareço, já sem todas aquelas certezas absolutas, mas ainda com uma imensidão dentro de mim. Espero que vocês entendam...

15 de junho de 2016

Liberté

Imagem retirada da página http://trechosdelivros.com/literature-is-freedom/

Em um único dia tranquei tudo. 
Fechei portas e janelas. Passei o ferrolho, travei o cadeado. 
Alma e coração, enfim bem guardados.

Não, eu não estou fugindo. Nunca consegui fugir de nada e isso acabou se tornando um grande problema. 
Eu continuava de pé, recebendo. Fosse chuva, sol, ventania: eu continuava lá, pronta pra encarar.
Raras foram as vezes em que desfrutei de leves brisas. Pouquíssimos os momentos em que meu coração sentiu que podia, de verdade, repousar.

Só que agora eu precisei me guardar. 
Tudo em mim pedia, exigia até! 
E preciso admitir que fiz isso à contra gosto, pois eu realmente me sentia capaz de suportar um pouco mais. 
Mas não, não dava mais. 

Eu precisava tirar os sapatos que machucavam meus pés, cansados demais de tanta estrada. 
Eu precisava libertar a minha alma, me sentir livre, respirar aliviada. 
Eu não queria admitir, mas eu realmente precisava.

Agora, daqui desse lugar seguro, olho e vejo que fui muito mais forte que o que um dia imaginei ser capaz. 
Me mantive erguida mesmo diante dos maiores absurdos. 
Quando tudo em mim era cansaço, sempre encontrava formas novas de me refazer e recomeçar.
Recomecei tantas vezes que ficou difícil acreditar que um dia chegaria a algum lugar, já um pouco abalada pelo medo e insegurança. 
Besteira minha! Eu jamais deveria ter duvidado que chegaria aonde quer que eu quisesse chegar. 
Já o fiz antes e continuarei fazendo, mesmo que já sem coragem pra correr tantos riscos.

Eu podia ter continuado onde estava e tentado outra vez. Podia ser. Mas isso me faria fraca. 
Sim, fraca!
Quando não reconhecemos a hora de parar, acabamos nos cansando à toa.
É um sinal de que perdemos um pouco do nosso amor próprio e deixamos que o orgulho (tolo) nos domine. 
E eu não queria ser essa pessoa. 

Eu não queria que sentissem pena de mim. 
Eu não queria mais ser o tipo de pessoa que vai até as últimas consequências, que não sabe a hora de parar e erra a mão na fé cega. 
Eu não podia me permitir ser essa pessoa, chegar a esse ponto.

Por isso eu me fechei. 
Por isso estou fechada. 
E quando me permito abrir uma janela, é só palavras o que saem. 
Meu coração, cansado, se recolhe em um cantinho e diz que quer deixar o sol pra outra hora. 
Minha alma, depois de tanto tempo de uma falsa liberdade, só consegue soltar suspiros de quem pôde, enfim, voltar a sonhar seus próprios sonhos.

E ao ver as palavras fugindo pela janela... quanta felicidade! 
Essa é a maior prova de que dentro de mim, fechada pra balanço, eu vivo meu momento de maior liberdade.